♚ II - 41 ♛

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  "Nem sempre há explicação pra dor! Mas há um aprendizado!" 

(Pejotta Pires) 

PV: Sofia

ALGUNS DIAS ANTES

—Uma dica? Enrole o quanto puder.— Manuella diz me entregando um fuzil do PL, e colocando uma glock na minha cintura. Eu ainda não curtia andar armada por ai.

—O que? — Pego com cuidado aquela coisa enorme

— Estão atrás de você. Não foi o que tu escutou? —  Sim. E isso era o que me fez chegar até ali.


Flashback ON

Andar com a Manuella me fez querer saber tudo o que acontecia a minha volta. Se o Trek ainda mantinha a ideia de me ter, se o Conan vinha querendo me proteger demais, e principalmente, se o Léo já tinha começado a abrir a boca.

Eu queria saber o que tava acontecendo, não poderia fechar os olhos e aceitar o que meus pais se propuseram a fazer. Me deixar cega perante a minha vida. 

A casinha de muros bracos e um casamento perfeito, não poderia existir no mundo que nasci.

A realidade mais próxima, da ilusão de família perfeita, criada na minha cabeça, era a vida da Manuella. Mulher forte, homem protetor, e filhos felizes. Mas vendo assim, de perto, não tinha nada de perfeita, eles apenas sobreviviam. 

E, infelizmente, era o que iria acontecer comigo se eu continuasse ali. Mas quem disse que eu escolheria outro lugar? Se o Alex fosse o meu príncipe encantado, era naquele castelo que eu iria construir a minha vida.

Sim, eu havia escolhido o Alex. Mas junto ao Alex, vinha o Conan, O Barbaro. Eu não estava totalmente por fora da sua fama de cruel, eu ouvia as fofocas nos meros bailes que eu cheguei a participar depois que a Manú veio morar por aqui. 

Eu não era cega ou surda. 

Além das fofocas, vinha a realidade. Primeiro a praia, segundo a nossa chegada a casa nova e depois, ele inteiro. Ele me tratava bem, tratava a minha menina como um pai que ele dizia ser. Mas além de tudo isso, vinha a sua ira.

Ele matava sem questionar. 

Manuella, uma vez me falou, logo depois de uma briga no baile porque o moleque me encarava, que eu deveria começar a me impor. 

"—O Conan não sabe lidar com perdas, Sofia."— Manú alisava meus cabelos enquanto eu chorava no banheiro. —"Ele tem medo do que sente por você. Cê precisa mostrar pra ele que não precisa ter medo"

Ouvir aquilo em alto e bom som, parecia loucura. Eu ouvia e via o que as mulheres achavam dele, "gostoso", "é perfeito na cama", "Faz jus a altura que tem" , "a língua é minha perdição" E ele ainda tinha medo de me perder?

Eu não parecia uma mulher, eu tinha 23 anos, mas parecia ter 13. Não sabia que existia sexo e prazer, nunca havia beijado uma pessoa antes dele! Eu que deveria estar preocupada com perdas ou sentimentos. Ele era demais pra mim.

"—Tu tem que entender que ele ainda vive numa floresta"  — Funguei e olhei pra Manuella que sorria me olhando do espelho.

"—Floresta?"— Ela sorriu e me virou pra ela, limpando as minhas lágrimas

"— É. E se deixar ele bate no peito e diz: SOFIA, MINHA!  —  Ela diz numa voz engraçada me fazendo rir  "— Tô falando serio, o homem das cavernas e ele não tem muita diferença"

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora