Mais um tempo depois

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Lucas e eu aproveitamos a minha estadia no Brasil e marcamos a primeira ultrassom para vermos o bebê. Fomos meus pais, Dani, Lucas e eu.

Lucas precisou dar a notícia a seus pais pelo telefone mesmo, não entendi ao certo a desculpa que ele deu para não ir até eles, acho que ele só ficou com medo mesmo.

Esperávamos os cinco na sala de espera da clínica, não podia negar que estava mesmo ansiosa, mas Lucas mexia a perna sem parar.

Logo a enfermeira nos chamou e então meus pais e Dani se puseram de pé para nos acompanhar, antes que pudessem dar o próximo passo pedi pra que eles ficassem e fôssemos apenas Luvas e eu, pra minha surpresa eles acataram.

Deitei na cama e então a enfermeira puxou a camiseta que eu usava, então ela passou um gel gelado na minha barriga, pegou a maquininha e começou a passar sobre o gel.

- E aí moça? - Lucas a questionou enquanto segurava minha mão.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos enquanto ainda passava o aparelho sobre meu ventre.

- Vocês estão enxergando aqui? - Ela apontou com a mão livre para o monitor. - Essa é a cabecinha do seu bebê.

Olhei pra Lucas que parecia emocionado e então voltei meus olhos para aquele borrão na tela. Era difícil acreditar que aquilo era meu filho que estava dentro de mim.

- Tá tudo bem com ele? - Lucas questionou.

- Sim. Vocês querem ouvir o coração? - A moça questionou.

- Claro. - Lucas disse de sobressalto.

A moça olhou com atenção para o monitor e fechou a cara. Me questionei se havia algo errado e então tive certeza quando ela pediu licença.

- O que foi? - Olhei pro Lucas começando a exasperar.

- Eu não sei. - Ele disse com os ombros caídos.

Não demorou muito pra um homem de meia idade e jaleco branco entrar. Ele sentou na cadeira onde a moça estava anteriormente e ela se pôs em pé ao seu lado.

- Eu sou o doutor João e vou dar uma olhadinha no seu bebê. - Ele disse com um sorriso confortador.

Eu apenas assenti com a cabeça.

Ele comecou a passar o aparelho na minha barriga e dessa vez explorar uma área maior que a moça anteriormente fizera. Ele olhava atentamente para o monitor com uma expressão seria até que um sorriso invadiu seu rosto.

- É o que eu suspeitava, doutor? - A enfermeira o questiona e ele assente com a cabeça.

- Tá tudo bem com nosso filho, doutor? - Lucas o questionou aflito.

- Sim, tá tudo bem com os seus filhos. - O médico respondeu sorrindo.

Eu fiquei durante alguns segundos sem entender até que a ficha cai e eu sinto um nó na minha garganta.

- Filhos? - O questionei.

- Sim, são gêmeos. - Ele responde.

Lucas aperta minha mão antes de cambalear ao lado da cama. A enfermeira rapidamente puxa uma cadeira para ele sentar.

- Lucas? - O questiono surpresa com a sua reação.

- Não se assuste Isadora. - O médico disse. - A maioria dos pais de gêmeos reagem assim quando descobrem que são dois.

- Até parece que são eles quem vão parir. - A enfermeira diz entre um riso.

- Parabéns, você vai ter dois filhos lindos. - O médico disse enquanto apertava minha mão. - Parabéns pra você também, agora serão duas fraldas para trocar. - Ele disse a Lucas e saiu da sala.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora