♚ II - 61 ♛

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PV: Conan

E foi longo pra cacete. A 13:00 saio da boca, tinha tirado a manhã pra ficar no lugar da desgraça que entrou numa briga na noite anterior assim que sai do baile. Vendi sentado numa cadeira até a bunda ficar dormente, pelo menos as ideia tava focada no baralho e no bagulho que aliviava a tensão quando eu tragava.

Conseguia distrair a mente, ganhar dinheiro e deixar os vagabundo mais pobre do que já eram quando ganhava uma partida. Eu descia a rua sem a moto, o barraco era ali perto e precisava ter uma ideia com o Zé ruela. Entrei no barraco e vi ele comendo, quando me viu levantou apressado.

—Ele já acordou — Respondeu antes que perguntasse

—Falou? —Ele confirma

—Conseguiu comer também, os... —Ele aponta pra dois dos meus encostado na parede— ajudaram a levar no banheiro e ...

—Já chega. Vai poder falar? Andar?

—Rouco, mas anda e fala. O bisturi acertou um osso, carne, sangue demais, por isso perdeu a consciente

—Falou— Me viro querendo sair dali

—Eu...— Ele se contorce volto a encara-lo

—Fala logo antes que eu perca a paciência

—A Manu veio...

— "Manuella", se começar a ter intimidade vai acabar sem a língua, não vou preciso dela!

—A moça pediu pra prescrever isso— E pega um papel na mesa e treme pra me entregar, leio — Não deu tempo de entregar porque... A arma... Sem falar

—Ácido fólico? Quer matar quem com ácido?! —Falo grosso

—Não, não... Não mata é pra criança. Ela tá grávida, não é? Tem algumas vitaminas, o ácido é pro crescimento do embr ... Do bebê.

Coloco aquela coisa no bolso. Manuella já tinha tudo o que precisava, pra que mais isso?

—Se não for pedir demais...— Respiro fundo.

"Tu precisa dele, Alex, precisa desse merda"

—O que?

—Preciso de livros

—Aqui né colônia de férias não óh!

—Pra fazer o parto... senhor. Preciso estudar, se der alguma coisa errada preciso saber o que fazer, como ajudar...

—Se der alguma coisa errada tu morre — Ameaço, ele tropeça pra trás — Anota essas merda num papel e passa pra eles. — Aponto pro dois encostado a parede

Saio de lá direto pra boca, não tava afim de voltar pra casa. Nem esbarrar com maluca por lá bem na hora da bóia. Me jogo na cadeira dos desocupado que entre uma venda e outra dividi o baralho.

—O patrão vai pular o rango?

—Sem fome — Era pura mentira. O café tinha sido uma porcaria

—Então libera eu aí, deixa ir filar a de uma novinha ali, patrão. Desconta os Baguim ae, oh

—Se tem 20 minutos

—Qual foi, num dá nem pra sobremesa na cama

—Rala! — Ele não espera falar de novo

Não vejo as horas passarem, fico até o vagabundo chegar e o Binho brotar, deixo os dois por lá e entro de volta pra minha sala. Minha cabeça tava cheia, mesmo driblando os piores problemas sempre aparecia alguma coisa pra atrapalhar, pra fazer bagunça no meu morro, eu odiava perder o controle.

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora