Meses depois (parte três)

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Enquanto eu amamentava a Elisa, Lucas colocava Théo pra arrotar. Aos três meses já estávamos expert nisso.

Lucas aceitou ficar aqui em casa até o um ano dos bebês, fiquei tranquila porque a rotina com dois filhos não era nem um pouco fácil e com a Carolina trabalhando eu teria que me virar sozinha.

Lucas era muito presente e gostava de me ajudar em tudo, até fralda ele troca, no início foi difícil, ele ameaçava vomitar, mas agora tudo ficou mais facil.

Depois do Théo arrotar trocamos de bebê novamente e eu fui colocá-lo para dormir. Por incrível que pareça ele só dormia no meu colo, enquanto Elisa parecia preferir o Lucas. Assim que os dois dormiram nós fomos comer.

- Eu tava pensando, a gente podia colocar o berço da Lisa no meu quarto, né? Assim você cuida do Théo a noite e eu dela. - Lucas sugeriu.

- Muito fácil pra você, né querido? Ela nem acorda a noite. - Respondi.

- Por isso mesmo, como você tem mais prática fica com o Théo. Sem contar que se ele acorda, ele desperta ela também. - Lucas insistiu.

- E porque o senhor não vai pro meu quarto então?

- Porque já tem dois berços lá, pensei que você nao ia querer uma outra cama também.

- Deixa de bobagem, a gente pode tranquilamente dividir a mesma cama. - Respondi comendo meu pão.

- Você não vai se sentir tentada ao dormir comigo? - Lucas me questionou com um sorriso nos lábios.

- Você não dá conta de cuidar dois bebês o dia todo e de mim a noite. - Respondi.

Carol entra na cozinha no meio da conversa.

- Desculpa atrapalhar o flerte dos dois, mas eu preciso ir trabalhar. - Ela diz.

Depois que os bebês nasceram eu precisei dar uma pausa no meu trabalho e recomendei a Carol para minha chefe, espero que consigo recuperar meu emprego de volta depois.

- Você sempre atrapalha, Carol. Se continuar assim vamos precisar te incluir nele. - Lucas diz.

- Eu adoraria um ménage com vocês, a coisa deve ser boa, até dois filhos vocês fizeram de uma vez só. - Ela respondeu nos fazendo rir.

- E como tá o trabalho? - A questionei.

- Exaustivo. Agora entendo como você surtou aquela vez. - Ela diz jogando sua bolsa no ombro. - Preciso ir, juízo e por favor evitem fazer mais filhos. Dois está bom.

- Acho que tem espaço pra mais um casal de gêmeos nessa casa. - Lucas respondeu.

- Tudo bem. Quem compra fralda são vocês mesmo. - Ela grita antes de cruzar a porta despertando a Lisa e fazendo-a chorar. - Desculpa, não foi minha intenção.

- Tudo bem. - Digo a ela que finalmente sai.

- Par ou ímpar? - Lucas diz querendo sortear quem vai acalmar a bebê.

- Negativo. Vai você. Não está querendo colocar o berço dela no seu quarto, aproveita e já treina como que faz. - Respondi.

- Tá bom. - Ele sai fazendo beiço.

Eu continuo comendo até que Lucas aparece com Elisa no seu colo chorando na cozinha.

- Tive que trazer pra cá, se não ela vai acordar o Théo. - Ele diz enquanto caminha e balança a bebê. - Olha ali a mamãe.

Ele vira o corpinho dela pra mim, mas não adianta, ela continua chorando.

- Ela não quer eu. - Respondi.

Ele continua caminhando com ela e coloca o bico na sua boca, ela cospe o bico e em seguida joga no chão e continua chorando.

- Você vai ter o mesmo temperamento da sua mãe. - Lucas diz com um tom de decepção.

Eu rio.

- Faz assim, coloca ela olhando pra você. - Disse a ele.

Ele pega a bebê de modo que ela fique de frente pro seu rosto, aos poucos ela vai parando de chorar enquanto o encara. Assim que ela para de chorar ela coloca a mão no seu rosto e sorri.

- Ela gosta de mim. - Ele diz todo babão.

- Sim, ela deve te achar bonito. - Eu disse.

- Você acha o papai bonito? - Ele questiona.

- Ou ela te acha tão feio que se torna engraçado pra ela. - Eu disse e ele me olhou com desdém.

- Prefiro acreditar no contrário. - Ele respondeu. - Eu queria tanto que eles conhecessem o Johny.

- Um dia eles vão. - Respondi.

O celular do Lucas toca e ele senta Lisa no seu colo pra poder atender. Ele olha tela e em seguida começa a conversar.

- Fala japonês. - Ele diz revelando ser o Mauro. - Olha quem tá aqui. - Ele mostra a Elisa.

- Oi nenê, como você tá? - Ele diz com voz de bebê pra ela.

- Diz pro titio que você tá bem. - Lucas faz voz de bebê pra ela.

É engraçado ver dois marmanjos conversando com um bebê. Eles perdem toda pose e se tornam duas crianças.

- Cadê a Isadora? - Mauro questiona.

Eu levanto da minha cadeira e paro do lado do Lucas.

- Oi Maurinho. - Respondo.

- Oi Isa. E o Theodoro, onde está? - Mauro sempre chamava o Théo de Theodoro.

- É só Théo, Mauro. - Lucas disse impaciente. - Ele tá dormindo. E o Johny onde está?

- Tá aqui. - Mauro se vira e chama o cachorrinho que rapidamente pula no colo dele.

- Oi filho. Olha aqui sua irmã. - Lucas diz pro cachorro e aponta a câmera pra Elisa.

Johny enfia o focinho na câmera, era como se ele tentasse cheirar a bebê.

Mauro e Lucas continuam conversando e a Elisa cochila. Eu a pego do colo do Lucas e levo até o bercinho no meu quero. Ela deita e coloca a mãozinha no rosto para dormir, eu fico admirando meus bebês e aquilo me traz uma paz tão grande.

Alguns minutos depois Lucas aparece no quarto e se senta ao meu lado admirando nossos bebês também. Eu percebo o quão emocionado ele fica nesses momentos.

- Nós fizemos um ótimo trabalho, parceiro. - Eu disse a ele.

- Verdade, parceira. - Ele respondeu sorrindo.

Eu deito a cabeça no ombro dele e ele me abraça de lado enquanto faz carinho no meu braço.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora