Algum tempo depois (parte cinco)

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Passei aquela noite na casa do Lucas e depois de muito tempo consegui dormir bem. Acordei pela manhã e a primeira imagem que vi foi do Lucas sentado ao meu lado na cama com a janela aberta.

- Eu não queria te acordar. Desculpa. - Lucas pediu.

- Tudo bem.

- Quase não consegui dormir pensando no nosso filho. Como será que ele vai ser?

- Para de pensar nisso, Lucas. - Disse sorrindo e me sentando ao lado dele.

- Eu sou ansioso, não vou conseguir esperar nove meses. Quantos meses você acha que tem?

- Não sei, mas faz quase três meses que vocês vieram então deve fazer isso.

- Como você ficou sem menstruar por três meses e não achou estranho?

- Isso é pergunta que se faça? Seja delicado. - Disse.

- Desculpa, mas eu não entendo.

- Nem eu, acho que estava tão focada em me distrair que me distrai mesmo. - Respondi.

Lucas ficou em silêncio fazendo carinho no Johny que dormiu no nosso meio.

- Eu posso conversar com ele? - Lucas pediu.

- Ele quem? - Perguntei assustada.

- Com o bebê.

- Pode, só não sei se ele vai ouvir. - Respondi achando engraçado.

Lucas deitou na cama novamente e aproximou a mão da minha barriga, gentilmente ele afastou a camiseta que cobria e aproximou a boca dela.

- Oi filho, aqui quem fala é o seu pai. - Ele limpa a garganta. - Eu sei que a gente ainda não trocou nenhuma ideia ainda, mas eu tô aqui pra dizer que tô muito feliz em saber que você tá aí dentro da mamãe. Por falar nela, gostaria de te dizer que ela é meio doida, mas é uma ótima pessoa. - Ele disse me fazendo rir. - Sei que você merecia um pai melhor, mas eu vou me esforçar pra ser o melhor que você merece. Eu já te amo do tamanho do mundo.

Lucas terminou sua fala visivelmente emocionado, eu sorria com a fofura daquela cena, nem eu tinha conversado com o bebê ainda e achava lindo a atitude do Lucas.

- Você vai ser o melhor pai do mundo. - Disse.

- Obrigado. - Ele disse evitando o contato visual comigo pra não mostrar sua emoção.

- Você sabe o que a gente tem que fazer agora, não sabe?

- Falar com seus pais? - Ele questionou e eu confirmei com a cabeça. - Acho que eu tô passando mal.

- Deixa de ser dramático. - Disse levantando da cama e esticando minha mão. - Vamos?

Com relutância ele levanta da cama, eu não queria tomar café da manhã, mas ele me obriga a comer cereal e leite. Em seguida vamos pra casa dos meus pais.

Lucas me pediu ajuda para escolher a roupa que ele iria. Colocamos uma camiseta e calça preta, ele penteou o cabelo pro lado e colocou um óculos de grau, por algum motivo ele achou que ficava mais sério assim. Normalmente ele é bem falante, mas nesse dia estava quieto.

- Chegamos. - Disse quando Lucas estacionou na frente da casa dos meus pais.

- Tem certeza que eles não vão querer me matar? - Ele questionou.

- Eu te defendo. - Respondi.

Segurei a mão do Lucas e caminhei rumo a porta, toquei a campainha da mesma e logo a Dani veio atender. A expressão dela de surpresa foi hilária, Lucas a cumprimentou e logo minha mãe veio até nós.

- Quem é esse? - Minha mãe questionou surpresa.

- Mãe, esse é o Lucas. - O apresentei.

- Prazer. - Ela disse sorrindo ao ver nossas mãos juntas.

- Papai está aí? - A questionei.

- Sim. Dani, chama seu pai. - Minha mãe a ordenou. - Lucas, senta. Pode ficar a vontade.

Ela apontou pro sofá e Lucas sentou, eu fiz o mesmo ao lado dele.

Meu pai logo apareceu na sala, sua expressão também mudou ao ver Lucas. O menino ao meu lado ficava a cada momento mais vermelho e envergonhado.

- Pai, esse é o Lucas. - Disse.

- Oi. - Meu pai disse com a voz grave e apertou a mão do Lucas.

- Oi, senhor. - Lucas respondeu com a voz grave também.

Olhei pra Dani que ria daquela situação.

- Bom, a gente tá aqui por um motivo especial, então não quero estender isso ainda mais. - Disse cortando aquele clima de apresentações. - A Dani já conhece o Lucas. Ele ficou um mês na minha casa nos Estados Unidos quando ela ainda estava lá. Então ela sabe que nós tivemos um relacionamento.

Minha mãe não tirava o sorriso do rosto e olhava fixamente pro Lucas.

- Ele é um menino muito bacana. - Dani disse chamando a atenção do meu pai, que olhava tudo com uma expressão séria.

- Eu retornei pro Brasil por causa dele, eu precisava conversar com ele. - Meu coração batia tão acelerado que eu sentia que não ouviria mais nada. - Porque eu... Eu tô grávida.

Um silêncio pairou no ar. Eu olhava pra Dani buscando conforto, mas ela estava espantada com a notícia que recebera.

De repente minha mão deu um grito de alegria e começou a bater palmas, ela veio até mim e me abraçou, em seguida abraçou Lucas. Ela falava sem parar e nos parabenizava sem parar, Dani também nos abraçou e começou a acariciar minha barriga.

- Pai, você não vai falar nada? - O questionei e então o silêncio voltou.

- Querida. - Meu pai chamou a atenção da minha mãe. - Me faz um favor?

Ele disse sério e então Lucas apertou minha mão.

- Sim. - Minha mãe o respondeu.

- Traz um vinho pra eu comemorar a vida do meu neto. - Meu pai disse sorrindo tirando um grande peso dos meus ombros.

Lucas soltou um longo e profundo suspiro. Meu pai o abraçou e começou a parabeniza-lo e em seguida a mim também.

- Que lindo, eu vou ser tia. - Dani disse batendo palmas.

- E eu vou ser avó. - Minha mãe sorria sem parar.

Um estouro ecoou e então vi meu pai abrindo a garrafa de vinho.

- A primeira taça vai pro papai do ano. - Meu pai disse e entregou uma taça pro Lucas. - Seja bem vindo a família.

- Obrigado. - Ele respondeu sorrindo.

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Autora: Eu ameeeei escrever esse capítulo.
Gostaria de saber a opinião de vocês, é menino ou menina o bebê da Isa e Lucas? E qual nome vocês gostam?

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora