Ponto de vista: Lucas
- Sua amiga é uma vaca. - Gritei pra Carol na mesa do bar enquanto tomava uma dose de whisky.
- Acho que não foi por falta de eu avisar. - Christian diz.
- Isadora é meio difícil, T3ddy. Mas ela tá bem melhor com você. - Carol diz. - Acredite em mim, ela consegue ser bem pior.
- Mas e porque caralhos ela não demonstra? - Gritei e bati na mesa.
- Porque ela é assim. - Carol diz tranquilamente e isso me irrita mais ainda.
- A gente podia mudar de assunto, né? Essa garota vai tornar nossa noite num porre até sem estar aqui. - Christian sugere mais é ignorado.
- Mas que droga esse jeito dela. Eu entendo isso. Mas porra, assim como eu me esforço pra entender, ela podia se esforçar pra melhorar. - Digo e dou outro gole do whisky que desce rasgando na minha garganta.
- Se você realmente quer a Isadora, vai ter que tirar água de pedra porque ela realmente é complicada. - Carol diz.
Levo as duas mãos na testa, não sei até quando vou aguentar essa situação.
- T3ddy amigão. - Christian põe a mão no meu ombro. - A gente tá em Nova Iorque, tá cheio de gringa te olhando aqui, cê é um cara de presença. Para de se estressar pela chata da Isadora e aproveita a viagem. Daqui a uns dias a gente vai embora e você nem aproveitou.
- Que droga. A gente vai embora daqui uns dias e a Isadora e eu não passamos um dia como duas pessoas normais sem brigar. - Me surpreendo ao pensar isso. - Carol você tem que me ajudar.
- O quê você quer que eu faça? - Ela Questiona surpresa.
- Me ajuda a derreter o coração de gelo da sua amiga. Eu sei que não é o melhor momento pra pedir isso, mas meu tempo tá acabando e eu quero que essa viagem deixe boas lembranças pra ela e pra mim. - Peço.
- Tudo bem, T3ddy. Eu te ajudo. - Carol me olha e sorri.
- Que saco. - Christian bufa.
~~
Décimo oitavo dia
Ponto de vista Isadora
Depois de passar a noite e metade do dia na casa da Sam, voltei pra casa consciente que não teria ninguém disposto a olhar na minha cara. Na verdade eu pouco ligava pro Christian e pro Lucas, o que me magoava mesmo era a Carol. Eu sempre tive uma má impressão quanto a vinda desses dois pra cá.
Abro a porta e vou direto pro meu quarto. Largo minha bolsa num canto da cama e me deito. Meu peito ardia de tanto que tossi na noite passada e eu estava com bastante frio, olho no relógio e vejo que marcava 18:45 e o sol já se punha.
Fico deitada esperando a noite chegar pra poder dormir, nesse momento eu sinto vontade de chorar. Me sinto sozinha como jamais me senti. Sinto saudade da minha irmã, da minha família, do meu cachorro que ficou no Brasil. Penso em ligar pra eles mais sei que não aguentaria e acabaria desabando. Me sinto ridícula. Depois de tantos anos aqui logo agora sentir falta de casa é ridículo. Rio de mim mesma e uma lágrima corre. Seco rapidamente, odeio chorar.
Puxo meu cobertor e me encolho na cama, não vou esperar a noite. Vou dormir agora.
Ponto de vista Lucas
Termino a surpresa pra Isadora e vou até o quarto dela espera-la chegar, estava empolgado pra que tudo desse certo e nós nos acertassemos de vez. Sei que daqui a alguns dias não estarei aqui e quero deixar boas lembranças ao menos.
Abro a porta lentamente e vejo ela deitada na cama, estava toda encolhida e com as pernas cobertas, mesmo com o calor que estava. Me pergunto se a sua gripe teria melhorado.
Vou caminhando devagar até onde ela estava deitada, a vejo dormindo tão calma que nem parecia ela. Mexo no seu cabelo e ela geme baixinho. Em seguida dou um beijo na sua bochecha e ela acorda de sobressalto. Rio do seu jeito e ela cobre o rosto com as duas mãos.
- Bom dia princesa adormecida. - Digo.
- Que caralho, Lucas. Quer me matar me da um tiro, mas não me assusta assim. - Ela diz me fazendo rir.
- Eu quero te mostrar uma coisa. Vem comigo.
- Eu tô com frio, não quero levantar daqui.
- Traz seu cobertor junto. Eu te ajudo. - Peço ansioso.
Ela me olha e acaba cedendo. Levanta e se enrola no cobertor que estava. Eu ajudo a achar seu chinelo e saímos do quarto. Ela não parecia muito bem, mas logo logo espero que isso melhore.
Saímos de dentro de casa e a levo até o quintal da casa, alguns olhares curiosos dos vizinhos estava em nós e na grande barraca montada ali, mas eu não me importava. Isadora olhava aquilo curiosa sem entender.
- O que é isso no meu quintal que custa caro pra manter? - Ela me questiona.
- Eu pago até 15 jardineiros caso você goste do que eu fiz. - Respondo ela.
- Então eu gostei.
- Só porque eu prometi pagar o jardineiro? - Questiono.
- Pela beleza disso não é. - Ela para em frente a barraca e espera eu abrir. - Eu tô com frio, sabia?
Eu termino de abrir e a olho.
- Pode ser chata o quanto quiser, mas hoje eu não vou ligar. - Abro a barraca, ela revira os olhos e se abaixa pra olhar.
- Foi você quem fez? - Ela me questionou e eu confirmei com a cabeça. - Eu adorei.
Meu coração que estava disparado bate mais forte ainda, preparei com tanto carinho cada detalhe que saber que ela gostou dava sentido a tudo aquilo.
Ela entra na barraca e se senta com as pernas cruzadas sob o colchão inflável, eu entro em seguida e fecho a barraca. Ela olhava as fotos que colei nas paredes e as almofadas que coloquei pra ficar confortável. Meu coração parecia estar querendo sair do peito com essa situação, mas era de felicidade.
- Esses desenhos de coração são pra deixar um clima romântico? - Ela questiona.
- Sim, pra ver se inspira.
- Ah que interessante. - Ela parecia estar debochando. - Tem certeza que isso é ideia sua?
- Mas é claro. A Carol me deu uma ajuda ou outra só.
- Ela deu toda a ideia e você só executou, não foi?
- Basicamente isso. - Confesso arrancando um riso dela.
- Pra que estamos aqui?
- Pra fazermos as pazes. - Respondo e ela abaixa a cabeça olhando seus dedos.
- Eu brigo com você por nada, te xingo e você toma a iniciativa de fazer as pazes? Acho que eu não mereço você. - Ela diz visivelmente constrangida.
- Eu entendo que você está tentando me afastar de você, mas quero que saiba uma coisa. - Seguro a sua mão e ela me olha. - Pode tentar o quanto quiser, mas você não vai conseguir.
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Opostos - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!