♚ II - 65 ♛

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PV: Manuella

Respiro, respiro mais um pouco e um pouco mais. Minhas costas ardiam, o corte no meu braço parecia que tinha sido posto em brasa, encaro o chão enquanto espero o homem maluco surgir na esquina, aquilo ia dar muita merda. Retiro a mão do ferimento e vejo o sangue pingar um pouco mais, eu não sentia mais a bala, mas a porcaria não parava de sangrar.

-Vou entrar e dá um jeito nisso - Digo encarando o Conan, que olha o carro sem reação - Já foi, vai ficar pensando nisso?

-Cê quase morreu - Bufo. Essa não tinha sido a primeira e não ia ser a última vez

-Só eu? - Ele não me olha, desisto e caminho até a entrada do barraco.

Abrem a porta pra mim e entro, por um instante me contenho na porta, o cheiro não tava bom. Engoli a bile e me concentrei na cadeira do Daniel desocupada e não no cheiro de sangue, fezes e urina do canto mais afastado. Era onde o Daniel estava tratando o Trek, que tava só com um dos olhos me vendo atravessar a sala.

Me joguei na cadeira e vasculhei os curativos em cima da mesa, fiz a mesma merda que tinha feito no outro braço antes de levar uma tralhas de pontos. Tentei tirar o máximo de sangue, depois álcool em algodão e quase desmaiei com a dor que provocou. De infecção eu não ia dessa pra melhor, a coisa não parava de sair. Esmurrei a mesa de raiva. O PL ia me matar.

-O que tá fazendo? - Quase pulei com o Daniel me encarando.

-Merda, como sempre. - Ele sorriu, e fez o trabalho de porco que eu tava fazendo.

Ouço a porta abrir e prendo a respiração, solto quando vejo o Conan entrar tirando a camiseta suja com o meu sangue. Ele tava destruído. Eu sabia o que ele pensava, pelo menos imaginava onde toda aquela carranca tava direcionada. Ele joga a camiseta na mesa perto de mim e encara o Daniel pegar a agulha numa das caixas.

-Tentaram me matar - Ele sussurra.

-Ou a mim

-Não. - Seguro o fôlego quando sinto a agulha entrar sem a porra da anestesia - Você nem deveria tá naquele carro, era eu sozinho que deveria tá lá, tava marcado pra ir buscar.

-Quem ia tentar te matar, Conan? - Aponto pro Trek - O mais novo pirata tá ali, fedendo a merda. Que porra aconteceu aqui?

Ele não me olha e nem responde. Suspiro. Eu não ia me meter nisso. O barulho de freada surgi, engoli em seco. PL grita, não entendo, mas me encolho. 2k responde baixo demais, e o PL ameaça enfiar a arma dele por uma entrada que ele não ia gostar.

-Acha que se eu cair aqui ele vai acreditar que eu desmaiei? - Conan rir. PL entra.

-Qual foi!? - Ele grita - Que porra é aquela, teu carro entrou de baixo de um... - Ele olha para, pra mim e depois pro Conan, volta a olhar pra mim e depois pro Daniel que já tava paralisado.

-Eu tô bem - Falo

-Cade tua roupa? Tá sendo costurada de novo porque? - Ele se aproxima e empurra o Daniel da frente.

-Não foi nada - Ele segura meu braço

-O que tu fez!? - Ele e cara o Conan

-Não foi culpa dele! - Ele me olha assustado, como se notasse a merda toda

-Tu...? Não. Cê só pode tá tirando uma com a minha cara!

-Paulo

-TU TAVA NA PORRA DAQUELE CARRO ALI?!

-Foi um acidente!

-COM UMA METRALHADORA!?

-PAULO! - Grito tarde demais

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora