Vigésimo sexto dia (parte três)

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Lucas e eu estávamos deitados na nossa cama enquanto na rua o sol começava a se pôr. Passamos o dia no quarto jogando conversa fora e namorando.

Ele estava deitado do meu lado segurando minha mão, estávamos assim a horas, incrível como o tempo passou rápido e a essa hora já estava escurecendo e eu tive uma boa ideia.

- E se nós saissemos? Tem um tempo que não ficamos juntos. - Convidei.

- Séria bom. Vamos convidar o Mauro. - Lucas disse.

- Não Lucas. - Disse e puxei o seu rosto pra me olhar. - Só você e eu.

- Nem acredito nisso. Será que vamos ter assunto, só os dois?

- Para de bobagem. Vamos?

- Vamos, mas onde? - Lucas questionou.

- Deixa que eu decido, só se arruma e fica bem lindo pra mim, pode ser? - Digo a ele.

- Sim. Espero que você não me decepcione. - Me imitou.

- Não adianta, Lucas. Você nunca será eu. - Disse o empurrando pra fora do quarto e fechando a porta em seguida. - Será ótimo.

Ponto de vista: Lucas

Queria ficar bonitão hoje, acho que a Isa merece mais do que esse look calça jeans e camiseta. Talvez eu devesse colocar uma coisa mais social, mas eu não tinha nem ideia do que fazer. Eu estava indo pro banheiro distraído quando vi Mauro no seu quarto. Fui até ele depressa pedir ajuda.

- Oh Maurão, que bom que você tá aí mano. Hoje a Isadora e eu vamos sair e eu queria colocar uma roupa bacana e não tenho nem ideia do que pode ser. - Cheguei logo dizendo.

- Você quer minha ajuda, é isso? - Ele questionou.

- Sim mano. Eu só trouxe camiseta, a Isadora é meio chique, vai que ela resolve me levar num restaurante 5 estrelas?

- Você quer saber com que roupa eu iria? - Mauro pergunta confuso.

- Sim. - Disse quase gritando.

- Eu colocaria uma camisa de botões, assim. - Fez com os dedos os botões imaginários. - uma calça social e sapatenis.

Fiquei tentando imaginar eu nessas roupas e não gostei do resultado.

- Acho que isso não combina comigo.

- Tem razão. - Ele disse pensativo. - E uma camiseta gola polo?

- Acho coisa de mauricinho, a outra ideia é melhor é eu achei uma bosta. - Respondi e o Mauro me olhou. - Desculpa mano, é o que eu acho.

- Olha cara acho que você não pode deixar de ser você mesmo se não a Isadora vai perceber e conhecendo ela sei que ela vai detestar.

- Eu sei Maurinho, mas o que pode ser então?

- Você pode colocar uma calça jeans, um tênis e uma camisa. - Acho que vai ser uma roupa a sua cara e a camisa vai deixar mais elegante.

- Eu acho bom, mas não tenho camisa. - Respondi.

- Porra. - Mauro xingou enquanto ia pro quarto.

- Oh Mauro, é que eu não uso essas roupas aí. - Respondi.

Ele continuou indo pro quarto sem dizer nada, eu fui atrás pra ver se ele teria outra ideia, mas ele começa a mexer na sua mala e joga uma camisa branca em mim.

- É minha, eu trouxe caso precisasse. Pode ficar. Só não coloca muito perfume porque eu não gosto.

- Valeu Maurinho. - Disse e o abracei. - Será que serve?

- Ela fica grande em mim. Acho que em você vai ficar boa.

- Obrigado mano, você é um puta amigo bom. - Disse realmente agradecido.

- Tá vai. - Mauro disse.

Sei que ele ficou chateado, até agora ele andou só comigo e com a Isa e agora vamos o deixar pra sairmos só os dois.

Tomei banho, vesti a roupa que escolhi com a camisa do Mauro e fui me encontrar com ela no quarto. Dei uma espiadinha na porta que estava entre aberta e vi que já estava pronta e ouvia uma música baixinha. Sorri ao vê la escolhendo algum acessório para usar.

- Toc toc. - Disse abrindo a porta.

- Eu tô com um ódio. - Ela disse irritada e eu senti um arrepio correr pelo meu corpo, parecia a Isadora de antes.

- O que foi? - Falei o mais calmo possível.

- Essa corrente tá enrolada nas outras e eu queria usar. - Ela choramingou.

- Deixa que eu tiro. - Disse pegando a caixinha da mão dela onde as correntes estavam enroladas. - Vamos demorar muito?

- Não, eu vou colocar um batom e já vamos. - Ela disse em frente ao espelho.

- já sabe onde vamos? - Disse desenrolando as correntes entendendo o porquê a Isadora estava irritada.

- Num restaurante né. Fome tá batendo já. - Ela respondeu.

- Ótimo. - Digo orgulhoso por conseguir desenrolar todas as correntes. - Tô com fome também.

Alcanço o colar a ela e pela primeira vez seus olhos batem em mim. Ela me olha surpresa e com um sorriso satisfeito.

- Você tá tão bonito. - Ela diz me deixando constrangido.

- Obrigado. - Disse sentindo meu rosto corar.

- Mas pra ficar perfeito falta uma coisa. - Ela diz se aproximando de mim e mexendo no meu cabelo. - Pronto.

Olho no espelho e percebo que ela puxou todo meu cabelo pro lado, eu ri disso porque achei meu rosto redondo assim, mas deixei, ela que tinha escolhido.

- Vamos? - Ela convidou.

- Sim.

Saímos do quarto de mãos dadas mas antes encontramos o Chris e a Carol na sala, eles nos olharam surpresos e eu pude perceber que a Isadora riu.

- Onde vai bonitos e arrumados assim? - Carol questionou.

- Oia, T3ddão até colocou uma camisa. - Chris disse.

- Nós vamos jantar fora. Algum problema? - Isadora respondeu.

- Não, more. Pode ir. - Carol respondeu.

- Maurinho não vai junto? - Christian respondeu.

- Não, hoje vamos somente a Isa e eu. - Disse e abracei a Isa pela cintura.

- Hummm. - Christian e Carol disseram em uníssono.

- Vão dormir. - Isadora disse e se virou pra mim. - Vamos.

- Sim. - Disse indo em direção a porta.

- Juízo. - Carol gritou antes de fecharmos a porta.

Fomos até o carro e antes da Isadora abrir a porta segurei a sua mão.

- Posso te pedir uma coisa? - Perguntei a ela.

- Pode. - Ela disse sem entender.

- Posso ir dirigindo? Você me guia. Desde que cheguei aqui tenho um tesão absurdo por dirigir seu carro. Deixa. - Pedi e ela riu.

- Lucas eu tenho muito ciúmes do meu carro.

- Eu dirijo direitinho. Eu juro. Deixa.

- Ta bom. Mas na primeira gracinha você volta pro banco do carona.

- Tá bom. - Disse empolgado pegando a chave das suas mãos.

Entramos no carro e eu olhei empolgado pra ele. Me sentia como uma criança vendo um brinquedo diferente.

- Quer que eu te explique? - Isadora questionou.

- Não. Eu sei dirigir ele. Prestei atenção em você desde que cheguei.

- Então porque não vamos logo?

- Tá bom. Tá bom.

Dei a partida no carro e saímos da garagem. Isadora olhava com receio pra cada movimento meu. Sabia que ela estava tensa e eu achava divertido essa situação.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora