Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)

♚ II - 74 ♛

Os homens pensam que possuem uma mente, mas é a mente que os possui.

Bob Marley

PV: Trek

Antes

—Vai fazer o que!? — Lobão grita por cima do tiroteio a nossa volta.

—Entrar lá! — Gritei

—Não Porra! Nos vai morrer! —Ele agarra minha camiseta — Ele vai matar todo mundo se conseguir colocar a mão em tu! Vai matar todo mundo!

Me desvencilhei dele. Eu já sabia que todo mundo ia morrer, o problema era que eu não queria acabar sangrando feito um porco no meio da rua. Eu via as mortes acontecendo a minha volta e era óbvio que eu acabaria como eles, eu não tinha tanta munição e pelo que eu tinha visto, o caminhão que subiu tinha cano suficiente pra acabar com o resto da tropa.

—O que porra vai fazer lá, ladrão? Entrar na casa pra que?

—Pegar as duas! Acha que eu vou fazer o que? — Digo colocando o cano nas costas

—Pegar as duas? A garota é minha! - Senti a raiva conhecida preencher o peito, o problema era que eu não sabia porque.

—Ela não é sua — Disse calmo procurando uma saída pra subir pra casa dele, mas antes de virar pro outro lado vi a mudança no rosto dele, o sorriso calmo surgir.

—Desistiu, num foi? Resolveu que é o pai do ano, seu bosta!

Me abaixei quando a movimentação começou no beco que eu tava, eu queria pegar as duas não importa o porque, queria vê-la, queria olhar pra cara dela nem que fosse a última coisa que eu fizesse. A agonia e a raiva que eu sentia não se comparação ao aperto insistente que passei a senti quando vi o quarto vazio. Era a raiva pura e eu sabia, e encontrando a duas eu acabaria com ela. Eu tinha certeza.
Levantei.

—Vai pra onde porra! —Lobão gritou

—Vou pega-las de volta. Avisa ae, quero 20 comigo, o resto pode descer.

—Seu filho da puta, desgraçado — Lobão tentou avançar, mas levou um soco dos meus e acabou no chão.

—É melhor descer, corre pro teu país pra eu não te achar.— Me viro e entro no beco lateral.

Eu sabia a onde era a casa dele, sabia onde ficava a boca, sabia onde a prostitutazinha morava, ter um aliado ali dentro deixava tudo mais fácil. Eu já imaginava que ela não estaria nesse meio, que estaria guardada a sete chaves esperando só pela minha chega.

Caminhei devagar pela escuridão, em alguns minutos reconheci a rua, a pressão e o barulho tinha ficado pra trás. Mandei todo mundo se abaixar e peguei a arma. Tinha 5 homens trancando a rua. Enquanto eu esperava o resto arrumar o armamento prestei atenção no movimento, não tinha muitos na porta. Três homens trocavam ideia ali.

—Tudo certo, chefe. — Levantei.

Demorou pros vagabundo notar a movimentação na escuridão, estávamos todos de preto e quanto menos luz mais invisíveis ficávamos, disparei no primeiro e o resto me seguiu, assim que ele caiu a correria começou. Até tentaram avançar, mais não tinha como chamar reforços com os miolo espalhado pelo asfalto.

Fui pro portão e os meus homens começavam a se espalhar, apenas 4 me seguiam para o portão. Dois disparos e um chute e o portão bateu na parede me dando passagem. Entrei e fiz o mesmo com a porta de madeira, com alguns disparos e o chute ela quase desabou. Entrei.