Atrás de cada mulher forte e independente, existe uma menina que teve que aprender a se recuperar e nunca depender de ninguém.
(Desconhecido)
PV: Conan
Quando o primeiro barulho chegou pensei que fosse só nóia da minha cabeça, os sonhos com aquele momento pareciam tão reais nos últimos dias que me peguei perguntando se eu realmente tava acordado. Eu conseguia ouvir as rajadas vindo do início do morro e o estralar de bombas em outros lugares ao mesmo tempo, como se a invasão acontecesse por todos os lados. Como se uma tropa bem maior do que eu conseguia imaginar tivesse vindo distruir minha vida.
Não me assustei quando a movimentação do lado da Sofia aconteceu. Ela me encarava a meia luz, seus olhos grandes já diziam o turbilhão de pensamentos na sua cabeça. Eu estava acordado, a guerra tinha começado.
Levantei da cama jogando o lençol pro lado e suspendendo a pequena que dormia em nosso meio, eu a colocaria no último quarto onde tinha reforçado a porta fazia pouco tempo. A casa que eu tinha encontrado tão rapidamente pra conseguir trazer a Sofia pra perto de mim, tinha sido pobre de proteção. E com tão pouco tempo pra respirar a única coisa que eu tinha conseguido era reforçar um quarto minúsculo. Mas se dependesse de mim, o maldito não chegaria perto daquela casa.
Fui direção da porta com agilidade, mas estanquei quando vi a Sofia na frente dela, vestida com a minha camiseta e uma M16 na mão. Ela parecia tremer mesmo tentando mostrar força. Se não fosse o mundo caindo lá fora ou aquele cano na sua mão, eu mesmo teria caído de joelhos e agradecido por tê-la na minha vida.
— Porque tá com isso? — Tento manter a voz baixa. Ela me encara como se não entendesse — Porque tá com isso? — Repito
— Vou ajudar — Eu cairia de joelhos por outro motivo se aquilo acontecesse.
Ela só podia ter batido a cabeça enquanto levantava da cama!
Eu não sabia mais lidar com aquele aperto repentino, era como se aquela bala voltasse a perfurar meu peito todas as vezes que eu imaginava aquelas duas correndo perigo. Eu não pensaria em outra coisa a não ser nela se ela colocasse o pé pra fora de casa. Correria o risco de errar o alvo só por olhar pra ela o tempo inteiro, a guardaria, velaria e rezaria pra que nada acontecesse com ela. Aquilo não ia dar certo.
— Não vai pra nenhum lugar— Disse tirando ela da passagem com o meu próprio corpo. Saio na direção do último quarto.
Se dependesse de mim, as duas ficariam trancadas, e muito bem vigiadas e protegidas, naquela casa enquanto eu matava quem fosse preciso. As pressas coloquei a Flávia na cama de casal e me dirigi a porta, Sofia ainda segurava aquela coisa, mas agora com os braços cruzados e com um olhar doentio. Parecia que ia me engolir em algum momento, balancei a cabeça tentando não me intimidar e deixei ela pra trás.
Porra, eu tinha dois metros de altura e era forte o suficiente pra "eu" aterroriza-la, não ao contrário.
Fui na direção do quarto, embaixo da cama tinha o que precisaria pra acabar com aquela algazarra no meu morro. Assim que coloquei os pés no quarto escutei a moto lá embaixo disputando com a gritaria dos guardas, tinha certeza que PL estaria arrancando os cabelos. A porta da sala bateu e só deu tempo que me virasse, o filho da mãe veio pra cima de mim gritando como se eu fosse a mulherzinha dele.
— ELA FOI POR SUA CAUSA!
— EU TAMBÉM ENTREI EM MUITAS POR CAUSA DELA!— Gritei já sem paciência, meu morro tava sendo destrossado se aquele barulho todo lá forra fosse por causa do Trek.
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Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)
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