Trigesimo primeiro dia

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Acordei no dia seguinte com o Lucas se mexendo ao meu lado, olhei para os lados e vi que estava no meu quarto, mas não lembro como vim parar aqui.

Não fazia ideia de que horas eram, mas o silêncio na casa me fazia acreditar que não era tarde. Olhei pro lado e vi Lucas acordando, sorri pra ele que se esticou na cama.

- Bom dia princesa. - Disse.

- Bom dia. - Ele disse com voz de sono.

- Bem vindo ao nosso último dia. - Disse sem graça.

- Não pensa assim. - Ele virou de frente pra mim. - Pensa que eu vou te visitar aqui e você vai me visitar lá.

- Não garanto, mas por enquanto podemos pensar assim. - Disse e sentei na cama. - Que horas é o seu vôo?

- A noite.

- Pelo menos isso. Podemos passar o dia juntos.

- O quê você quer fazer? - Ele questionou.

- Podemos correr agora, faz tempo que não me exercito.

- Eu pensei em assistir um filme aqui no seu quarto.

- Deixa de ser preguiçoso. Tem a tarde toda, por enquanto vamos correr.

- Ok. - Ele revirou os olhos.

Levantamos da cama e em seguida fomos correr. Estava quente e o sol estava confortante. Caminhamos até o parque próximo a minha casa e em seguida fomos correr. Lucas e eu conseguíamos conversar civilizadamente agora e pela primeira vez sentia que estava conhecendo ele melhor.

- Eu não aguento mais. - Lucas parou e apoiou as mãos nos joelhos.

- Qual é Lucas? Vamos. - Insisti.

- Eu não consigo. - Ele disse ofegante. - Eu não comi nada, tô me sentindo mal.

- Tá, eu não quero levar ninguém pro hospital. - Caminhei até ele. - Você vai acabar perdendo seu vôo.

- Não me lembra disso, por que eu vou piorar. - Ele se ergueu ficando de frente pra mim.

- Tá indo embora porque quer. Quem fica 30 dias fica 60 tranquilamente.

- Nunca pensei que ia ouvir você dizer isso. - Ele riu.

- Nem eu. - Sorri. - Tem um café ali do outro lado da rua, podemos ir comer ali.

- Tudo bem. - Ele passou um braço por trás da minha cintura. - Você vai ter que me ajudar a chegar lá.

- Tudo bem eu ajudo, vou fingir que você não está só tirando uma casquinha.

Caminhamos abraçados até o café, escolhemos uma mesa e sentamos um de frente pro outro, cada um fez seu pedido e dessa vez eu tive prazer em ajudar o Lucas.

Olhei pro lado e vi meu ex chegando de mãos dadas com a menina que vi naquela festa, fiquei observando os dois e consegui ver o quão tóxica foi a nossa relação e que, querendo ou não, nosso relacionamento estava destinado ao fracasso.

- É ele, né? - Lucas questionou.

- Sim. - Disse com a cabeça baixa.

- Ele não te merece. - Ele disse tentando me encorajar.

- Sabe Lucas, eu não me importo mais. Eu não ligo se ele tiver com qualquer outra pessoa, nem solteiro, nem de ver dele. Eu não sinto mais nada.

Lucas sorriu.

- Eu sou muito convencido em achar que fiz parte disso? - Ele me questionou.

- Sim, mas você tem razão. Você teve um dedinho de culpa nisso.

Lucas segurou minha mão, eu o olhei e sorri, segurei sua mão de volta e ficamos nos olhando em silêncio até a comida chegar.

- Chamamos a atenção. - Lucas disse.

- O quê? - Questionei.

- Seu ex tá olhando pra cá. - Eu ia virar o rosto, mas Lucas chamou a minha atenção. - Pensei que você não se importava.

- Eu não me importo. - Arrumei minha coluna. - Mas é bom ver o ex se remoendo ao te ver com o atual.

- Nossa, de garoto que você dava uns beijos, eu evolui pra atual.

- Deixa de ser emocionado. Você entendeu. - Bebi meu suco.

- Aham. - Lucas me olhou e sorriu.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora