Ponto de vista: Isadora
Fomos pro almoço, Mauro e Lucas conversavam bastante, eu fiquei observando. Parece que quando eu não estava no assunto Lucas conseguia agir naturalmente com o amigo.
Eu sei que dei mole pro Mauro desde que ele chegou aqui, mas eu nunca ficaria com ele. Acho que eu fazia mais pra ser divertido, não queria que o Lucas se sentisse assim.
Pagamos o almoço e saímos do restaurante. Assim que chegamos na rua Lucas sacou um cigarro do bolso, acendeu e começou a fumar. Mauro e eu nos entreolhamos e começamos a rir.
- Isadora tá quieta. Tô sentindo falta de ouvir suas histórias de bêbada. - Mauro disse lembrando das histórias que contei no vídeo.
- Isadora é muito engraçada bêbada. Uma vez nós saímos e de madrugada ela inventou que queria sorvete. Fez eu caminhar a pé com ela. Sem contar que ela fica sociavel. - Lucas disse.
- Que daora. - Mauro disse. - Qualquer dia desses nós podíamos sair. Só os três pra beber.
- O trisal mais simpático dos EUA. - Eu disse.
Lucas fechou a cara.
É só uma brincadeira e isso já tá me irritando.
- Vamos pra casa? - Sugeri.
- Eu queria ir numa exposição de fotos num museu. - Mauro disse.
- Vai com o Lucas então, Maurinho. Eu tô cansada. - Disse.
- Eu não quero ir. - Lucas disse.
- Então eu vou sozinho. - Mauro disse.
- Não, Mauro. Pode deixar eu vou com você então. - Disse.
- Não Isa. Não precisa, eu pego um uber e vou. Você tá cansada. - Ele insiste.
- Tudo bem. Qualquer coisa você me liga que eu vou te buscar. - Disse.
- Tá bom. Tchau pessoal, encontro vocês em casa. - Mauro disse se afastando de nós.
Olho pro Lucas e ele devolve o olhar, ambos visivelmente incomodados. Vou em direção ao carro e ele vem atrás de mim, embarco e ele no lado do carona também, mas ele bate a porta do meu carro com força e eu tenho vontade de mata-lo. Fico em silêncio e vou pra casa.
Estaciono o carro na garagem de casa e desço. Lucas e eu não trocamos nenhuma palavra até em casa e eu agradecia mentalmente por isso. Sei que nesse momento a voz dele me irritaria.
Caminho em direção a dentro de casa, abro a porta e ele vem atrás de mim, tento entrar e nessa hora ele também, então ficamos entalados na porta. Aquilo me irrita e me faz gritar com ele.
- Qual o seu problema? - Gritei.
- Qual o seu problema? - Ele grita de volta.
- Não grita comigo. - Grito novamente.
- Então porque você tá gritando?
Respirei fundo.
- Não fala comigo. - Disse irritada e entrei pra dentro de casa.
Ele veio atrás de mim outra vez.
- As coisas sempre tem que ser como você quer. - Ele disse vindo atrás de mim.
- O que você quer? - Parei e ele também.
- Quero que você deixe de ser egoísta e enxergue o lado dos outros.
- Lucas, não acredito que isso tudo é porque eu brinquei com o Mauro sobre sermos um trisal. - Disse.
- Desde que ele chegou aqui você vive pagando pau pra ele. Eu demorei semanas pra poder chamar você de Isa.
- Sério que você tá com ciúmes. - Virei as costas, mas ele segurou meu braço.
- Sim. É ciúmes. Eu demorei muito tempo pra conseguir ficar de bem com você, pra acabar todas aquelas brigas e quando eu consegui o Mauro apareceu e nós não tivemos mais nenhum momento a sós. Eu vou embora daqui uns dias. O curso do Chris vai acabar e quanto tempo mais você acha que vou conseguir segura-lo aqui? Se eu fosse embora hoje, você não ficaria com uma sensação de que poderíamos ter aproveitado mais? Porque eu sim.
Ele disse e ficou esperando que eu o desse uma resposta, mas eu fiquei sem reação ao ve-lo assim. Ele virou de costas pra mim.
No fundo eu também achava isso. Achava que Lucas e eu demoramos demais pra nos acertar e assumo a total responsabilidade minha. Ele sempre foi incrível e eu uma vacilona que brigava por qualquer coisa. Eu precisava consertar isso.
Abracei suas costas e senti como se ele se desarmasse, como relaxasse. Esse momento era muito importante para nós.
- Desculpa. - Foi a única coisa que consegui dizer e senti o coração dele disparar.
E o meu também.
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Opostos - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!