Meses depois (parte quatro)

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É incrível acompanhar o crescimento de um bebê, de dois se torna mais emocionante ainda. A cada dia é uma nova descoberta, um centímetro a mais e por mais que meus filhos tenham sido gerados dentro de mim cada um tem uma personalidade única e agora com seis meses isso ficava mais nítido.

Elisa é mais independente, gosta de desenhos sobre animais e é apaixonada pelo pai. Théo é mais agitado, gosta de celulares e adora uma bagunça (por mais que o Lucas não aceite, é mais apegado em mim também).

Hoje eles tinham médico, cada vez que chegavam no consultório era uma festa, graças a Deus (e ao pai deles) tenho dois filhos extremamente carismáticos. Eles conquistam a simpatia de qualquer um é não é papo de mãe.

Depois de fazerem muita bagunça com a médica agora os dois dormiam nas suas respectivas cadeirinhas no banco de trás do carro. Hoje era o Lucas quem dirigia, em seis meses me acostumei com a ideia dele dirigir.

- Parece até mentira que tem dois bebezões no banco de trás do meu carro. - Disse admirando.

- Sabe o que é engraçado? Existe uma grande probabilidade deles terem sido feitos ali. - Lucas disse me fazendo rir.

- É verdade, né? Não tinha pensado nessa probabilidade.

- Na noite que você me usou pra esquecer seu ex.

- E você adorou ser usado. - Respondi.

- Não vou dizer que é mentira. - Ele riu. - Saudades de ser usado por você.

- Faz tempo, né? - Olhei pra ele e sorri.

- Muito tempo. Depois que os bebês nasceram você ficou careta.

- Sabe, eu sinto como se tivesse amadurecido 10 anos em 6 meses. Eu não faria mais o que fazia antes.

- Mas um sexo sem compromisso pode, né?

- Você não acha que a gente já tem compromisso demais? - O questionei.

- Você tá realmente me dando um fora? - Ele fingiu estar ofendido.

- Não. Eu não sei mais flertar.

- Como que ficamos tão velhos em tão pouco tempo?

- Acho que são as noites não dormidas. - Disse e me joguei no banco do carona olhando Lucas dirigir. - Lucas, que isso?

- Que isso o que? - Ele questionou assustado.

- É um fio de cabelo branco em você. - Disse a ele.

- Mentira Isadora. - Ele tentou olhar no espelho do carro.

Eu gargalhei.

- Você ficaria lindo grisalho, mas não tem cabelo nenhum. - Respondi.

Lucas suspirou.

- Que susto.

Eu continuei rindo e acordei os gêmeos, Lucas e eu precisamos parar o carro no meio do caminho para acalma-los.

~~

Quando chegamos em casa alimentamos os bebês e em seguida eles tomaram banho, na hora de dormir eu cuidei da Lisa e Lucas do Théo. Era mais facil colocar a menininha pra dormir e a ideia de deixar o meninos juntos nunca dava certo, eles faziam tudo virar bagunça.

Enquanto Lucas brincava se aviãozinho com o Théo fazendo o mesmo gargalhar, Elisa estava deitada no meu peito olhando os meninos calma e quase cochilando.

- Como você faz ela dormir tão rápido? - Lucas me questionou.

- Eu não brinco de aviãozinho, né Lucas. - Respondi.

- Ok filho. Agora a gente vai dormir. - Lucas tentou deitar o bebê, mas ele não queria e ficava em pé.

Levantei da cama e coloquei a Elisa que já cochilava no berço. Fui até o Lucas e peguei o Théo no colo. Comecei a balançar o bebê e mesmo resistente ele começa a descansar.

- A mamãe sempre tem que ser a chata que estraga a festa. - Disse enquanto ele resmungava.

- Você é melhor nisso que eu. - Lucas disse enquanto olhava eu balançando o Théo.

Sempre depois que os bebês dormiram era hora dos papais descansarem. Dessa vez Lucas e eu pedimos pizza já que Carol não estava em casa para cozinhar.

- Sabe, com o tempo eu aprendi a gostar da comida da Carol a ponto de sentir falta quando não como. - Lucas disse.

- Carol cozinha muito bem, ela deveria ter estudado gastronomia ao invés de moda. - Respondi.

- Ela seria ótima. - Lucas disse e bebericou uma cerveja.

- Você não fica constrangido de beber perto de mim sabendo que eu não posso?

- Você que lute. - Lucas disse e riu.

- Você é péssimo. - Respondi.

Lucas sentou perto de mim e passou um braço por trás dos meus ombros.

- Então se a gente ficar tendo dois filhos não é sem compromisso, né?

- Você não cansa mesmo, né?

- De você? Não mesmo. - Lucas sorriu e aproximou seus lábios dos meus.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora