Ninguém viveu minha vida. Ninguém chorou minhas lágrimas. Então, não me Julgue!
PV: Sofia
Se você acha que minha gravidez foi a coisa mais fácil que passei diante do sofrimento da morte dos meus pais e aquela noite dolorosa, você está muito enganado. Assim que a gente chegou na casa do monstro tudo ficou pior.
-Mãe, já tomou os remédios hoje? - Trek pergunta enquanto me arrasta pra dentro de casa
-Há filho, saí tão apressada que esqueci. - Ela diz colocando a mão no cabelo e se dirigindo a cozinha .
Então realmente ela não batia bem das ideias. Só podia ser maluca mesmo pra não ver o monstro que é o ser que ela criou.
Trek aproveitou a distração da senhora na procura dos remédios e me arrastou para o fundo da casa.
Me trancou num quarto e ordenou que eu nem pensasse em fugir dali, pois tinha homens com ordens de me matar se eu colocasse a cara pra fora.
Fiquei, fiquei e chorei muito ao lembrar do que fiz com os meus pais. Foi eu que fiz com que fossem mortos, eu e minha teimosia.
O que estou passando agora é muito pior que a dor que senti naquela noite, as forças só vieram por causa da criança que eu carregava.
Não queria ficar triste ou nervosa a ponto de prejudica-la de alguma forma. Eu só a teria como família agora.
Por isso me deixei levar e fiquei o tempo todo calada. O grande problema é que sua vida não dependia só de mim.
Algumas horas depois, quando a casa estava completamente silenciosa, a minha porta é escancarada. Trek segurava uma caneca numa mão e anda até mim apressado
-Engole essa porra - Ele me estende a caneca
-Vá embora - Digo calma, sem procurar confusão. Me embrulho nos lençóis e fico no canto da cama, encostada a parede esperando que ele saía.
-Bebe essa merda! - Ele arranca meu lençol e me puxa pelos cabelos. Meu coração já começa acelerar.
Seguro a caneca com as mãos trêmulas e olho aquele líquido estranho, escuro.
Levo aquela coisa até o nariz e inalo, o cheiro de canela invade meu nariz de forma tão inesperada que chego a tossir.
-O que é isso? - Me forço a olha-lo. Ele parece impassiente e irritado. Esse cara parece ter raiva da vida.
-Vai tirar essa coisa de dentro de tu - Meu corpo inteiro tensiona e afasto imediatamente a caneca da minha boca. Quando esse pensamento me rodeava a cabeça eu não achava que era tão nojento de se ouvir
A raiva, o desprezo e o nojo me dominam. Tento derramar o liquido no chão, mas boa parte dele fica na caneca quando Trek arranca de meus dedos.
Ele parece ter sangue nos olhos quando volta a encarar a caneca em suas mãos. Como ele pode achar que eu teria coragem de matar a minha filha só porque veio dele?
-Sua vadia - Ele me pega pelo maxila e aperta me fazendo abrir a boca.
Me debato e arranho suas mãos que me seguram pra que ele não consiga o que quer. Não tem jeito, sinto o líquido preencher minha boca.
Faço de tudo pra não engolir aquele líquido quente, mas quando ele percebe que tento colocar tudo pra fora ele solta a caneca e prende minha respiração.
Me debato feito louca em seus braços e consigo acertar entre suas pernas, o que faz com que ele se afastar de mim. Me levanto e jogo tudo no chão enquanto me engasgo tentando respirar.
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Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)
Ficción GeneralSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...