Quinto dia

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Ponto de vista: Isadora

Acordei com o sol batendo no meu rosto, levantei minha cabeça do peito desnudo do Lucas e procurei meu celular no banco dianteiro, no relógio marcava 07:45, soltei o celular no banco e suspirei fundo. Me mexi desconfortavelmente e consegui descolar meu corpo nu do corpo nu do garoto que dormia todo torto no banco de trás.

Procurei minhas roupas, as vesti e então sai de dentro do carro devagar pra não acordar o garoto, antes de fechar a porta peguei uma carteira de cigarro e um isqueiro de dentro, fui até a frente do carro, me apoiei no capô e acendi.

O sol quentinho dava uma sensação agradável, bem devagar fumei um cigarro e quando terminei achei que deveria começar outro e assim fiz, acendi mais um e fiquei tragando a fumaça enquanto digeria as lembranças da noite passada.

- Fumar mata! - Ouço a voz do Lucas atrás de mim e reviro os olhos. Ele se aproxima de mim e se escora no capô ao meu lado. - Não é perigoso nós dormimos nus nessa estrada?

-  Do que exatamente você tem medo? - Traguei meu cigarro.

- Ser preso por atentado ao pudor. - Ele disse.

- Olha bem pra onde nos estamos. - Disse olhando pra frente e percebi ele olhar ao redor. - Estamos no meio do mato e a estrada mais próxima daqui está abandonada a anos. É mais fácil sermos assaltados e mortos aqui do que presos por transar dentro de um carro.

Ele da um riso fraco e para me encarando, aquilo me incomoda. Detesto que as pessoas me olhem, jogo meu cigarro no chão e com ajuda de uma pedra o esmago, olho pro Lucas que me sondava com os olhos incansavelmente e suspiro irritada.

- Vamos pra casa, a Carolina deve estar ligando pra Polícia nesse exato momento a nossa procura. - Disse.

- Sim, vamos. - Ele diz constrangido.

Volto pra dentro do carro e visto minha blusa de tule que ficou caída por ali, em seguida guardo meus cigarros e meu isqueiro dentro da bolsa e junto meu celular com as a chamadas perdidas da Carol. Coloco meu cinto e pego o caminho de volta pra casa.

Ao chegar calço meus sapatos e passo minha bolsa no meu ombro. Desço do carro e logo o Lucas vem atrás de mim, pego minha chave e abro a porta e logo ouço os gritos da Carol em nossa direção.

- Onde vocês estavam? - Ela berra ao nos ver.

- Por aí Carol. - Digo sem ânimo.

- E por que não atende o celular? - Ela grita.

- Por que não ouvi. Tem café? - Digo indo até a cozinha.

- Você não vai se escapar de uma conversa Isadora. - Carol grita com um dedo no meu rosto enquanto eu sento na mesa. -Nem você T3ddy.

- Tá bom. - Ele diz se justificando e em seguida sentando ao meu lado.

Carol visivelmente irritada se senta a nossa frente ao lado do Christian que parece não ter acordado ainda. Pego uma xícara que estava no meio da mesa pra mim e alcanço outra pro Lucas, peço a ele pra me alcançar o café e assim ele faz, despejo o líquido escuro na minha xícara ofereço a ele que aceita e faço o mesmo na xícara dele, em seguida ele alcança uma torradinha e coloca num pratinho a minha frente. Pego a geleia, passo no meu pão e alcanço a ele, enquanto tudo isso acontece a Carol e o Christian nos observavam.

- Perai. - Carol chama nossa atenção. - Vocês transaram, né?

Lucas faz um som como se tivesse se engasgado enquanto eu dou um gole no meu café amargo, encaro os dois a minha frente e largo minha xícara emcima da mesa.

- Sim, por que? - Respondi fazendo a Carol e o Chris sorrirem com cumplicidade e o Lucas ao meu lado tossir.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora