PV: Sofia
Não conversamos, eu focava na estrada e ele cantarolava o que passava no som, com a uma das mãos em minha perna. Ele não cantava mau.
Assim que chegamos no complexo a movimentação era estranha. Era diferente das crianças correndo, da pessoas conversando e das risadas infantis que eu tinha visto da última vez.
Era quase 5 da tarde e as ruas estavam desertas, minto, eram revestidas de caras armados e com coletes e capuz preto. Parecia uma zona de preparação pra uma guerra.
Quando chegamos no ponto de controle, havia uma quantidade exorbitante de homens armados e com foco nas entradas. Eram distribuídos nas lajes, em cima das motos e numa barricada armada, só com uma minúscula passagem aberta.
-Que porra aconteceu aqui?
Eu não respondi, estava mais assustada do que andar sozinha durante a noite pelas ruas do Adeus, e olhe que eu estava com o Conan.
Quando o carro fez menção em passar pela minuscula passagem, as armas foram apontadas pra gente. Aquilo não tava certo. Conan pragueja e baixa o vidro chamando um dos garotos de mochila escorado na barricada.
-Qual foi Zé? - Ao percebe quem era, o garoto manda baixarem as armas.
-E aí chefia, tudo na boa? - Depois de um comprimento, ele se abaixa na janela. - Atacamo o Adeus - Meu sangue gela - Patrão mandou esperar a volta. Tá tudo no 220.
Antes que o Conan responda, o garoto levanta e cumprimenta um cara mais velho que chega armado. O garoto se afasta e o cara ocupa seu lugar.
-Deu sustão nos muleque, né não? - E sorrir
-Qual foi 2K, aquele maluco atacou a favela?
-Ihh, isso é o de menos. Patrão mandou tacar fogo no paiol do cara. Dois vacilão tava na área pedindo arrego, patrão falou que só perdoava se quebrasse essa. Agora tá tudo morto.
-Essa briga não é dele! - Conan segura o volante com força.
-Mexeu com a patroa, se fudeu. Tem essa não.
-E qual a pior, porque essa foi vacilo! - O homem sorrir e continua
-Cabeça e a morena. - Conan leva a mão a testa
-Ela quer morrer!
-Ou matar o patrão! - Conan rir junto com ele. - Ele saiu irado.
-PL?
-O ruivo! Saio rua abaixo, puto com o PL. Ele descobriu alguma coisa e foi contar pra Manuella. PL pegou os dois no lero, os moleque tava dizendo que o Cabeça ameaçou ele mais cedo, por isso ele quer matar a desgraça de vez.
-Mô X9!
-Lealdade a ela, fiote!
-Ela ainda não percebeu que o merda que comer ela! - Olho pro Conan imediatamente, o cara lá fora rir alto e faz toque se despedindo.
-Ele não quer. - Conan me olha ainda rindo
-Claro que quer. - E volta a ligar o carro - Já viu um marmanjo fazer tudo que a mina quer sem pedir nada em troca?
-Eles são amigos, vi como ele trata ela. - Cruzo os braços, eu realmente queria defender os dois. Aquilo que ele dizia, não era verdade.
-Esse tipo de amizade não existe, mesmo que só um sinta. Manuella pode até não achar isso, mas aquele lá, quer sim o que o PL tem.
-Você vai fazer ele ser morto.
-Vai só equilibrar, salvei ele uma vez, agora eu deixo que morra. - E rir
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Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)
General FictionSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...