PV:Conan
Acordo com uma risada. Me sento na cama e ao meu lado tá o lugar mais vazio. Levanto indo direto pro banheiro. Depois do banho me troco e saio, a casa tava cheia como sempre. Manu e Sofia se divertiam assistindo as criança brincarem com algo no quarto da Flávia. Ando até lá sem as duas na porta perceberem e beijo a Sofia por trás, ela rir reconhecendo meu toque e se vira abraçando minha cintura e me colocando pra fora do quarto.
Já falei que não me canso dela? Da forma como me olha, do sorriso perfeito que ela me dar? Puxo ela pra um beijo descente, ou indecente. Tava começando a amar aquele cabelo, eu conseguia sentir sua pele arrepiar quando a tocava ali atrás. Ela se afasta sorrindo.
—Vai sair?— Ela pergunta
—Levar a maluca ali num lugar, vou te trazer uma coisa —Digo sorrindo
—Um presente? —Confirmo e passo a mão de leve na sua barriga
—Pra nós dois.— E a beijo mais uma vez.
Depois de tomar um café reforçado, e aturar a Manuella reclamar da demora, saio de casa com a outra do lado. Ela tava com o cabelo preso, boné no rosto e uma roupa que enganava muito bem a barriga que ficava mais que evidente quando ela usava aquelas porcaria pelo morro. Vejo ela entrar no carro enquanto dou ordens aos meus.
Só queria um carro na escolta, eu não roubaria tão abertamente uma máquina enorme. Só precisava oferecer uma grana e ela apareceria na 4x4 que eu dirigia. Entro no carro e ligo, acelerando até a saída do Vidigal. Manu olhava pro celular, digitava sem parar escondendo a tela o máximo que podia de mim, era sempre assim.
—O braço tá melhor?— Pergunto fazendo ela fechar a cara, desligar o aparelho e jogar no painel
—Tá
—Vai me dizer o que aconteceu? Ela se encosta ainda mais no banco e observa a janela.
—Precisei sair de casa no dia da invasão. Entre sua casa e a minha levei um de raspão, mas não quis criar caso
—Entre a sua rua e a minha?— Ela tava mentindo. —Como foi isso? Se eu tranquei a rua? —Ela baixa a cabeça e fala baixo
—Eu saí pela outra rua. Ninguém ia me deixar sair de casa mesmo! —Tá, tinha outra rua dando acesso a casa dela, mas aquela porra não fazia sentido.
—Foi fazer o que na minha casa?
—Nada! Sei lá, conversar com a Sofia? —Continuo encarando ela até que ela bufa se encostado no banco de novo. — Fui deixar algumas roupa, coisas. Ela não tava ajudando a Ritinha lá no Alemão? Com doação de coisa... Então fui lá.
—No meio de uma invasão?— Ela bate no vidro já sem paciência
—Qual foi? É, no meio de uma invasão! Eu não podia fazer nada trancada dentro de casa!
—E assim que sai recebe a porra de um tiro! Deve ser por essa merda que não quero as duas dando de mulher maravilha no meu morro!
—Não enche o saco! Se fosse pra ficar trocando idéia teria preferido o PL, pelo menos ele não ficava me fazendo pergunta!
—Porque é um pau no cú, trouxão que come até a tua merda! —Ela rir
—Como se tu não comesse a da Sofia. —A filha da mãe gargalha— A da Flavinha então... Trouxão —E me dá um tapa fraco me fazendo fechar a cara
—Tá me escondendo uma merda, Manuella, e essa porra já tá fedendo. —Ela cruza os braços e não olha mais pra mim.
Passo pela contenção e dirijo até o hospital em silêncio. Pelo papo que troquei eu sabia que o PL já tinha saído, já tava na missão que eu tinha dado. E o Caveira, tinha levado a ruiva numa moto, pra qualquer lugar que não me dizia respeito, quanto mais longe melhor. Fui pela Gávea, era mais longe, mas era mais seguro do que se aventurar no bairro riquinho do Leblon.
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Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)
Ficção GeralSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...