Décimo segundo dia (parte quatro)

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Lucas e eu fomos ao mercado, pra eu conseguir ficar de olhos abertos tive que usar óculos escuro. Minha cabeça doía e eu sentia um enjoo terrível, não consigo lembrar a última vez que bebi tanto assim. Se algum dia bebi.

Depois de fazermos as compras paramos pra comer, já eram quase 16:00 e estávamos de estômago vazio.

- Tô sem vontade nenhuma de comer. - Lucas disse e empurrou o prato.

- Eu também. - Apoiei os cotovelos emcima da mesa e esfreguei as têmporas. - Se arrependimento matasse...

- Eu não me arrependi. - Lucas disse e sorriu. - Foi divertido.

- Se eu lembrasse pelo menos.

- Você se arrependeria ainda mais.

- Pelo menos teria um motivo.

- Não seja por isso, a gente pode ir hoje e repetir de novo. - Lucas disse.

- Você não tem amor ao seu fígado, não?

Lucas riu.

- Fazia muito tempo que eu não fazia isso.

- Eu acho que nunca bebi tanto. Pelo menos nunca fiquei como hoje.

- Você disse ontem que não se diverte muito, estava à procura de diversão.

- Cada coisa que você me conta da noite passada eu me sinto pior. - Cubro o rosto com as mãos.

- Isadora agora é sério. Precisamos comer.

- Eu sei Lucas, mas meu estômago tá péssimo. - Coloco uma batata frita na boca. - A gente podia ter pedido uma coisa melhor também.

- Verdade. - Ele olha uma batata já fria e faz uma careta. - Sabe, você tá conversando direitinho comigo, não me chamou de idiota ou otário até agora.

- Não tô com ânimo pra te xingar. Amanhã eu desconto o dia de hoje.

- Engraçadinha você Isa. - Me provocou.

- Você também Toddy.

- T3ddy. - Ele corrigiu e gargalhou.

- Mesma coisa. - Dei de ombros e tomei um gole do meu suco.

- Você podia ser sempre assim, né? - O olhei sem entender. - Assim... Menos grossa.

- Eu não sou grossa.

- Eu sei, é o seu jeito. É que magoa as vezes. - Ele diz sem graça olhando os dedos.

- Tudo bem. - Reviro os olhos. - Eu vou tentar ser mais delicada.

- Que ótimo! - Ele diz de sobressalto. - Você podia parar com esse negócio de revirar os olhos também, né?

- Não exagera.

- Tudo bem. Eu prometo que vai ser legal. - Ele diz e segura minha mão que está emcima da mesa.

- Tá, mas agora vamos comer pra não piorarmos. Não pretendo terminar esse dia no hospital. - Disse puxando minha mão fazendo ele soltar.

- Tudo bem. - Ele pega seu sanduíche e leva a boca, mas para e me olha. - Posso te chamar de Isa?

- E eu posso te chamar de Toddy?

- Pode, mas é T3ddy. - Ele ri.

- T3ddy os outros te chamam, Toddy vai ser o meu apelido pra você.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora