cinco anos depois

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Ok, se passaram cinco anos e acho que devo satisfação do que aconteceu na minha vida durante esse tempo.

Eu ainda moro no Brasil, não é o meu lar dos sonhos, mas com o tempo qualquer um se acostuma morar aqui (é o que pelo menos eu acho).

Eu consegui um trabalho em uma marca de roupas daqui, eu finalmente me sinto uma estilista, crio roupas e depois de um ano trabalhando lá passei a dirigir uma equipe incrível.

Fiz ótimos amigos, o que é muito bom porque eles me ajudam a suportar o fardo de morar aqui sem surtar.

Meus bebês, que agora não são mais tão bebês, estão com seis anos. Eles são incríveis. Elisa com a sua idade já sabe ler e de noite ela quem conta histórias pro Théo, que por sua vez é a criança mais comunicativa e simpática que conheço. Por mais que doa admitir isso, ele é a cópia fiel do pai, mas o importante é ter saúde. Eles são a dupla perfeita, cúmplices e ajudam a esconder as proezas um do outro, são amigos, fiéis e não sei se já disse, mas incríveis. Vou ficar por aqui porque cada vez que começo a falar deles eu não paro mais.

O que mais as pessoas me perguntam é como a minha vida amorosa está e bem, como posso descreve-la?

Há cinco anos atrás eu decidi ficar no Brasil e tentar um relacionamento com o pai dos meus filhos e em hipótese alguma eu posso dizer que deu errado, mas durante esse tempo nós já namoramos; Brigamos; Reatamos; Noivamos; Brigamos novamente; Reatamos de novo; Marcamos a data do casamento; Brigamos na véspera e desmarcamos tudo; Terminamos; Voltamos e cada um morando na sua casa; Rompemos tudo; Voltamos a morar juntos; Brigamos por ciúmes; Por esquecer a data de namoro; Pelas crianças; Por não decidirmos se eles estudariam espanhol ou francês; Por não entrarmos em acordo do que comeriamos no jantar; Brigamos até porque brigamos demais.

No momento decidimos que estamos, sim apenas estamos. Decidimos que não vamos rotular mais nosso relacionamento. Moramos na mesma casa porque a logística com dois filhos não nos permite morar longe, mas cada um tem um quarto, por mais que na maioria das vezes um acabe no quarto do outro. Achamos que dá mais certo assim, aquele relacionamento de brigas estava desgastante demais e assim somos livres.

- Onde a senhorita vai? - Lucas questionou entrando no meu quarto e vendo eu me arrumar em frente à penteadeira.

- Sair. - Respondi.

- Posso saber com quem?

- Minhas amigas.

- Só isso? - Ele questionou.

- Sim. - Disse e fui até meu guarda roupas procurando um colar.

- Com a Bárbara?

- Sim, porque? - O encarei.

- Não gosto dela. - Ele disse e eu o olhei. - Tenho a impressão que ela quer que você fique solteira pra sair com ela.

- Eu sou solteira, meu querido.

- Ah é? Não sabia. - Ele apoiou no batente da porta e cruzou os braços.

- Ficou sabendo agora. - Voltei pra penteadeira e peguei dois batons na mão. - Qual?

- O vermelho. - Ele escolheu.

- Tem certeza?

- Tenho, com esse se você beijar na boca eu vou ver. - Ele diz.

- Alguma vez você me viu de batom borrado? - Voltei em frente ao espelho pra colocar o batom. - Eu tenho minhas táticas pra beijar de batom e não borrar.

- Você não vai ter coragem de beijar outra boca por aí. Você sabe que é minha. - Ele vem até mim e beija minhas costas que estavam descobertas pelo body.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora