O jantar foi tranquilo, Isadora e eu conversamos um pouco, mas ela não quis aprofundar em nada que fosse relacionado a sua vida.
Depois do jantar esticamos pra um barzinho que ficava próximo, escolhemos uma mesa perto do balcão das bebidas e ficamos ali conversando enquanto outras pessoas se balançavam ao som de alguma música melosa que tocava.
- Sabe Isadora, você tem tendência ao alcoolismo. - Digo.
- Por quê? - Ela me questiona surpresa.
- Porque você bebe essas bebidas como se fossem água, não faz uma caretinha. - Digo sentindo minha garganta arder.
- Você que é muito exagerado. Isso aqui é um drink, nem deve ter álcool. - Ela diz com o copo pra cima.
- Álcool com certeza não, mas veneno de rato, querosene e gasolina com certeza.
- Que escândalo! - Ela revira os olhos e sorri.
Um sorriso extremamente lindo!
- Você fica tão linda sorrindo, devia fazer isso mais vezes. - Digo encantado.
- Não gosto, dá ruga. - Ela diz séria mas eu duvido que seja verdade.
- Eu vou ficar enrugado muito cedo então, tô sempre rindo. - Digo e olho pro meu copo.
- Você fica lindo sorrindo. - Ela diz e eu levanto o rosto, ela está com o cotovelo apoiado na mesa e o queixo apoiado na mão.
Não digo nada, apenas sorrio sem mostrar os dentes, ela ajeita o canudinho na sua taça e da mais um gole do seu drink, olha as pessoas dançando e em seguida volta o olhar pra mim.
- Para de me olhar. - Ela grita.
- Não consigo. - Digo e ela revira os olhos.
Começa a tocar uma música e o som aumenta, Isadora leva uma mão no peito e me olha assustada, fico sem entender nada.
- Essa é a minha música favorita. - Ela diz ainda assustada.
- Que bom. - Sorrio.
- Ah não Lucas, vamos dançar. - Ela levanta da mesa e para ao meu lado.
- Dançar? Mas eu não sei.
- Eu também não sei, mas não deve ser difícil. - Ela segura minha mão e me leva até onde estão as outras pessoas.
Ela coloca minhas mãos em sua cintura, envolve seus braços no meu pescoço e deita sua cabeça no meu ombro. Começamos a nos balançar de um lado pro outro, Isadora parecia outra nesse momento, toda entregue aquela música e à mim.
No meio da música ela afastou sua cabeça do meu ombro e ficou com o rosto de frente pro meu, tirei minha mão da sua cintura e coloquei uma mecha que cobria seu rosto atrás da sua orelha, ela fechou os olhos com o toque da minha mão fria na sua pele, sorri em resposta.
- Aquele vinho no restaurante com esse drink não te fez bem. - Digo a ela.
- Por que? - Sua voz tava bem mais suave.
- Você tá agindo diferente, nem parece você.
- E como eu sou normalmente? - Ela disse enquanto ainda continuávamos dançando.
- Digamos que você é mais brava, grossa e até um pouco mal educada. - Digo.
- Tem razão eu não tô muito bem mesmo, se você me dissesse isso e eu tivesse em sã consciência com certeza colocaria fogo em você vivo.
- E não vai?
- Não, você tem razão. Eu só não admito quando estou sóbria.
- E por que não tenta mudar?
- Porque eu não quero. - A música acaba e ela me solta. - Não quero mais dançar.
- A gente nem dançou, só ficamos nos balançando.
- É o jeito que eu sei dançar. - Ela vai em direção à nossa mesa. - E você também não é nenhum bailarino profissional.
- Eu sei que não, mas eu não tô acostumado com esse tipo de música. - Sento na cadeira que estava anteriormente. - No Brasil a coisa é um pouco diferente.
- Brasil. - Ela revira os olhos.
- Você não gosta? - Questiono.
- Não sei. Só não me imagino voltando pra lá. - Ela diz e eu engulo seco, se eu não viesse pra cá nunca mais veria a Isadora novamente. - Lucas, Lucas... Você é meio estranho as vezes.
- Desculpa eu só tô pensando longe. Você quer beber mais alguma coisa? O meu acabou.
- Sim, vou pedir já que o meu date não fala a língua local. - Ela levanta da cadeira alta e vai até o balcão.
Fiquei observando ela no balcão, estava tão disposta, parecia feliz, me sentia bem em saber que parte disso era por minha causa, apesar da grande responsabilidade ser do álcool, mas estar nesse momento com ela me fazia bem.
- Que isso? - Pergunto quando ela me entrega o copo baixinho com gelo.
- Whisky. - Ela responde.
- Não quero. - Viro o rosto. - Tomei aquele dia na sua casa e detestei.
- Deixa de ser fresco garoto, toma isso. - Ela insiste e vira o copo.
- Eu não vou levar você pro hospital. - Digo.
- Eu não sou de me entregar fácil. - Ela diz.
- Eu que sei. - Digo e dou um pequeno gole no whisky. - Isso aqui é horrível.
- Então me dá - Ela tenta pegar da minha mão mas eu puxo.
- Só se você me dar um beijo. - Fecho os olhos e faço um bico, quando abro os olhos percebo que ela me olha séria.
- Não. - Ela diz e então começa a tocar uma outra música. - Eu amo essa música. Vamos dançar. - Ela pega minha mão e me arrasta pra onde estão as outras pessoas.
- Não. - Reclamo sendo arrastado.
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Opostos - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!