♚ II - 33 ♛

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PV: Sofia
Estou deitada no mesmo colchão, no chão do quarto deserto. Ele me deixou ali quando o chamaram no rádio, depois que ele me tirou do banheiro, depois que ele me deu banho.

Suas mãos com espuma, passaram por cada parte do meu corpo, aquilo tinha sido estranho no primeiro momento, mas a minha vez de fazer o mesmo nele, me mostrou porque ele gostava daquilo.

Insaboei seus músculos, cada elevação da sua barriga, cada descida que me vi imaginar tocar. Suas costas largas, seus braços que insistiam em me cercar contra a parede, suas pernas, seu membro ainda feito pedra.

Por cada lento movimento meu, seus olhos me seguiam, sua boca encontrava uma curva minha para beijar e seus braços me prendiam onde ele quisesse, geralmente colado a ele.

Depois do banho ele me deixou no colchão e foi atender quem fosse que chamava pelo rádio. Deitada ali, com a mesma camiseta, percebia a verdade em suas palavras. Ele tinha razão quando disse que eu o sentiria dentro de mim, por um dia inteiro.

Estava dolorida, ardia em alguns locais que eu não sabia que era possível ter incômodo. Sentia leves cólicas um pouco abaixo da barriga e ainda tinha a sensação de estar preenchida. Como se algo tivesse lá dentro, impedindo que o local se fechasse. E Ele escorria de mim, todas as vezes que levantava algo molhava o biquíni.

A coisa não tava boa no resto da casa, do quarto dava pra ouvir o Conan falando alto e irritado com alguém. Eu não gostava quando ele se  alterava, gostava do seu sorriso. A barulheira de pessoas entrando e saindo e de coisas sendo arrastadas me deixou em alerta, aquilo era a mudança!

Me levantei e abri a porta do quarto com o intuito de ajuda-lo na organização, já que ele só fazia xingar e gritar com as pessoas. Eu já imaginava seus cabelos numa bagunça, de tanto ele passar as mãos sem paciência por eles. Mas acho que não fiz certo em abri-la.

O rangido que a porta produziu trouxe imediatamente seu olhar pra mim. Ele estava na porta de um dos quartos, alguns homens entravam carregando caixas. Aquilo realmente era uma mudança.

Eu não tive muito tempo pra olhar ao redor, eu não tive tempo de nada. Ele veio na minha direção antes mesmo que eu conseguisse abrir a porta inteira e colocasse o pé pra fora.

Seus olhos quase dispararam fogo em minha direção, eu tava com o biquíni já, e sua camiseta escondia tudo que fosse preciso esconder. Eu não tava entendendo o porque de toda aquela raiva ser direcionada a mim.

-Não se atreva a abrir essa porta mais uma vez! - E a puxou da minha mão fazendo toda a parede estremecer.

Eu tremia, como a parede, quando voltei para o chão. Engoli o choro com dificuldade e me agarrei aos lenções coberto pelo seu cheiro. Eu queria chorar, eu não entendia o que tinha acontecido.

Ele vivia em completa confusão mental. Uma hora sorria e me dizia coisas carinhosas, mas quando estávamos na frente de alguém, gritava comigo e me fazia querer se esconder? Porque ele fazia aquilo?

Alguém ainda acreditava que ele fosse normal?

E desde do se surto, estou encolhida em seus lenções, agarrada a sua camiseta em meu corpo, ainda sentindo seu cheiro nela.

Seu grito e descontrole me fez lembrar das porradas que o Trek dava  na porta, quando me queria lá  embaixo com ele. Quando ele me proibia de ver alguém, quando ele gritava comigo pra que eu fizesse algo pra ele.

O pior de tudo, é que do Conan, eu gostava. E ouvi-lo gritar comigo daquele jeito, era ainda mais doloroso. Tinha medo que ele me trancase ali, e me fizesse passar novamente pela coisa de viver em uma caverna escondida do mundo.

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora