Aniversário

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Hoje seria a tão esperada e planejada festa de um ano dos bebês. Nossa intenção não era fazer uma mega festa, foi algo apenas pra nossos familiares e amigos, uma decoração bonita e comida boa.

Os gêmeos juntos com as outras crianças brincavam nos brinquedos enquanto os fotógrafos registravam cada momento, de imaginar as fotos meu coração derretia de fofura.

Na hora do parabéns Lucas ficou com Elisa no colo e eu Théo, os bebês batiam palmas junto com os convidados e não se envergonhavam em frente aos flashes das câmeras, assim como o pai, diferente de mim que queria que aquela tortura acabasse logo.

Logo após o parabéns e as fotos eu perdi meus filhos de vista, os convidados os carregaram cada um para um canto, eu já estava exausta e me sentei em um canto olhando os acontecimentos.

- Nós temos dois filhos carismáticos. - Lucas disse sentando do meu lado.

- Herdaram isso de você. - Respondi.

Lucas ficou em silêncio durante algum tempo.

- Ainda bem que o nariz é seu. - Ele disse me fazendo rir.

- Acho o do Théo parecido com o seu. - Respondi rindo.

- Sabe, tudo que eu mais queria quando fui para os EUA era arrancar um sorriso seu, mas tudo que eu conseguia era fazer você revirar os olhos de raiva. - Ele riu sem graça. - Nunca imaginei que comemoraria o primeiro ano dos nossos filhos ao seu lado.

- Nem eu. Eu sentia uma raiva tão grande, mas tão grande de você estar na minha casa, só não era maior que a raiva que eu sentir por você não corresponder da mesma forma. Quanto mais eu maltratava você, mais fofo você era comigo.

- Eu achava que você gostava de mim e eu te tratando bem você demonstraria.

- Você estava certo. - Confessei.

Lucas e eu continuamos ali sentados olhando a movimentação da festa e os bebês brincando.

- Isa, eu não quero ficar longe deles. - Lucas deitou a cabeça no meu ombro, eu o olhei e ele fez o mesmo pra mim. - Nem de você.

- Eu também não quero, Lucas.

Ele segurou minha mão e voltou a olhar para os bebês, logo Elisa veio em nossa direção correndo toda cambaleante e pulou no nosso colo. Lucas a abraçou apertado e ela devolveu o abraço, de repente eu senti culpa de querer separa-los.

~~

Depois da festa Carol foi conosco até o apartamento do Lucas levar os presentes das crianças.

- Olha que gracinha. - Disse mostrando o vigesimo ursinho que eu olhava.

- Eu nunca vi tanto brinquedo. - Carol disse.

- Nem eu. Mas como sao gêmeos as pessoas presentearam em dobro. - Sorri.

- Você vai levar tudo de volta?

- Não. Vou deixá -los aqui.

- Que pena! - Carol lamentou.

- Aham. - Respondi sentindo uma grande tristeza se aproximando de mim ao pensar que iríamos embora.

- Amiga, você pode enganar qualquer um, menos eu que moro com você a anos e sei tudo que você está sentindo só pelo olhar. Você está triste e eu sei com o que é.

- Eu não tô triste, tô cansada só. Hoje o dia foi longo. - Menti.

- Isadora! - Carol chamou minha atenção e achei estranho afinal, há muito tempo ela não me chamava pelo nome. - Você tá triste porque vai embora e vai deixar o Lucas aqui.

- Não vale a pena falar disso. Nós já decidimos que ele não vai embora conosco e ficar pensando nisso me faz mal.

- E por que você não fica? - Ela me questiona.

- Porque não, você sabe que eu não gosto daqui e que meu lar é lá.

- Seu lar é onde seus sentimentos estão. - Ela sentou no chão na minha frente. -  Olha só, tanto você, quanto seus filhos vão sentir muita falta do Lucas, você sabe que eles amam o pai dele e que vai ser difícil pra eles. Se você não consegue ficar por você, fica por eles.

Olhei em direção a porta do quarto e vi que o Lucas continuava no banho.

- Ele não sente o mesmo por mim, eu entendo que os bebês vão sentir falta deles, mas pensa o quanto vai ser doloroso ver ele construir família com outra pessoa enquanto eu vou viver infeliz por estar aqui e não estar com ele. As crianças recém fizeram um ano e vão se acostumar com a distância, eles não tem consciência ainda, mas imagina pra mim o quão difícil vai ser quando ele encontrar alguém. Eu tenho consciência e sei que isso machuca.

- Amiga, todo mundo vê o quanto ele é apaixonado por você. Sempre foi. Hoje mesmo, Mauro e eu comentavámos isso, a forma como ele olhava pra você. Ele é cabeça dura como você, nao da o braço a torcer, mas te garanto que ele gosta de você tanto quanto você gosta dele. - Ela disse.

- Você moraria nos EUA sozinha? Você nem dorme fora de casa sem mim. - Debochei.

- Eu prefiro mil vezes ficar sozinha do que ver você triste porque o cara que você gosta mora aqui.

- Eu vou ser totalmente infeliz aqui.

- Você não sabe, Isadora faz anos que foi morar lá, não pode julgar sua vida com base quando você tinha 15 anos. Se você não gostar de morar aqui, se não der certo com o Lucas você volta, minha casa sempre terá espaço para você e seus filhos, mas tenta. Muito pior vai ser você viver a vida toda sem saber se daria certo ou não com o cara que você gosta.

Fiquei em silêncio, era inútil discutir com a Carolina, talvez ela estivesse certa, disso eu nunca saberia.

Depois que ela foi embora, eu tomei um banho quente e em seguida fui me deitar, Lucas já estava lá olhando algumas fotos que tirou no celular, eu fui até minha bolsa e tirei uma foto dela, em seguida mostrei a ele.

- O que é isso? - Ele questionou.

- Lembra do desfile? Lembra que tiramos uma foto? O fotógrafo era meu amigo e me deu.

Ele analisou a foto.

- Eu tava muito elegante nesse dia. - Ele disse.

- Nós estávamos.

- Sinto saudades dessa época. - Ele diz olhando a foto.

Eu me estico pra ficar perto dele deixando nossos rostos bem próximos.

- Eu também. - Ele me olha e logo em seguida nos beijamos.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora