PV: Conan
Quando deixei a Sofia sozinha fui direto pro barraco. Queria saber se ele ainda respirava, queria saber se eu ainda teria chance de fazer ele sentir dor. Quando estacionei a moto vi a moto do Caveira parada ali, suspirei descendo da moto, eu não queria nem imaginar a merda que ele tava fazendo ali.
Assim que entrei vi a maquina nova colocada do lado da maca do filho da puta. Ele tinha alguns fios espalhados pelo corpo. Caminhei mais pra perto tentando ver melhor, mas parei quando alguém saiu das sombras.
— Eu dei um jeito— Caveira diz se aproximando. A raiva domina.
— Ainda não entendi qual é a sua— Digo irritado me aproximando dele
— É melhor começar a me respeitar, garoto!— Gargalho sem achar um pingo de graça
— Até quando? Resolver sumir de novo?— Ele vem pra cima de mim, ao contrário da manhã anterior, ele me pega desprevenido e me prende na parede com o braço em meu pescoço
— Já chega Alex! — Ele me encara perto demais, além da raiva a dor é evidente em seu rosto— Já chega! Não sou inimigo e muito menos os que tu controla!
Ele me solta e passa as mãos nos cabelos andando pra trás. Me recomponho. Era o meu pai, por mais neurótico e maldito que fosse. Ele se senta na cadeira onde deveria estar quando abri a porta, ele encara o maldito deitado ainda respirando.
— Porque voltou?— Ele rir baixo e me olha
— Fiquei sabendo do rolo que se meteu— Ele nega com a cabeça, como se repudiasse tudo que eu tivesse feito desde que nasci— Pegar a mulher desse ai, Alex?
— Cala a maldita boca se for falar da minha mulher!— Grito. Ele rir.
— Quando me apaixonei pela sua mãe...— Ele se cala por um instante e rir — Não sentia porra nenhuma.— Bufei
Lá vinha ele fazer o papel do pai que nunca foi. Qual era o problema dele, já tava velho demais pra saber o que era gostar de um rabo de saia, e já sabia o suficiente pra saber que a minha mãe era uma merda de mãe, de mulher e de ser humano.
— É melhor baixar a bola! — Me sento pra poupar o meu juizo— A mãe da Manuella foi diferente, era uma paixão adolescente num estagio da minha vida que... eu tava todo errado. Mas foi a primeira mulher que amei de verdade. Sem essa loucura que tá passando na sua cabeça ae— Olho pra ele
— Não tem loucura nenhuma aqui— Eu não queria papo. O dia já tinha começado errado deixando a Sofia fora de casa
— É mesmo? Tá tentando enlouquecer esse ai porque então? Tá assumindo uma filha que nem tua é, porque? — Me levanto pra soca-lo em algum lugar, mas ele é mais rápido me empurrando pra trás— É melhor nem começar!
— Tá no meu morro, tá na minha casa, nas minhas regras
— SOU SEU PAI!— Me contorço pra não avançar nele— Viu como é, foda-se o sangue, a maluca é sempre mais importante.
— A onde tá querendo chegar!?— Exijo— Chegou agora porque? humm Logo agora que consegui esse ai, ai tu chega salvando a vida dele e mais com uma doida... maldita... desgraçada pra atazanar a minha vida?!
Ele se aproxima de mim de cabeça baixa, vi os punhos se contorcerem e acabar nas costas. Dou dois passos pra trás quando ele me encara, me vi nele, vi meu rosto de puro ódio e vontade de matar nele.
— É aqui que eu tô querendo chegar, Alex! Não importa o sangue, a maluca é sempre mais importante— Ele dá mais um passo e eu mais um pra trás.— Se a sua mulher é tão importante assim pra tu, beleza. Mas não venha com merda pra cima da Beatriz.
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Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)
Ficción GeneralSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...