Ponto de vista: Isadora
Acordei no dia seguinte com muita dor de cabeça, q última coisa que me lembro é de ter vindo pra casa com o chato do Lucas, ele disse que eu já tinha passado do limite da bebida e que era melhor eu descansar.
Lembro dele ter tirado aquela saia que eu vestia e ter me colocado na cama, lembro também de ter deitado no peito dele e adormecido. Pareciamos um belo casal.
Olhei pro lado e não vi o Lucas nem a Dani. Não lembro da última vez que vi ela ontem, mas acredito que ela tenha vindo embora com a Carol e os meninos.
Me estiquei na cama e decidi levantar, eu ainda estava de calcinha e blusa somente, então joguei um robe por cima, já que ouvia sons pela casa.
Cheguei na sala e vi Carol, Lucas, Mauro e Christian conversando, eles cochichavam e eu não entendi o motivo. Me aproximei deles pra entender do que falavam, mas eles pararam assim que cheguei.
- Bom dia amiga. - Carol disse.
- Bom dia. Do que conversavam? - Os questionei.
- Nada demais. - Carol disse tensa me deixando curiosa.
- E porque pararam quando eu cheguei? - Questionei novamente.
- Não paramos, não. É impressão sua. - Christian disse.
Aquilo estava me irritando.
- Pararam sim e eu quero saber o porquê. - Olhei em volta e não vi a minha irmã. - Cadê a Dani?
Os quatro se entreolharam.
- A Dani... A Dani deve estar dormindo no quarto da Carol. - Lucas gaguejou.
- Cadê a Daniela? - Perguntei irritada.
- Acho melhor a gente contar pra ela. - Mauro disse.
- Até que enfim alguém que me entende. - Disse. - Conta Mauro.
- Então, a gente não sabe onde tá a Daniela. - Ele disse. - Nós achamos que ela tinha vindo com vocês ontem porque ela não tava conosco, mas aí o T3ddy disse agora que ela ficou.
Senti como se o chão embaixo de mim se desfizesse.
- Vocês tentaram ligar pra ela? - Questionei trêmula.
- Foi a primeira coisa, mas só toca e ela não atende. - Carol respondeu séria.
- Mas ela não sabe dar um passo sozinha aqui. - Choraminguei.
- Isa, calma. Tá tudo bem com ela. - Lucas me abraçou de lado e disse.
- Mas e se não tiver? - Olhei pra ele que parecia não ter resposta pra minha pergunta.
- Vai dar tudo certo. - Mauro segurou minha mão.
- E se a gente ligar pra polícia? - Questionei.
- A gente pode até tentar, mas eles só vão fazer alguma coisa depois de 24 horas. - Mauro diz.
- E a gente fica de braços cruzados enquanto isso? - Questionei.
- A gente pode procurar de carro pela cidade. - Lucas diz.
- Você sabe o tamanho dessa cidade? - Disse.
- A gente pode voltar na boate e pra ver se ela não está lá. - Mauro disse.
- Se ela não estava ontem. - Lucas disse.
- Mas pode ser uma boa ideia. - Me soltei do Lucas pela primeira vez empolgada. - Se ela tiver saído de lá ela pode ter voltado pra nos encontrar novamente.
- Também acho uma boa ideia. - Carol disse.
- Pronto, agora o Mauro vai ser o gênio. - Lucas disse irônico.
- Você tem alguma ideia melhor? - Mauro questionou.
- Pedir pra Deus. - Christian sugeriu fazendo todos rirem.
- A gente pode procura-la enquanto pedimos pra Deus. - Carol sugeriu e todos assentiram.
Pegamos as chaves do carro e fomos em direção da porta na intenção de voltar no lugar onde fomos ontem, mas antes que pudéssemos tocar na maçaneta a porta se abriu e entrou a Daniela e um outro menino. Eles estavam de mãos dadas e agiam como se nada tivesse acontecido, todos ficamos nos olhando até a Carol interromper o silêncio.
- Onde você estava? - Carol perguntou.
- Eu tava com o meu amigo. - Ela respondeu dando de ombros.
- Você quase nos matou de susto. - Lucas disse.
- Ah relaxa cunhadinho, não posso nem fazer amizades mais. - Ela respondeu rindo.
Nessa hora eu quis ser filha única.
- Porque você não nos atendia? - Mauro perguntou.
- Porque eu estava ocupada. - Ela debochou.
- Você não pode fazer isso menina, você é menor de idade e está sob nossa responsabilidade. - Carol disse visivelmente irritada.
- Eu sei me virar sozinha. - Daniela rebateu.
- Você é uma criança. Tem 17 anos, não sabe sequer atravessar uma rua sozinha. - Carol gritou.
- Você não grita comigo. - Daniela gritou de volta.
Eu estava com muita raiva. A minha maior vontade nesse momento era bater nela com um chinelo, exatamente como se faz com criança birrenta. Eu respirei, contei até 10 e mandei o garoto que estava com ela embora, sob pena de ligar pra polícia já que minha irmã era menor de idade. Ele não gostou da ideia e se foi sem ao menos olhar pra trás. Assim que fechei a porta encarei a Daniela e mesmo com vontade de mata-la, respirei fundo e tentei manter o auto controle.
- Mamãe vai saber disso. - Foi a única coisa que disse.
- Saber do que? Que você bebeu tanto que me perdeu ontem? - Ela me desafiou.
- Daniela, você não me provoca. - Disse com os dentes cerrados.
- Dani, não faz assim. - Lucas disse.
- Para de puxar o saco dela garoto. - Dani disse e revirou os olhos.
- Daniela, chega. - Disse tentando ainda manter o controle.
- Por acaso com 17 anos você não passava a noite com um garoto? - Ela insistia.
- Com 17 anos eu morava aqui, era independente e não precisava do dinheiro dos nossos pais pra nada, não era uma pirralha metida como você. - Gritei.
- Desculpa se eu não quis seguir os mesmos passos que você. Se não quis sair de casa porque brigava com os pais e fingir que eles não existem mais. - Ela gritou.
- Você volta pro Brasil ainda hoje. - Disse encerrando a discussão.
Ela me olhou com os olhos semicerrados, gritou e foi pro quarto. Carol e os meninos ficaram cochichando, enquanto eu apenas suspirei.
- Tudo bem? - Lucas me questionou.
- A ideia de traze-la foi sua, não foi? - O questionei.
Ele riu.
- Tudo bem. Eu assumo que foi. - Ele disse e me abraçou.
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Opostos - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!