Décimo quarto dia

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Acordei com o sol começando a invadir os espaços entre as madeiras da janela. Me estiquei na cama e vi o Lucas dormindo bem calminho, olhei meu celular e vi que marcava 06:15 no relógio. Reclamei mentalmente e levantei da cama. Estava com sede.

Fui até a cozinha e pra minha surpresa Carol estava lá, um guardanapo em mãos e as taças usadas ontem a noite ajeitadas em fileiras.

- Por favor. Me diz que você não acordou esse horário pra arrumar a louça que sujamos ontem. - Disse a ela.

- Não. - Ela reclamou. - Eu só tô sem sono.

- Christian tem alguma coisa haver com isso? - Questionei.

- Claro que não. Quem você acha que eu sou pra perder o sono por causa de um garoto? Ainda mais o Christian.

- Minha amiga Carol que apaixona fácil?

- Eu não tô apaixonada por ele. Eu só quero... Pegar ele. Você entende? - Ela disse e sentou em uma cadeira a mesa.

- Entendo, só não concordo. Com tanto gringo na sua cola, você vai querer logo o Christian?

- Digo o mesmo a você. Com tanto gringo na sua volta você vai querer logo o T3ddy.

- É diferente. - Respondi.

- Por que?

- Lucas é gostoso. - Disse e ela riu.

- Ele é um gatinho, né? - Ela disse e eu concordei. - Mas você já pulou emcima do menino, nem tive tempo.

- Ele que veio atrás de mim. Eu nem queria.

- E você nem gostou disso, né. Como foi a noite?

- Não consegui dormir até ele pegar no sono. O garoto é muito inquieto, fica falando, se mexendo, ligando e desligando a luz. E você?

- Christian deitou, virou pro canto e dormiu. - Ela disse desanimada.

- Que broxante!

- Nem me fala. Tô arrependida de ter vindo pra cá. Jurei que ia conseguir dar uns beijos, mas pelo visto gastei dinheiro à toa com o aluguel desse lugar.

- Ah não desanima assim, se você não conseguir beijar pelo menos a gente pode se divertir.

- No meio do mato?

- Foi o lugar que você escolheu. - Disse e  ela bufou irritada. - Bom, vou voltar pra cama.

- Acho que eu também.

- Vê se dorme, criatura. Tá frio e a gente vai ter o dia livre.

- Tá bom. - Ela disse e foi se arrastando pro quarto.

Voltei pro quarto e fechei a porta, deitei devagar pra não acordar o Lucas. Puxei as cobertas lentamente e me acomodei na cama. Quando menos percebi o Lucas se mexeu bruscamente na cama me assustando.

- Que isso? - Questionei assustada.

- Você me acordou. - Ele disse.

- Eu deitei com toda calma do mundo pra não acordar você e levo um susto desse.

- Desculpa. - Ele disse e tentou me abraçar, mas eu o empurrei. - Você tá gelada. Onde estava?

- Fui tomar água.

- Você vai se resfriar.

- Garoto. Cala a sua boca antes que eu me estresse com você.

- Mas está frio e você com pouca roupa. Vai pegar um resfriado desse jeito.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora