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A MORTE VEM PARA TODOS — PARTE 1


1 mês depois 


PV: Conan 

—Eu te odeio!—Sorri batendo a porta assim que a voz da Sofia chegou aos meus ouvidos

Subi na moto tirando o sorriso do rosto e posicionando o fuzil nas costas. Deixei o Cabeça no comando no dia anterior e não precisei avisar, fui na direção do lugar marcado. Era dia de invasão e a minha raiva transbordava, eu só não tinha matado o PL nesses surtos porque eu amava a minha irmã. Encontrei ele na esquina entregando algo pra um vagabundo que eu nunca tinha visto.

  — Contrabandeando logo cedo?— Perguntei e ele riu 

  — Tudo em cima? O show vai começar. 

Tentei não gritar com ele...não atirar na cara do desgraçado que sorria. Acelerei e deixei o filho da puta pra trás. A minha raiva não era pela loucura que ele tava armando, era pela loucura de tirar a Manuella de perto de mim. As vezes aquela maluca me tirava do sério, mas enquanto ela tivesse ali a Sofia teria alguém pra conversar, alguém pra distrair ou impedir as coisa que saia da boca dela.

Não era normal querer que o garoto saísse no seco! Eu começava a ter pesadelos com ela acordando no meio da noite com o meu moleque querendo sair, eu...eu ia enlouquecer...eu tava enlouquecendo enquanto via a cabeça dele surgir do nada. Era loucura! Parei na estrada de terra que ligava a Rocinha e esperei o maluco chegar.

Fazia dois ou três dias que a operação tinha sido marcada, e fazia quase isso que o Caveira tinha voltado pra São Paulo deixando claro que a invasão era um erro. Isso era um dos motivos do meu mau humor, o outro era o celular da Manuella. Imprensar o Caveira não tinha dado em nada.

O celular tinha um rastreador, um colocado próximo a bateria, pra onde enviava aquele sinal eu não sei, mas ele não tocava mais. Parecia que o desgraçado sabia que não tava mais com ela. Fiquei na minha e tentei todo o tempo tirar da cabeça do PL essa porcaria de invasão, mas a felicidade em voltar pra casa tava mais que evidente.

O barulho da moto dele se aproximava e eu esperei que ele parasse do meu lado. Eu não aceitava nada do que ele dizia pro bando de lunático que tava a minha volta, mas não neguei ajuda. Ele tava comigo quando a minha mulher foi levada, então quem pudesse ser comprado pra tá ali, eu comprei.

Ele me jogou mais uma arma e mandou o 2k subir, eu queria arrancar a cabeça dele por pilotar a minha moto, mas eu precisava das duas mãos pra atirar. Fui do lado dele, o PL parecia mais que disposto a matar alguém e eu não questionei as suas ordens quando chegamos a Rocinha.

O barulho de disparos começou assim que ele passou pelo limite, posicionei a arma e comecei a cobrir as merda que ele fazia. Era cedo, era o horário certo pra não ter ninguém nos beco. Ele parecia conhecer o fluxo e o filho da puta começou a subir rápido. As motos passavam por nós e se enfiavam nas vielas, nego subia nas laje e fazia o trabalho perfeito. 

A gritaria tava alta, brigava com o fluxo das bala comendo. Parecia que tinha sido o dia certo, a hora perfeita e o momento exato pro desgraçado conquistar de volta o que foi dele. Mas tava bom demais pra ser tudo real, tava perfeito demais pra merda não feder. 

Primeiro veio o barulho conhecido, a sirene louca começava no fim do morro, e logo depois a bateção que fez a moto a minha frente parar e o meu coração acelerar. 2K Freio com tudo em cima da moto do PL  e do Chule, eu procurei no céu o causador daquele rosto de ódio estampado no PL.

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora