♚ II - 75 ♛

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Uma vez magoado, 3 vezes mais frio, 5 vezes mais amargo, e 80 vezes mais cruel.


PV:Conan

Acordei em algum momento da manhã com a bunda dela roçando meu pau. A gente tava no sofá ainda e além do meu pau, eu estava espremido contra o encosto do sofá. Tentei puxar ela pra cima de mim sem acorda-la, mas ela abriu os olhos e sorriu assim que coloquei ela em meu peito. Lhe dei um beijo, coloquei ela no meu lugar e levantei.

— Você vai buscar a Flavinha e vai levar ela pra escola. — Ela disse com a voz de sono antes de virar de costas pra mim— E não demora, não quero ficar sozinha aqui.

— Vou tomar um banho, mandona.—  Andei até as escadas 

— Então vai logo, teimoso.— Sorri.

Eu tomava banho quando as rajadas começaram, puxei a toalha quando as explosões vieram. E já estava vestido quando o grito dela me chegou aos ouvidos. Desci. O medo tomou conta, a dor e a culpa se apoderou. A única coisa que eu via era a Sofia, não me importava em levar uma bala na tentativa de tirar ela do seu alcance, mas ele sabia quem me faria parar de planejar a sua morte.

Me contive, ouvi tudo e queria eu mesmo atirar na minha cabeça. Ela tinha me avisado, ela tinha me implorado pela própria vida e eu... eu tinha sido o ogro cabeça dura de sempre, o bárbaro que achava que tudo tava sobre controle. Eu estava errado e mereci ter desabado no chão com o ataque surpresa.

Mereci ter sentido cada costela ser atingida, mereci cuspir sangue em certos momentos, mereci ver e ouvir a minha vida sendo arrastada enquanto gritava o meu maldito nome. Mereci ouvir a Flavia gritar, eu mereci cada segundo. A única coisa que ganhei de presente foi a escuridão, que me tomou assim que fui atingido por trás quando tentei levantar pela minha filha. 


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Quanto tempo fiquei apagado eu não sei, mas o silencio deixava claro que tinha sido o suficiente pra ele ir embora. Deixei que o outro lado tomasse conta e me levantei, cambaleei quando senti as dores pelo corpo, respirei fundo e fui na direção da porta. Assim que abri duas motos param na minha frente, uma delas tava com o Juan e a ruiva que desceu rápido.

  — Cadê ela?— Não respondi, ela passou por mim entrando na casa e eu segui pro PL que me olhava da cabeça aos pés

— O que aconteceu, cara?

— Cadê a Sofia!— Ouvi o grito de dentro da casa, mas calmamente tirei o fuzil das costas do PL

— Como ele pegou a Flavia? — Ele não teve tempo de responder

— Você deixou ele pegar ela?— A ruiva me fez virar e praguejei com a dor que surgiu. Ela chorava, era a primeira vez que eu sentia pena de nos dois.—  Você deixou aquele monstro tocar nela?

— Tô sabendo que sou culpado, não precisa que fale.— Me voltei pro PL e esperei que ele me respondesse.

— O Luka, entrou por trás. Quando ouvi o aviso já era tarde, ele tava no quarto dos moleque — Ele baixa a cabeça— Era meus filhos. A Manuella tava enlouquecendo— Ele volta a me olhar e vejo a luta contra as lágrimas.— Teu pai tomou um tiro, era os meus filhos e ele só queria a Flavia. Entreguei a menina... eu... era os meus filhos.

A dor se fixava no meu peito e a raiva tomava conta do meu corpo, a minha mente trabalhava com o silencio que eu precisava, a culpa daquilo tudo era só minha. Agarrei o fuzil e estendi de volta pra ele, ele não pegou continuou a me olhar.

Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora