PV: Sofia
Alguns dias depois
Fazia três dias que eu havia entrado na casa pra limpar, eu tinha acabado de terminar a faxina quando a Manú chegou com a Flavia da escola e batia no portão. Larguei tudo no terraço e fui pela lateral da casa. O piso do terraço era cimento então eu só precisava jogar agua em tudo e acabava, queria tanto dormir ali, tanto que só sorria sem prestar atenção no tanto de coisa que tinha que fazer sozinha. Abri o portão.
-Chegou lindinha.-A Flavia me abraço sorridente
-Quero ver o meu quarto, mamãe. Vai ter barbie?
-Claro que vai, vai ter tudo que você quiser.-Ela me largou e correu entrando na casa de sapato e tudo.
-Ele não tá no Vidigal.-Olhei pra Manú sem entender
-Quem não tá no Vidigal?
-O Conan.-Fiquei paralisada por um tempo, eu não tinha visto mais ele desde aquela manhã
-O que aconteceu?
-Como vou saber? Parecia que tinha encontrado o Trek pelo caminho quando chegou lá em casa hoje. Ele veio pegar a Flavia e quando perguntou por você o PL contou tudo, desgraçado.
O meu coração veio na garganta e eu tive que engolir de volta. Eu tinha dormido na casa naquela noite, pensei até que ele saberia pelos que não me virão sair da casa. Eu tava morta, cheia de dor a noite e não tive coragem de andar ou subir pra casa da Manú, então apenas pedi pra ligarem pra ela pra avisar que dormiria por ali mesmo e que cuidasse da Flavinha por mim.
As camas já estava compradas, foi a primeira coisa que fiz quando sai na primeira noite. Então só me enrolei com o lençol da cama e dormi a noite inteira. Não achei que fosse errado, eu ia dormir ali em algum momento ele não podia mudar isso.
-O que ele disse?-Perguntei pegando a mochila de roupa que estava na mão dela junto da mochila da Flavia
-Que ia te matar.-Engoli em seco antes de mudar o peso nos pés
-Não fiz nada, eu falei que compraria a casa, ele achava que eu ia dormir onde?
-Que tu ia voltar atrás e correr atrás dele, tenho certeza disso. Meu irmão vai te matar, vai te fazer implorar você vai ver. E eu não vou fazer nada-Ela sorrindo entrou na casa.
-Ele não vai me matar de verdade, né? -Fechei o portão com ela rindo e andando até o fim da casa
-Não. Ele deve tá numa seca desgraçada então a morte deve ser por ai.-Sorri lembrando da forma como ele tinha me pegado quando fui falar com ele, de ser jogada em cima da mesa e...-Tá pensando em que?
-Nada.-Pisquei algumas vezes antes de responder e ela voltou a andar.- Ele deve ter ido ver alguma mercadoria
-Não, isso foi ontem e o PL foi com ele. Hoje ele gritou comigo na frente do PL...-Ela se virou pra mim irritada.-Disse que eu era uma má influencia! Desgraçado, faz as merda dele e eu que sou culpada... Vocês dois se merecem, os dois me enlouquecem.
-A gente ama você-Disse rindo
-Claro, o PL também diz isso, mas me faz ter filho como um coelho. -Ela rir.
-Não quero que ele ache que estou com raiva dele, sabe?-Ela se vira já perto da porta da cozinha. - Quero ele, sinto saudades, mas não quero que ele escolhas as coisas pra mim. Quero que ele entenda que também consigo pensar por mim mesma.
-Tá fazendo errado. Tá fazendo ele se sentir acuado e a única coisa que o homem das cavernas vai fazer é gritar que tu é dele quando alguém tentar se aproximar.
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Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)
General FictionSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...