Uma semana depois

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Já fazia uma semana que tinha passado o aniversário dos gêmeos, Carol já tinha voltado pra casa e eu fiquei, só estava com medo de contar pro Lucas a minha decisão, tinha medo dele rejeitar ou não gostar da decisão. Eu não sabia como lidar com um fora dele depois de abrir mão de uma das coisas que mais amo na vida.

Eu mantinha contato com a Carol frequentemente, ela todos os dias perguntava se eu já tinha contado pro Lucas e minha resposta era sempre negativa, ela já ameaçou algumas vezes de ligar pra ele e ele mesma contar, mas eu queria que ele soubesse por mim.

- Não sai desse celular mais. - Lucas disse aparecendo na sala.

- Tô falando com a Carol. - Respondi deixando o celular de lado.

- Ela não veio mais nos ver, né. Acho que não gosta mais de você. - Lucas brincou e sentou ao meu lado no sofá.

- Ela já foi embora. - Respondi vendo meus filhos brincando sentadinhos no chão.

- Mas ela te deixou pra trás? Como você vai voltar sozinha com os bebês? - Ele questionou.

- Lucas, eu tenho que te contar uma coisa. - Meu coração batia disparado.

- Não me diz que você tá grávida de novo. Eu juro que usei camisinha todas as vezes que transamos. - Ele brincou e eu ri mesmo sem achar graça.

- Não é isso. - Disse.

- O que foi? É alguma coisa séria?

- Na verdade é. Eu preciso te falar isso logo se não eu vou morrer. - Disse tentando amenizar o clima, mas ele ficou sério me olhando. - Eu não consigo mais viver sem você. É estranho, mas todas as vezes que você voltou pro Brasil e me deixou nos EUA eu fiquei sentindo como se tivesse morrido por dentro.

- Isa...

- Cala a boca e não me interrompe porque pra eu não perder a coragem de falar. A Carol conviveu comigo nesses momentos e pode confirmar pra você. Eu ficava muito pra baixo, buscava me distrair em vícios e você sabe que eu tenho tendência de alguns. - Eu disse e ele riu. - É que eu simplesmente tenho medo de voltar a ser alguém ruim sem você.

- Você não é uma pessoa ruim.

As lágrimas correram pelos meus olhos.

- Eu sei, Lucas. Mas as circunstâncias da vida, o relacionamento ruim com meus pais, ter que me virar sozinha com apenas 15 anos em um lugar totalmente diferente, a quantidade de vezes que quebrei a cara com outras pessoas me tornaram uma pessoa que eu não sou e você foi a única pessoa que teve a paciência de buscar em mim mesma a minha verdadeira essência. Eu não sei se você vai querer ficar comigo, mas eu quero que você saiba desde já que eu sou muito grata por todo o seu carinho e que eu não poderia voltar pra casa sem ao menos tentar.

Lucas ficou em silêncio por alguns segundos, eu já estava preparada pra ouvir uma resposta negativa. Olhei pro chão e vi meus dois bebês brincando com o Johny, eles riam e tentavam pegar o cachorrinho que corria deles, quando de repente ele pulou no Théo e o empurrou direto pro chão. A Elisa começou a rir enquanto o cãozinho corria em volta do bebê deitado.

Lucas pegou o Théo do chão que fazia um beicinho, Johny sentou na frente do pai com uma carinha muito fofa, é como se ele pedisse desculpas. Aquela cena quebrou totalmente o clima do que eu dizia anteriormente e eu me sentia péssima porque não conseguiria repetir aquilo de novo e temia que não tivesse uma resposta.

- Obrigada, Johny. Você acaba de estragar o clima. - Eu disse secando minhas lágrimas.

- Isadora, aprende, é impossível conversar alguma coisa séria com esse trio por perto. Sempre alguma merda vai acontecer e estragar a conversa. - Ele disse embalando o Théo pra não chorar no colo.

- Tá, mas e o que você me diz?

- Esse apartamento é muito pequeno pra nós quatro. - Ele olhou pro Johny. - Ou melhor cinco. A partir de amanhã a gente vai procurar um maior em alguma imobiliária.

- O que isso quer dizer?

- Que eu também não consigo viver sem você. - Ele disse e largou o Théo no chão.

Eu fiquei durante alguns segundos em choque. Eu tentava digerir aquela situação e quando finalmente a ficha caiu eu pulei emcima do Lucas e o abracei.

- Prometo fazer o máximo pra isso dar certo. - Eu disse.

- Eu também. - Ele sorriu.

Quando eu estava prestes a beija-lo, Elisa jogou algum brinquedo no Johny e ele gritou. Realmente era difícil manter algum clima com esses três.

- Não judia do cachorrinho, Lisa. - Eu disse pegando o Johny no colo.

- Pede desculpa pra ele. - Lucas disse aproximando ela do cãozinho.

Ao invés dela pedir desculpa ela deu um tapa, consegui desviar ele a tempo antes de pegar. Lucas riu e eu o olhei feio.

- A gente não pode achar tipo desse tipo de comportamento, Lucas. Se for assim a gente já briga agora. - Eu disse.

- Desculpa, mas olha a cara dele. - Lucas disse segurando o riso.

Eu olhei pro Johny e o vi olhando assustado pra Elisa e comecei a rir também.

- Não vai ser uma tarefa fácil fazer isso dar certo. - Eu disse.

- Mas a gente tenta. - Lucas disse por fim.

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Autora:
Venho com todo pesar dizer que este é o penúltimo capítulo. O próximo nós vamos dar tchau pro nosso casal problema e como sei que vou estar sensível gostaria de dizer agora que foi um prazer contar essa história pra vocês. Obrigada por serem tão incríveis ❤❤

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora