Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)

♚ II - 82♛

PV: Sofia

1 mês depois

Um mês havia se passado correndo. A Manú tinha acabado de me deixar em casa quando o celular começou a tocar. tinha uma mensagem do Conan falando que ia se atrasar e que me amava. Ele tinha saído pra fazer a troca da mercadoria e eu tinha ido buscar o resultado dos exames que o Daniel havia me recomendado a fazer.

A minha barriga tava maior...bem maior e eu me pegava sem ar em certos momentos. Era a gravidez mais estranha que eu passava. Não tinha conseguido fazer a ultrassom, pois o Daniel passou as ultimas semanas cuidado do Caveira que sofreu um acidente depois que o baile do Conan acabou. Foi um dos piores dias pro Alex.

Pensei que ele não iria naquele dia, lembro do Conan me levar de carro e ao chegarmos ver o Caveira na porta com uma das meninas que precisavam ser pagas pra tá ali. O Conan saiu do carro a toda, a menina correu dali em minutos, mas a briga feia entre os dois me deixou em pânico. Não consegui sair de dentro do carro, a única pessoa que conseguiu separar os dois foi a Manú, que precisou implorar aos gritos de choro que não se matassem.

O Caveira passou do lado da minha porta quando largou o Conan. Ele sangrava em cima da sobrancelha e na boca, ele olhou pra mim e eu não consegui continuar vendo aquilo. Seus olhos estavam vermelhos, sua pele mais pálida que o normal e a raiva e a dor que o consumia me fez estremecer. Desviei imediatamente do seu rosto. A Manú falou que o Conan tinha feito o baile porque já tinha dado tempo pro luto do pai ter acabado, mas vendo aquele rosto...acho que eles estavam errados.

O baile não foi o mesmo, logo a Manú foi pra casa, o PL queria ir atrás do Caveira por fazer aquilo com ela, por deixa-la sentada sem liberar uma palavra o baile inteiro. Ficamos até o fim dele porque o Cabeça, que agora ocupava um cargo ao lado do Conan, precisou cuidar de algum problema e não podia tá ali. Eu estava exausta quando cheguei em casa, deixei que o Alex tirasse minha roupa e em segundos eu capotei. 

Acordamos no meio da noite com os gritos da Manú. O Caveira tinha se metido num acidente de carro e tinha sido arremessado a alguns metro. Quebrou a perna em dois lugares junto com o braço esquerdo. Fizeram cirurgia num hospital caro do Rio, mas voltou pra casa e quem tinha ficado com ele era o Daniel, o Caveira não permitiu que nenhum dos filhos chegassem perto. A Manú se trancou em casa e o Conan focou na nossa.

Falando em casa... Conan resolveu que os nossos vizinhos não precisavam morar ali, em menos de uma semana Conan mandou derrubar as casas vizinhas e começou a alargar todos os cômodos, além de construir na parte de cima. A gente brigava de vez em quando pelo exagero que ele queria fazer. Dormi durante uma semana na casa da Manú e logo que voltei pra casa, tudo já tava no chão e os quartos já estava arrumados e no lugar, junto com a cama enorme que ele dizia ser perfeita pra ele.

A construção não havia demorado, muita gente trabalho sobre a pressão de uma arma e do meu querido bárbaro e tudo ficou pronto ha 3 dias atrás. E a dois eu havia começado a inventar de fazer os doces que eu sonhava. Era a brincadeira minha e da Flavia enquanto nós duas estávamos em casa. Fiz brigadeiro primeiro e pra degustação, subi com a Flavia com a desculpa de visitar o pai dela na boca.

Distribui os doces pra quem tava jogando baralho ou vendendo. O Conan não gostou muito, mas deixou claro que "espalhasse os dotes da mulher dele". No outro dia tinha um moleque na minha porta perguntando se eu fazia doce pra "coroa" dele que completava ano no dia seguinte. Fiz os doces e coloquei num papel de presente com um cartão que me apaixonei de primeira.

Não era muito, mas outras encomendas e curiosos surgiram no dia seguinte, mas eu gostava. Sonhava com a sensação de poder abrir algo no futuro que eu pudesse deixar pra Flavia como sustento limpo. Eu sabia que tudo que o Conan construía era em cima de uma torre de papel, não pediria que ele parasse, mas ganharia o meu também pra que o máximo de dinheiro fosse guardado pros nossos filho se algo de ruim acontecesse.