♚ II - 49 ♛

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PV: Sofia

Os três dias que se passaram foi como se eu contasse cada segundo. Todas as vez que acordava eu contava quantos dias faltavam, todas as vezes que o Conan entrava em casa  eu lembrava das horas que faltavam pro dia terminar. E assim menos um dia na na minha conta. Eu tentava me manter calma todas as vezes que o assunto era tocado, mas era só a noite cair pra mim amaldiçoar as apenas 24 horas que o dia tinha. Eu não sabia se queria que chegasse logo ou que o tempo parasse antes de tudo começar.

Era noite, estava fazendo frio, vestia uma camiseta do Conan e me enrolava em algumas mantas que arrastei da cama. A Flávia já dormia fazia horas, bem antes do pai dela sair pra ver a Manu, ela buscaria o armamento naquela noite. E eu o esperava sentada no sofá da sala, tentando focar na Tv que so tinha ligado pra ter algum barulho alem dos grilos. 

Desda descoberta que a Manu precisava ir, os sonhos que Conan tinham acabavam me acordando no meio da noite. Eu não sabia se era por ela ou por mim. Todas as vezes ele me chamava, gritava meu nome como se eu tivesse morrendo em cada um daqueles sonhos, eu acaba acordando no susto, sentava na cama com o coração aos pulos.

Eu não conseguia acorda-lo, da primeira vez eu quase gritei por alguém que vigiava a casa, mas foi impossível sair do seu aperto quando ele conseguiu agarrar a minha cintura, era como se ele conseguisse diferenciar a realidade do sonho ao me ter tão perto. E nos dois dias seguintes eu apenas me arrastei pra mais próximo e acariciei seu peito até os tremores diminuírem. Será por isso que ele vinha constantemente perguntando sobre os meus sonhos?

Eu perguntei se estava bem assim que o sol nasceu no primeiro dia, mas ele esqueceu a questão "ele" e me interrogou sobre os meus. Fez perguntas estranhas e deixou a entender que adoraria ser acordado se eu tivesse sonhos... Sonhos de sexo. Eu fiquei tão vermelha e sem graça naquele dia, que fiquei muda até ele sair mais sem graça do que eu do quarto. De onde ele tinha tirado aquela história?

As manhãs eram corridas, eu acabei cuidado das crianças durantes os três dias, pelo menos dos gêmeos, a Manu passava mal a maioria das manhãs, o PL ficava mais estressado e o Conan corria contra o tempo pra treinar quando menores pudesse com as armas que tinha. As tardes o meu treino ainda acontecia, com menos horas, pois era o Alex mesmo que me orientava.

A implicância com quem permanecia no campo e nas roupas que eu usava, era grande. Primeiro ele me devorava com os olhos todas as vezes que eu chegava, me agarrava e me beijava enquanto passava as mãos pelo meu corpo como se o descobrisse pela primeira vez. Aquilo era surreal, mas depois de quinze minutos começava a implicância. Parecia mais nervoso do que eu, que segurava uma arma carregada sobre pressão. Era difícil lidar com os dois lados, o cheio de dedos, beijos e caricias que me deixava mais quente do que eu achava possível e depois vinha o irritado, o que queria me arrastar pra casa e me trancar.

As noites como agora, ele saia pra torturar alguém, vasculhar alguma casa desocupada que tinha movimento durante o dia ou apenas correr. Como todos os dias eu o esperava acordada e via o cansaço em seu rosto. Eu sofria ainda mais sabendo que aqueles problemas tinha sido eu a responsável. Porque o Trek não parava com isso? Ele me odiava, odiava a minha menina, me atormentava e deixava bem claro que eu era um peso pra ele, porque essa sisma em me ter a qualquer custo?

Deixo os pensamentos de lado quando ouço a tranca do portão. Me levanto apressada e abro a porta. Ele vinha de cabeça baixa, a maioria do rosto coberto pelos cabelos bagunçados. Ele tava cada dia mais lindo, principalmente com a cor que seu corpo carregava por tá tanto tempo no sol. Seu corpo sempre me chamou atenção, desdo primeiro dia naquele banheiro, mas nos últimos dias ele parecia cada vez maior, mais forte, mais imponente até nas feições.

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora