Décimo segundo dia (parte três)

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Depois de comermos nossos sorvetes e a Isadora fumar um cigarro pegamos um táxi e fomos pra casa. Ela estava relutante quanto a entrar, por ela continuávamos na rua andando sem rumo.

- Isadora se você não parar quieta eu vou te enfiar embaixo do chuveiro. - Digo tentando tirar o sapato dela.

- Que sexy. - Ela diz.

- Você só me provoca, mas tenho certeza que se fizesse alguma coisa você me mataria amanhã.

- Você está certo. - Ela diz enquanto eu levanto do chão. - Como você fez pra melhorar tão rápido?

- Eu cuidei de uma certa bêbada.

- Eu tô bêbada? Eu só tô tonta.

- Aham. - Sorri. - Você precisa de ajuda?

- Quero que você me ajude a colocar minha camisola. - Ela pediu sapeca.

- Onde tá? - Questionei e ela apontou pro lugar onde estava. - Eu vou ajudar você e vou dormir porque amanhã tenho aula...

Quando me virei de frente pra ela, vi que estava sem o vestido que ela vestia anteriormente e estava só de lingerie.

- Me ajuda a colocar. - Ela esticou os braços pra que eu colocasse.

Ajudei ela a colocar seu pijama e em seguida a arrumar sua cama, ela deitou e eu ajeitei seus travesseiros, ela me olhava fixamente pra mim o que me deixava tímido.

- Mais alguma coisa? - A questiono.

- Sim, eu quero fumar um cigarro. - Ela senta na cama bagunçando o que eu tinha arrumado.

- Isadora, você já tá pronta pra dormir. - Insisto.

- Só um cigarrinho. - Ela pede.

- Você tá tão cheirosa, vai ficar fedendo a cigarro.

- Ok então. - Ela deita novamente.

- Já vou pro meu quarto então. - Digo levantando da cama mas ela me puxa me fazendo sentar novamente.

- Não vai querer dormir comigo?

- Você não gosta. Deixaria hoje?

- Quem sabe. - Me provocou.

- Eu posso ficar aqui hoje?

- Não. - Ela disse e gargalhou me fazendo revirar os olhos. - Ei, não revira os olhos pra mim, sou eu quem faz isso.

- Já que você não vai deixar eu ficar, eu vou dormir no meu quarto. - Levantei da cama e fui até a porta, mas antes parei e a olhei. - Tem certeza que não quer que eu fique?

- Tenho. - Ela riu baixinho.

- Boa noite.

- Boa noite Lucas. - Ela gritou antes de eu fechar a porta.

Fui pro meu quarto dormir, olhei no relógio e vi que já eram quase 4:00am. Me joguei na cama não acreditando na noite de hoje, conheci uma Isadora totalmente diferente da que tinha visto até agora. E eu adorei.

~~

Ponto de vista: Isadora

Ouvi um barulho na porta e a claridade invadir meu quarto, abri os olhos e fechei rapidamente, senti uma pontada na minha cabeça então grunhi de dor.

- Isadora. - Ouvi a voz manhosa do Lucas.

- Quê? - Respondi com dor.

- Cadê a Carol e o Chris? - Me perguntou.

- Como que eu vou saber? Você me acordou. Que horas são? - Abri os olhos com dificuldade.

- 14:15. - Ele respondeu.

- Você não foi pro curso? - O questionei.

- Eu recém acordei.

- Fecha essa porta, minha cabeça vai explodir. - Disse e ele fechou a porta melhorando minha dor de cabeça.

- Eu acho que eu vou morrer. - Ele disse e se atirou emcima da minha cama.

- Eu também. - Cobri minha cabeça com o travesseiro.

- Você se lembra do que aconteceu ontem? - Ele me questiona.

- Não nem quero. - Reclamei.

- Nem parecia você. - Ele riu e logo reclamou da dor de cabeça.

- Eu bati em alguém?

- Não. - Ele respondeu.

- Eu fiz algo ilegal?

- Não também.

- Então tá tudo ok.

- Você fica muito legal bêbada, quase arrombou um carro pensando que era o seu e a gente nem foi no seu carro.

- Como assim? - Disse sem lembrar.

- A gente foi num restaurante e depois fomos num bar, lembra?

- Sim.

- Quando a gente saiu do bar você começou a procurar seu carro e viu um que nem parecido era e quis que o carro abrisse, aí o dono do carro apareceu e você discutiu com ele.

- E você deixou eu passar vergonha?

- Você me disse isso na hora também. - Ele gargalhou. - Eu disse pra você que não era seu carro, mas você é muito cabeça dura.

- Que vergonha. - Apertei o travesseiro no rosto.

- Você disse que eu sou lindo também. - Ele disse e eu tirei o travesseiro do rosto pra encara-lo. - Que foi?

- Não força.

- Mas é sério.

- Eu tava bêbada Lucas.

- Bem bêbada.

- A gente transou? - Questionei.

- Isadora, você é sempre tão direta! - Ele riu. - Não, por que?

- Menos mal, não me sinto tão usada assim.

- Não que você não quisesse.

- Ai garoto bem menos.

Meu celular tocou e senti como se levasse uma martelada na cabeça, fechei os olhos com força e peguei o celular pra atender.

- Oi. - Disse com dor.

- Oi amiga, como você tá? - Ouvi a voz da Carolina do outro lado.

- Não sei.

- Credo que voz. Tenho uma missão pra você hoje.

- Não quero. - Grunhi.

- Não sei opção pra você. Você precisa ir no mercado caso contrário não teremos jantar hoje.

- Carolina, eu bebi ontem, minha cabeça tá doendo e...

- Você tá de ressaca? - Ela gargalhou. - Você bêbada é a melhor pessoa.

- Não grita carolina. Minha cabeça dói. - Disse baixinho.

- Tá bom, mas você precisa ir no mercado. A lista das compras ficou emcima da mesa e eu não quero apressar você, mas tá ficando tarde e eu tô com fome. - Ela disse e desligou.

- Droga! - Apertei a cabeça com o travesseiro.

- O que foi? - Lucas questionou.

- A Carolina incomodando. - Disse levantando da cama. - Levanta logo porque a gente precisa ir no mercado.

- A gente? Eu tenho que ir também? - Ele me olhou.

- Sim, ou você acha que eu vou ir sozinha no estado que estou?

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora