Sexto dia (parte 2)

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Depois de comer sentamos os quatro na sala, Carol ao meu lado e os meninos em outro sofá. Eu estava focada na televisão e não prestava atenção no que eles falavam, até a Carol me cutucar.

- O que vocês acham de nós bebermos alguma coisa? - Carol disse empolgada.

- Ah eu acho legal. - Christian disse.

- E você T3ddy? - Carol disse.

- Ah tudo bem. - Ele disse constrangido.

- E você Isa? - Carol questionou.

- Eu não bebo. - Disse olhando pra televisão.

- Ah ta bom. - Carol gritou e foi em direção a cristaleira onde ficam as bebidas. - O que vocês querem beber? Tem vodka, whisky, tequila...

- Eu gosto de Whisky. - Eu disse.

- Depois não bebe. - Carol gargalhou.

Ela pegou os copos, colocou gelo e arrumou a garrafa na mesinha de centro, serviu uma dose pra cada um e se sentou ao meu lado. Os meninos deram um gole e fizeram careta, Carol e eu nos olhamos sem entender e bebemos.

- Vocês bebem isso aqui por água? - Christian disse fazendo careta. - Vocês não fazem nem cara feia.

- Nós não somos escandalosas como vocês. -  Carol disse.

- Vocês não tem garganta. - Lucas disse balançando a cabeça fazendo cara feia.

- Sabe o que eu pensei agora? - Christian disse.

- Você pensa? - Perguntei mexendo meu copo.

- Que gracinha. - Ele debochou. - A gente podia brincar de eu nunca.

- Lá vem ele. - Lucas balançou a cabeça novamente.

- Eu topo, mas não sei o que é isso. - Carol riu.

Os meninos explicaram como se brinca e a Carol logo aceitou. Eu sabia que essa brincadeira não acabaria em coisa boa, mas aceitei também.

- Carol pode começar. - Christian disse.

- Deixa eu pensar. - Carol se ajeitou no sofá. - Eu nunca fiz... - Pensou um pouco. - Ménage.

- Pra quem nunca brincou a Carol já começou bem. - Lucas disse rindo.

Os três beberam, Carol gargalhou após beber e então os três me olharam com dúvida.

- O que foi? Eu nunca fiz. - Me defendi.

- A Isadora é chata. - Carol bateu no meu ombro. - Quem é o próximo?

- Pode ser a chata. - Christian apontou pra mim com o copo.

- Ah to sem criatividade agora. - Mexi no meu cabelo. - Vão vocês primeiro e depois eu.

- Então pode ser eu. - Lucas disse.

- Puxa saco! - Christian exclamou.

- Eu nunca, fiquei com mais de 10 numa festa. - Lucas disse ignorando.

Carol e Christian beberam.

- Vocês nunca? - Carol perguntou pro Lucas e pra mim.

- Eu não, você sabe que não gosto dessas coisas. - Joguei meu cabelo.

- Toda certinha. - Christian debochou.

- Certinha não Christian. Só não preciso beijar na boca de todo mundo numa festa pra curtir. - Disse irritada.

- Tá certo. - Lucas balançou a cabeça.

- Agora sou eu. - Christian se precipitou. - Eu nunca tentei puxar saco de alguém que está aqui na sala por que to afim da pessoa e ela não ta nem aí pra mim.

- Nossa. - Carol riu tensa.

- Você foi bem idiota Christian. - Lucas o olhou vermelho, acho que foi a primeira vez que o vi irritado.

- Não mano, bebe ai. - Empurrou o copo em direção a boca do amigo.

- Não vou beber. - Lucas virou a cara, ele começou a ficar tímido.

- Por que? A pergunta foi pra você. Bebe! - Christian insistiu e eu senti meu sangue ferver nas minhas veias, odeio gente idiota assim.

- Minha vez agora, né? - Gritei irritada. - Eu nunca humilhei meu amigo pra me sentir melhor que ele. - Um silêncio se formou e todos me olhavam assustados. - Vai Christian bebe, a pergunta foi pra você.

Ele me olhou irritado e um clima pesado se instaurou no ar, antes que ele me respondesse e virasse uma discussão generalizada, a Carol se intrometeu.

- Não quero mais brincar pessoal. Que tal se a gente bebesse uma água e ouvisse uma musiquinha calma enquanto conversamos como amigos, ou pelo menos como não inimigos. - Ela propôs.

- Não obrigada, não sei conversar com gente assim. - Peguei meu copo e sai da sala.

- Isa. - Carol me chamou e eu ignorei.

Fui até a frente da casa e me sentei no muro baixinho da varanda. Suspirei pesado e larguei meu copo ao meu lado, peguei no bolso traseiro do meu short uma carteira de cigarro e acendi um, ando fumando com frequência ultimamente.

- A noite ta bonita, né? - Lucas sentou ao meu lado.

- Levando em consideração que vai chover e não tem uma estrela no céu...  - Soltei a fumaça presa enquanto encarava o céu com tom avermelhado na minha frente.

- É verdade, né. - Ele riu tímido. - Sabe, eu queria te pedir pra você desculpar o Chris. - Ele disse e eu o olhei. - Ele faz essas brincadeiras mas não é por maldade, ele só... ta brincando.

- Não me admiro que ele seja esse babaca todo, os amigos passam a mão na cabeça do que ele faz. - Disse com nojo dele.

- Não é. É que você não nos conhece, ele, o Mauro e eu somos assim, a gente faz essas brincadeiras um com o outro. Não tem maldade. - O olhei confusa. - Você não sabe quem é o Mauro, né?

- Não e nem quero saber.  - Desço do muro. - Quer saber, eu te defendi por que fiquei com pena do jeito que ele te tratou, mas agora eu quero é que vocês dois se explodam. São farinha do mesmo saco.

- Isadora, espera. - Ele gritou antes que eu entrasse. - É só brincadeira.

- Então brinquem entre vocês, eu só quero distância. - Respondi e entrei dentro de casa.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora