Opostos - T3ddy

Quarto dia

Mais um dia eu amanheço com batidas na porta, dessa vez não me irrito tanto quanto antes. Me sento na cama e peço pra entrar, a minutos atrás estava sonhando, agora estou meio dormindo ainda.

- amiga? - Carol entra no meu quarto.

- O quê? - Respondo esfregando meus olhos.

- Eu começo a trabalhar hoje... - Ela começa.

- Eu tenho que levar as malas pro curso. - Falo revirando os olhos.

- E ta tudo bem? - Ela pergunta com uma sobrancelha arqueada.

- Tudo bem não ta, mas o que eu posso fazer?

- Aí que linda. - Ela me abraça apertado e eu tento me desvencilhar. - Nem sei como agradecer.

- Pedindo pra eles não me incomodarem. - Implorei.

- Ta bom. Vou pedir, obrigada, obrigada, obrigada. - Ela sai gritando do quarto. - Meninos ela deixou.

Ouvi alguns gritos na sala em comemoração, foi inevitável rir. Deitei na cama novamente e liguei o despertador para as 10:00AM e voltei a dormir.

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Depois de acordar e levantar pra almoçar finalmente chegou o horário de leva-los, depois de muita discussão deles e estresse meu, eles escolheram no par ou ímpar quem sentaria no banco do carona ao meu lado. O ganhador foi o Lucas mas isso não fazia diferença, já que os dois iam o caminho todo gritando e rindo. O lado bom era que eu não teria que aturar o Lucas e sua curiosidade sozinha, o lado ruim é que eu já estava com dor de cabeça.

- Sabe Isadora. - Christian deu ênfase no meu nome debochando do fato de eu não gostar deles me chamar de Isa. - Você é uma garota diferente.

- Christian. - Lucas o repreendeu.

- O que foi? - Christian disse rindo. - Você tem um estilo sabe?

- E o que isso tem? - Perguntei seca.

- Nada ué. - Christian disse. - Você se ofende por tudo.

- Você fala babaquice. - Lucas o repreendeu.

- Aí ta defendendo ela bebê. - Christian fez uma voz feminina e eu suspirei pesado. - Mas você é muito brava.

- Não sou brava, só não tenho paciência pra gente que recém me conheceu e acha que tem intimidade. - Respondo.

- Bem feito. - Lucas disse num sorriso.

- Você devia ficar do meu lado, ela vive te cortando também. - Christian disse.

- É que você provoca mano. - Lucas continuou.

Os dois seguiram numa discussão inacabavel, eu detesto dirigir com pessoas falando na minha volta, gritando então. Eu não aguentava mais a voz dos dois, foi quando a raiva chegou no ápice e eu não pude me conter.

- Quer saber? Chega, chega os dois. Eu preciso me concentrar na direção e com duas gralhas que nem vocês eu não consigo. Então o próximo que falar vai descer do carro e ir à pé e é bom vocês não testarem pra ver se eu tô falando a verdade ou não. - Gritei.

Logo depois do meu estouro os dois se calaram, Lucas se encolheu do meu lado e Christian suspirou o caminho inteiro, mas ficou em silêncio. Esse era meu momento de paz.

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Os levei até o curso e depois fui pro ateliê, não adianta, mesmo de férias não consigo ficar longe de lá, parece que se eu não estiver ali as coisas não vão sair como tem que ser. Eu sei que é coisa da minha cabeça e que todos ali são capazes e super competentes, mas eu não consigo evitar.