Aeroporto

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Hoje era finalmente o dia do Lucas ir embora, por mais que eu detestasse pensar, hoje finalmente iria se concretizar.

É incrível a ligação que ele tem com a Elisa, ela passou o dia inteiro no colo dele sem querer mais ninguém, é como se ela soubesse que ele vai embora.

Carol e eu o levamos até o aeroporto, era impossível eu fazer isso com os dois bebês, que agora já têm um ano. Logo logo voltáriamos a nós ver no aniversário das crianças, mas era doloroso demais saber que ele não estaria ao meu lado na hora de dormir.

A despedida como sempre foi muito triste, Carol estava com o Theo no colo e eu Elisa, ele deu tchauzinho para os bebês antes de sumir da nossa visão e eles devolveram o aceno, mal sabiam que hoje o pai deles não estaria com eles.

- Sai dessa deprê, vocês vão se ver daqui a duas semanas. - Carol dizia.

- Eu não consigo. - Disse abraçada no Théo.

- Você precisa fazer um esforço, pelos seus filhos.

- Eu tô me esforçando, você acha que se não fosse por eles eu não estaria deitada dormindo o dia todo?

- Amiga, porque você não disse pra ele que gosta dele? - Carol sentou ao meu lado no chão.

- Eu falei, não diretamente, mas falei e ele disse que eu tava confundindo as coisas. - Respondi.

- Nossa. - Ela disse surpresa. - Sempre achei que ele fosse apaixonadinho por você.

A olhei séria.

- Você não ajuda assim. - Respondi.

- É sério, se você não fizer alguma coisa quando a gente for pro Brasil, você vai acabar perdendo todas as chances de vez. - Ela disse.

- Eu sei disso, só não sei o que fazer. - Respondi.

- Eu não gosto muito de clichês, mas sei que seu coração vai te guiar. - Ela respondeu. - Boa noite amiga, boa noite bebês. - Ela disse e beliscou a bochecha da Elisa que estava sentada brincando no chão.

Fiquei ali sentada com o Theo no meu colo e vendo a Elisa brincar, eu tinha consciência que em algum momento seria assim, só nos os quatro, mas não me preparei pra isso.

Elisa levantou do chão e me abraçou. Minha filha é tão sensível que as vezes nem parecia que eu a tinha gerado.

- Dadá. - Ela balbuciou.

- Você tá com saudade do Dadá, meu amor? A mamãe também está. - Eu disse e a abracei.

~~

Duas semanas depois:

A viagem foi incrivelmente tranquila, os dois bebês dormiram praticamente o caminho todo e acordaram apenas quando o avião decolou.

Meus pais e o Lucas nos esperaram no aeroporto, assim que chegamos cheias de mala e com os dois bebês eles correram em nossa direção. Todos foram em direção aos meus filhos brincando com eles.

- É Carol, nossa chegada já não é um super evento. - Eu disse e ela riu.

- Como foram de viagem? - Lucas questionou com o Theo no colo.

- Bem, só estamos cansadas agora. - Respondi.

- Você vai adorar os berços que comprei pra esses dois. - Lucas disse brincando com os bebês. - Deixei a cama arrumada também, sabia que você chegaria cansada.

- Como assim? Filha, você não vai lá pra casa. - Minha mãe me questionou.

Lucas fez uma careta.

- Mãe, fazem duas semanas que o Lucas não vê os filhos, não acho justo ele ficar longe deles e ele não vai dar conta de cuidar dos dois sozinhos. - Respondi.

- Eu comprei até um tapete novo para os meus netinhos brincarem. - Ela respondeu.

- Eu prometo que vou visitar vocês todos os dias. - Respondi, ela não ficou feliz, mas acredito que tenha ficado satisfeita.

- Gente, eu já vou. Meus pais devem estar me esperando. - Carol se despediu.

- Nós também, né Lucas? - O questionei e ele assentiu com a cabeça.

Todos nós nos despedimos e em seguida partimos para nossos respectivos lares.

Assim que o Lucas abriu a porta o Johny nas nossas pernas, eu estava morrendo de saudade desse cachorrinho.

O apartamento do Lucas parecia um playground, achei bonitinho ele se preocupar em receber nossos filhos.

Depois de dar banho nos bebês e alimenta-los, estávamos os quatro no sofá, Théo já tinha dormido e Lucas estava o levando pra colocar no berço, ele estava tão ansioso que por ele carregava os dois bebês no colo.

- Isa, vamos tentar uma coisa? - Lucas sugeriu.

- O quê?

- Senta no chão com a Lisa. - Ele pediu e  assim eu fiz.

Lucas pegou o Johny no colo, ele ainda não tinha chegado perto das crianças. Eu larguei a Elisa no chão que parecia estar hipnotizada pelo cãozinho, aos poucos o pai dela foi soltando o cachorro que começou cheirar a bebê, ela dava alguns gritinhos de felicidade e tentava pega-lo, mas ele corria em volta dela.

- Meus filhos são tão lindos. - Lucas disse olhando aquela cena.

- Nossos filhos. Sou mãe do Johny também. - Fiz bico e peguei o cachorro no colo.

- A gente tem uma família linda, né?

- Sim. - Sorri pra ele antes do Johny saltar do meu colo e voltar a correr.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora