Décimo primeiro dia (parte dois)

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Convencer a Isadora a sair é o mais difícil de tudo, ela simplesmente diz não pra tudo que propomos à ela.

Depois de chegarmos em casa procurei ela pela sala e cozinha, mas não estava, respirei fundo, não posso negar que estava ansioso pra ver qual seria sua resposta. Fui até a porta do seu quarto é bati, minhas mãos suavam a cada segundo que passava.

- O que você quer? - Ela pergunta assim que abre a porta.

- Falar com você. - Minha voz saiu mais calma do que eu estava.

- Fala.

- Queria saber se você quer sair hoje a noite pra conversarmos e...

- Não. - Ela interrompe e tenta fechar a porta mas eu seguro.

- Não tem essa opção. Ou é sim ou com certeza. - Digo e ela revira os olhos.

Tão típico dela!

- Eu não quero sair.

- Me da essa chance. Deixa eu te levar num lugar legal. - Falo mansinho com ela.

- Leva? Jura? Tem certeza que não vai dizer pra eu escolher onde quero ir? - Ela me provoca.

- Hoje não. - Sorrio e mordo o lábio de baixo. - Tenho certeza que você vai se surpreender.

- Então ok, mas se eu não gostar volto pra casa na mesma hora. - Ela diz.

- Ok. Combinado. - Estendo minha mão pra ela apertar e assim ela faz. - As 20:00 a gente sai.

Ela fecha a porta e eu comemoro, quero que tudo saia perfeito hoje, vou me esforçar ao máximo pra essa noite ser memorável pra Isadora.

Tomei banho e fui pro meu quarto me vestir, revirei todas as roupas que tinha trazido e nada parecia ser bom o suficiente, mas eu queria fazer isso sozinho, já precisei da ajuda da Carol pra escolher o lugar onde vamos, queria escolher pelo menos a minha roupa.

Ouvi batidas na porta e fui atender, me surpreendi ao ver a Isadora enrolada em uma toalha escorada no batente.

- E ai. - Ela diz entrando no meu quarto.

- Oi. - Fecho a porta e me viro pra ela que estava sentada na minha cama. - Tá cedo ainda e sua roupa não é apropriada pra irmos.

- Ai que gracinha. - Ela faz uma careta. - Vim justamente saber com que roupa eu vou.

- Como assim?

- Preciso saber pra qual lugar nós vamos pra escolher minha roupa.

- Isso é segredo. Você só vai ver quando chegarmos lá.

- Tenho um mau pressentimento quanto à isso.

- Você não confia em mim?

- Não. - Ela fala séria e eu espero ela dizer que está brincando, mas ela continua com a mesma expressão.

- Ok. Vamos fazer assim, escolhe a roupa que você mais gostar. Que represente melhor seu estilo.

- Como vou saber se não sei a situação?

-  Não é tão difícil. Eu surpreendo você e você me surpreende. - Sorrio pra ela.

- Ok então. Mas se o lugar não tiver a altura do meu look eu te mato. - Ela levanta da minha cama e vai em direção a porta, mas antes para e me encara. - Não preciso dizer o que vai acontecer se eu me decepcionar, não é?

- Você não vai.

- Você tá muito convencido hoje. - Ela vira as costas e sai pelo corredor.

- Fica bem gostosa pra mim. - Grito fazendo ela me olhar, jogar o cabelo por cima do ombro e ir em direção ao seu quarto.

Linda!

Eram 19:45 quando terminei de me arrumar, era básica a minha roupa camiseta preta, calça preta e jaqueta jeans. O lugar não era chique e eu espero que a Isadora também não esteja. Coloquei meu perfume novo, arrumei o cabelo e esperava ela ansioso na sala.

Ouço a porta do seu quarto abrir e logo ela aparecer na sala, sorrio quando a vejo. Por incrível que pareça representou seu estilo e ainda combinou com o lugar. Ela acertou em cheio.

- Pontual. - Disse olhando no relógio.

- Eu sou. Me admira você já estar pronto. - Ela responde.

- Fiz esse esforço. - Sorri. - Vamos?

- Aham. - Ela sai na minha frente em direção a porta.

Caminhamos até o quintal quando ela vai em direção a garagem me fazendo parar na sua frente impedindo sua passagem.

- Deixa eu ir pegar o carro. - Ela diz irritada.

- Quem disse que vamos no seu carro?

- Vamos a pé? Podia ter me dito pra eu colocar calçados mais confortáveis.

- Vamos de táxi.

- Táxi? Pra que isso quando se tem dois carros e uma moto na garagem?

- Para de reclamar das minhas ideias e vem, ele já está nos esperando. - Seguro seu braço e faço ela me acompanhar até a rua.

Discretamente entreguei o endereço do restaurante num papel pro motorista que sorri como resposta. Isadora olha tudo com intrigada, queria saber o que está passando na sua cabeça agora.

O motorista nos deixa em frente ao lugar, eu pago e descemos os dois. Por algum motivo Isadora parecia irritada.

- Depois eu te pago minha parte no táxi. - Ela diz.

- Não, essa noite é por minha conta. - Digo.

- Você realmente quer que eu vá embora? Porque se a resposta for sim é só continuar com essa pose de macho dominador. - Ela diz irritada.

- Desculpa, eu só quero que seja legal.

- Pra ser legal eu posso tirar dinheiro do meu bolso também. Não me sinto à vontade assim.

- Mas não precisa se sentir assim, eu faço isso porque posso e quero.

- Eu também posso e quero.

- Ok, não vamos brigar por dinheiro agora. Depois a gente fala nisso, vamos entrar e aproveitar a noite.

- Mas não pensa que eu vou me esquecer disso. - Ela diz me fazendo rir.

Tentei segurar sua mão mas ela puxa e não permite, sorrio constrangido e caminho ao seu lado até a porta do local, ela ia a minha frente sem ao menos me olhar. Paramos na recepção do estabelecimento e confirmo a reserva e então o simpático senhor nos permite passar e então entramos no lugar.

- E aí, gostou? - Pergunto a ela nervoso com a resposta.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora