♚ II - 78♛

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PV: Conan

Entrei pela frente como eu havia prometido. Atirei contra tudo que vi, eu ia pro inferno e não tava ligando. Atirei em muitos armados, mas também deixei no chão morador que se meteu no meio dos meus problemas.  Senti pena não em vê os maluco correndo, criança gritando e as mães chorando.

Assim que limpei a entrada desci da moto e peguei a caixa lotada do que eu mais queria. Não era mentira que Alemão gostava de brincar com fogo, gritei por alguns e enquanto eles se aproximava entreguei a cada um coquetel molotov.

—Pode jogar onde quiser, é pra destruir essa merda. 

Não pensei em quem morava ali, não pensei em nada a não ser na minha filha naquele meio, na filha, no meu filho e na mulher que eu amava que tinha tirados de mim. Eu tinha prometido então nem cinzas ia sobrar naquele lugar.

Subi na moto e dei sinal. A gritaria começou quando a primeira casa foi atingida e o fogo começou a consumir o barraco. Não senti nada, apenas mandei acelerar. Do meu lado tava o PL com a  mesma intensidade nos olhos. Era surreal o mostro interno que surgia, não era o Alex, era o Conan que tava ali.

Subi atirando enquanto pilotavam pra mim, subi sem diferenciar as pessoas, atirei em quem surgia, disparei contra tudo enquanto via o fogo tomar o Adeus. Não era do inferno que ele tinha vindo? Era no inferno que eu ia tornara aquele lugar.

Quando consegui chegar onde eu queria vi ele entrar na casa, matei alguns antes de conseguir entrar na casa, ele não tava ali. Não tava em lugar nenhum e o desespero tomou conta quando vi a casa vazia e tudo revirado. As roupas que eu sabia que era da Flavia estavam espalhadas num dos quartos. Meu coração batia forte e a única coisa que consegui fazer foi gritar pelo rádio.

Eu queria a minha família de volta!

A voz dela quando saiu fez uma parte de mim sentir, sentir algo que tinha sido enterrado quando ela foi levada de mim. Durou pouco quando o desespero dela sozinha começou. Corri atrás dela pelo esgoto fedido como um louco. Corri a procura da única felicidade que eu tinha conhecido na vida.

Quando cheguei no fim daquele esgoto escutei o disparo, tentei correr pra alcança-la, mas vi o Luka dentro do carro e parei. A Bia passou por mim e gritando disse que traria ela de volta. Assim que ela passou pelo carro o Luka saiu com a arma em punho, não resisti e mirei nas suas costas. O grito dele quando atingi suas costas foi o grito mais satisfatório que eu já tinha ouvido. 

Fui pra cima dele, o quanto lhe acertei a cara eu não lembro, mas só parei quando o segundo disparo surgiu. Levantei a cabeça observando a minha volta, levantei com as mãos cobertas de sangue assim que o PL e o bando chegaram. Um deles correu até mim com uma coisa enorme nas mãos e não ouvi o que ele falou, mas agarrei o cabo com as duas mãos e mirei no pescoço do Luka.

Vi a gritaria atrás ficar maior, mas enfiei a machadinha ensanguentada no pescoço do Luka com toda a força e ódio que existia. Bati, acertei e acertei tantas vezes que o sangue dele se instalou em mim como nunca tinha acontecido antes. Assim que a cabeça de descolou joguei a coisa de lado e levantei a cabeça e sai pro matagal.

Eu ia levar a cabeça até o Trek, ia mostrar como ele ia ficar lindo empalado na minha parede junto do irmãozinho dele. Me enfiei no mato ainda ouvido a gritaria pelo meu nome, mas não olhei pra trás. Corri apenas por alguns metros quando vi ela sendo tocada por ele.

Vi seus olhos triste e seu rosto machucado me olharem em desespero, e pra salva-lá do mundo me preparei pra mata-lo. Mas vi a pior cena de um filme de terror que eu pudesse ter assistido. Minha mulher o beijou, a minha Sofia o tocou e o acariciou como um dia tinha feito comigo. Meu peito congelou de vez e me vi perdido, submerso em algo que me fazia assistir aquela cena em câmera lenta.

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora