Salva Pelo Traficante (Livro 2 - Versão Original)

♚ II - 01 ♛

Após tantos pedidos, versão original sendo disponibilizada completa.

OBS: Essa é uma postagem criada para fãs. Esse conto está escrito numa versão atualizada chamada EM GUERRA, se é a sua primeira vez aqui leia a versão atualizada.

8 Anos Antes

Tudo poderia ter acontecido naquela noite, poderia ter insistido mais em não ir aquele baile idiota.

Poderia ter voltado quando o meu salto arrebentou na porta da quadra. Poderia ter ido embora quando me vi sozinha.

Poderia ter corrido, feito o diabo corre da cruz, quando aquele cara sorriu pra mim enquanto saia do banheiro com uma garota aos pratos as suas costas.

Poderia ter sido tanta coisa!

PV: Sófia

O sol já estava suportável enquanto subia o Adeus, as aulas acabavam as 5 e eu levava em torno de 20 minutos pra chegar em casa. Andava pelos becos observando tudo a minha volta e sempre olhando para ele atentamente antes de entrar, pra não ser surpreendida por um acerto de contas que eu não deveria ver.

As invasões eram constantes, as guerras entre outros morros, por causa de ponto de droga, era normal por ali. O Alemão colocava medo de um lado e a Maré apertava o cerco querendo o comando de volta.

Sair de casa era a mesma coisa que andar em um campo minado, a qualquer momento poderia começar um tiroteio e quem tivesse no meio morreria de graça.

Desvio de um beco onde tem um grupo de homens armados. A única coisa que chama minha atenção é um homem enorme ao lado de um cara bem arrumado e tão grande quanto ele, ele sorrir e ameaça o homem caído no chão com uma arma enorme.

Acelero o passo já tremendo e com as pernas feito gelatina. Ouço um barulho de tiro as minhas costas e quase caio com o susto. Vejo minha casa a distancia e começo a rezar pra queles caras não resolverem começar um tiroteio. Atravesso a rua e empurro a minha porta, em desespero tento fecha-la.

-Surpresa! - Ouço gritos

Giro nos pés e grito desesperada enquanto tento proteger minha cabeça sem nem entender o que tá acontecendo. Sinto mãos em meus braços tentando me levantar e falando coisas que eu não entendo

-Filha, amor. - Alguém me abraça enquanto o outro grita e chora - Desculpa, desculpa.

-Tá tudo bem, querida. Para de chorar vai - Não escuto mais os gritos da pessoa que chora, acho que o desespero vinha de mim mesmo.

Abro meus olhos, estou no chão, minha mãe me abraça apertado, ela limpa algumas lágrimas do próprio rosto. Meu pai está sentado ao meu lado, parece triste.

-Desculpa o pai. - Ele passa as mãos no meu cabelo - Queria te fazer uma surpresa.

-Seu pai trouxe um bolinho - Mamãe beija meu rosto ainda tentando não chorar - E bolhas - Ela sorrir com lágrimas ainda descendo