Décimo segundo dia (parte dois)

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O barzinho começou a ficar cansativo então Isadora e eu decidimos ir embora, já embriagados e falantes saímos na porta mas antes pagamos a nossa comanda, o homem que trabalhava no caixa vendo nosso estado se ofereceu pra chamar um táxi pra nós, mas agradecemos.

- Onde tá o carro? - Isadora perguntou mole.

- A gente veio de táxi, lembra?

- Sério? Mas eu tenho a impressão que vim com meu carro. - Sua cara tinha um grande ponto de interrogação. - Não é aquele ali? - Ela fecha um olho pra conseguir enxergar o carro.

- Não, não é nem parecido.

- Cala a boca, você acha que eu não conheço meu bebê? Mamãe já tá indo. - Ela diz indo em direção do carro.

- Isadora, espera. - Vou atrás dela com um pouco de dificuldade.

Ela vai até o carro e tenta abrir a porta que por sorte está trancada, logo um homem alto aparece e pelo que eu entendi ele é o dono do carro. Isadora conversa um pouco com ele e logo em seguida os dois se despedem.

- Porque você não me disse que não era o meu carro? Ele ficou bravo. - Ela me xingou.

- Mas eu disse e...

- Você não tem o direito de falar agora, me deixou passar essa vergonha.

- Tudo bem. - Me rendi, ela estava muito bêbada e por mais que eu também estivesse ainda estava melhor que ela.

- Sabe o que eu queria agora? Sorvete. - Ela me pede manhosa.

- Ótimo, mas onde vamos achar sorvete a essa hora?

- Querido, não estamos no Brasil, a gente acha qualquer coisa funcionando esse horário aqui. É só me seguir. - Ela sai cambaleante pra rua.

- Isadora, vem aqui. - Seguro sua cintura. - Onde você vai? Pode ser perigoso, tá tarde.

- Não estamos no Brasil, relaxa que do meu lado vai dar tudo certo, eu conheço esse lugar como a palma da minha mão, só preciso me localizar de onde estamos. - Ela olhava o lugar ao redor com os olhos semi cerrados.

- Não acho que isso seja uma boa ideia.

- Você não confia em mim? - Ela me olhou fixamente com um olhar triste o que me fez amolecer.

- Ok, mas se eu achar que estamos perdidos a gente chama um táxi. - Disse.

- Cala a boca e me segue que vai dar tudo certo. - Ela disse atravessando a rua e ignorando completamente o carro que vinha em nossa direção. - Maluco! - Gritou pro motorista que buzinou em resposta. - Ele acha que tá no Brasil.

- Isadora, vamos devagar. Você tá bêbada.

- Quem tá bêbada aqui? Só se for você porque eu estou ótima. - Ela falava engraçado.

Mesmo com relutância da parte dela, eu envolvi sua cintura com um braço pra dar apoio a ela. Apesar de lindo, seu sapato de salto não era o mais recomendado pra andar à pé essa hora na rua bêbada ainda por cima.

Vimos de longe um estabelecimento com luzes ligadas e algumas poucas pessoas lá dentro, Isadora quase pulou de felicidade quando viu o local e fez questão de me dizer que estava certa e eu errado.

Entramos no local e antes que eu pudesse olhar ao redor Isadora foi até o freezer onde ficava os congelados, fui até ela meio tonto ainda, as luzes brancas do local pioraram a situação e eu fiquei pior ainda.

- Você podia me esperar? Eu tô tonto. - Reclamei com ela.

- Você é tonto querido Lucas. Qual sabor você quer? Eu gosto de baunilha. - Ela diz olhando dentro do freezer.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora