Estava ansioso esperando que a Isadora esboçasse qualquer reação quanto ao lugar que a trouxe, mas pra minha insatisfação ela só observava sem dizer coisa alguma.
- Isadora, tá tudo bem? - A questiono não aguentando mais tanto suspense.
- O lugar é bacana.
- Quer dizer que eu acertei? - Digo empolgado.
- Não, calma. Eu tenho que ver primeiro o cardápio. - Ela diz com sua postura confiante.
- Ok. - Digo trancando o riso.
Fomos até a nossa mesa, ela sentou na minha frente e observou o menu atentamente. Como não queria passar vergonha quando fiz a reserva pedi pra ver o menu e tirei uma foto pra pesquisar em casa e assim não precisar da ajuda dela. Fiz meu pedido e ela o mesmo.
- Tá aprendendo inglês? Que bonitinho. - Ela diz.
- Você me acha bonitinho? - Pergunto e ela revira os olhos. - O que foi?
- É sério que você tá me perguntando isso?
- Sim, por que?
- Porque é lógico que você é bonito, não tem necessidade de eu dizer isso.
- Jura? - Dou um sorriso largo.
- Sim, Lucas. - Ela fala naturalmente. - Acha mesmo que se eu te achasse feio estaria aqui com você? Você só se veste meio mal as vezes.
- Não precisa me humilhar também. - Me encolho. - Eu só não entendo muito de moda.
- Eu vejo. - Ela diz e beberica seu copo d'água.
- Essa é a hora que você me oferece ajuda.
- Eu não. Esse é o meu trabalho e eu não trabalho de graça.
- Tá certo. Eu também não trabalho de graça. E aí aprovou o cardápio?
- Levando em consideração que tem meu prato favorito sim. - Ela responde. - Jura mesmo que foi você quem escolheu esse lugar?
- Claro. Por quê?
- Não acredito. Não é seu tipo.
- Claro que é. Você quem não me conhece. Nem da brecha pra conhecer.
- Não me leva a mal, só não quero muito envolvimento, daqui a umas semanas você vai embora e tudo isso aqui não vai ter sentido. Vamos ser só um caso que passou na vida do outro. - Ela diz friamente e meu interior estremece.
Sei que somos passageiros na vida do outro, mas não acredito que precisa ser assim. Tenho consciência que daqui a umas semanas não estarei mais na sua casa, mas pelo menos amigos podemos ser.
- E por isso precisamos ser inimigos?
- Inimigos não, mas não precisamos ser melhores amigos. Muito menos brincar de sermos namorados.
- Mas amigos podemos ser. - Insisto.
- Você acredita em amigos que transam? - Ela me encara de um jeito sexy.
- Acho que podemos quebrar esse protocolo. - Digo e ela ri.
- Não entendo vocês homens, nunca querem assumir compromissos e quando damos a oportunidade de vocês ficarem com alguém sem compromisso vocês ficam assim.
- Eu não sou como os outros.
- Só por essa frase vejo que você é. - Ela diz e eu gargalho.
- Eu entendo que não significo muita coisa pra você, só não queria me sentir um nada.
- Ok. - Ela suspira fundo. - Pergunta alguma coisa que você queira.
- Qualquer coisa?
- Sim, só não garanto que vou responder.
- Do que você gosta?
- Muito ampla sua pergunta, eu gosto de muitas coisas.
- Sério? Não me leve a mal, é que você parece bem indiferente a tudo.
Ela joga o cabelo pro lado e desvia o olhar que estava fixo em mim pro lado.
- Eu não me importo mesmo. - Ela ri sem mostrar os dentes.
- Por isso que eu perguntei. O que você gosta?
Ela parecia impaciente, continuava mexendo no cabelo.
- Eu gosto do meu trabalho, gosto da minha casa, gosto da minha vida...
- Isso é superficial.
- O que você quer saber afinal? - Ela grita.
- Saber o que você gosta. - Digo calmo.
- Gosto de coisas simples, gosto de divertir com meus amigos, de comer coisas que eu gosto, de ficar tranquila em casa assistindo televisão, de me sentir confortável... - Ela diz por fim.
- Acho que não somos tão diferentes.
- Somos sim. - Ela faz bico.
- Bom, você não me perguntou, mas eu gosto de estar com meus amigos, gosto de saber que meu trabalho da certo, gosto de ver você se abrindo comigo.
- Tem razão. Eu não te perguntei. - Ela diz me fazendo rir.
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Opostos - T3ddy
أدب الهواة🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!