Nono dia (parte dois)

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Ponto de vista: Lucas

Depois de uma noite incrível com a Isadora agora eu estava deitado na cama com uma incrível sensação de satisfação. Na minha frente estava ela, apenas de lingerie fumando seu cigarro apoiada na janela. Não parecia se importar comigo e com o fato de eu estar encarando-a.

Fumava aquele cigarro e olhava longe, parecia uma pintura perfeita, seus cabelos, suas curvas, sua expressão, aquela lingerie branca, o conjunto perfeito com o a luz do sol que timidamente aparecia e tocava seu corpo como se a cobrisse.

Eu já não tinha ideia de quanto tempo estava ali a olhando, saio do transe dos meus pensamentos quando percebo que seu cigarro acabou e ela se mexe, levanto da cama e a abraço por trás. Seu corpo gelado em contato com o meu quente faz com que nós dois arrepiássemos, suspiro o cheiro do seu cabelo enquanto ela se mantém imóvel.

- Ótima noite. - Digo no meio de um sorriso.

- Sim. - Ela diz indiferente.

- Você gostou?

- Gostei.

- Por que continua indiferente então? - Pergunto me sentindo sufocado.

- Eu não estou indiferente, esse só é... - Ela dá uma pausa. - Meu jeito.

- Entendo. Queria que seu jeito fosse tão quente quanto seu beijo. - Digo e ela fica em silêncio.

- Eu preciso ir pro meu quarto. - Ela diz tentando se desvencilhar do meu abraço.

-Por quê? Fica, vamos dormir juntos. - Peço.

- Eu gosto de dormir sozinha. - Ela diz se soltando e juntando sua camisola do chão.

- Isa... - Insisto.

- Isadora, você sabe. - Ela diz me olhando nos olhos.

- Isa, Isadora, não importa. - Seguro seus braços e a faço olhar nos meus olhos. - Fica comigo.

- Eu quero dormir sozinha, entende.

- Ok, não vou te obrigar. - Digo soltando seus braços e levantando minhas mãos para o alto como se me rendesse. - Mas eu tenho uma pergunta, o que você falou sobre me dar uma chance, é sério?

- Sim. - Ela me encara e um sorriso aparece nos meus lábios.

- Você não vai se arrepender. - Tento abraça-la mas ela desvia.

- Eu sei que não vou.

Antes que eu dissesse mais alguma coisa ela sai do quarto e fecha a porta, eu me atiro novamente na cama e me abraço no travesseiro que ela estava deitada anteriormente, aspiro seu cheiro e solto um riso abafado. Mal podia acreditar que isso tá acontecendo!

Ponto de vista: Isadora

Acordei já era mais de 12:00, mesmo caindo de sono fui até a cozinha comer, minha barriga roncava alto já e eu já estava sentindo um mal estar.

- Olha quem acordou! Bela adormecida. - Christian gritou.

- Sou belíssima mesmo. - Disse me sentando à mesa.

- Com essa cara de quem não dormiu não muito. - Carol respondeu.

- Silêncio Carolina, e a propósito, o que você faz em casa? - A questionei.

- Sai mais cedo e vim almoçar em casa. - Ela respondeu.

- Ah que ótimo, não vou precisar levar a dupla de patetas pra aula hoje. - Disse fingindo uma animação.

- Na verdade o T3ddy sim. - Carolina respondeu.

T3ddy? Será que a próxima coisa que a Carol vai absorver da convivência com o Christian vai ser o babaquismo?

- Ta bom. - Dei de ombros.

- Sem xilique? Sem questionamento? Chris, tem alguma coisa estranha aqui. - Carol disse.

- Quem sabe eles vão se pegar de novo. - Christian disse tentando me provocar, mas ignorei.

- Bom dia. - Lucas aparece na cozinha esfregando os olhos com a cara amassada de sono.

- Oh mano, isso são horas? - Christian pergunta ao Lucas.

- Eu tava com sono, dormi tarde. - Lucas senta ao meu lado na mesa.

- Irresponsável. - Christian diz.

- Cala a boca Chris. Tem almoço Carol? - Lucas questiona.

- Ali na panela. - Ela responde.

- Eu também quero.

Levanto da cadeira e paro ao lado do Lucas o ajudando a colocar comida nos nossos pratos, logo após nos viramos e vejo Christian e Carolina nos olhando com cara de besta.

- Vocês ficam lindos trabalhando em equipe. - Carol diz.

- Ah fica quieta Carolina. - Digo revirando os olhos.

~~

Almocei, tomei banho e então me arrumei pra levar o Lucas no curso, ele já estava pronto quando saí do quarto, ao me ver ele sorriu, sei que agora tenho responsabilidade com ele, não posso tratá-lo mal.

- Vamos? - Perguntei.

- Claro. - Ele levantou do sofá e parou ao meu lado.

Antes que eu pudesse abrir a porta ele se apressou e fez no meu lugar, parou e esperou eu passar, em seguida saiu e fechou a porta.

- Seu carro é muito legal. Você podia deixar eu dirigir um dia desses né. - Lucas diz.

- Eu até deixaria, mas eu não sei se você dirige bem e ele é meu bebê. - Disse abrindo a porta.

- Eu dirijo bem, pode acreditar. - Ele insiste.

- Um dia talvez eu deixe Lucas, é nunca alguém, além de mim, dirigiu ele.

- Você é uma ótima motorista. - Ele diz colocando o cinto.

Fomos o caminho inteiro falando de carros e sobre o trânsito daqui, não foi tão ruim assim, nunca conversamos tanto, na verdade todas as nossas conversas foram superficiais.

Acho que esses dias não vão ser tão ruins assim.

- Entregue. - Disse parando em frente à escola que Christian e ele estudavam.

- Obrigado. - Ele diz abrindo a porta do carro, mas antes de sair parou e me deu um selinho. - Ia sentir falta disso enquanto estou aqui.

- Vai logo garoto. - Disse achando graça do jeito dele.

- Você sorriu. - Ele disse surpreso.

- Mas posso ficar brava se você não ir agora.

- Tá bom. Tchau Isa. Quer dizer Isadora. - Ele diz.

- Tchau Lucas. - Digo e me afundo no banco do carro.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora