Larissa
Seus olhos percorreram meu corpo até parar em minha barriga, engoli seco segurando o choro.
Larissa : Sei que não digna da sua ajuda, mas não tenho pra onde ir. E você é a única que pode me ajudar, por favor!
Valeria : Acho melhor não, Larissa. Não quero brigas com o outro...sei que cedo ou tarde ele estará aqui.
Larissa : Ele me deixou ir...- Ela me olha surpresa. - Por favor, eu não aguento mais ficar nas mãos deles. Eu fui tão cega! - Ela suspira. - Só está noite, amanhã eu dou um jeito.
Valeria : Já que ele te deixou ir por que não passa pelo menos essa noite lá ? Não acho que causaria problemas. - Neguei.
Larissa : Ninguém entende, ele mudaria de ideia rapidamente. Eu não tenho pra onde ir, por favor. Faça isso pela sua neta, não por mim. Eu não posso deixá-la crescer vendo o pai batendo na mãe. - Ela suspira e olha para os lados.
Valeria : Eu te avisei tanto, Larissa. Agora olha onde estamos. - Sussurrou. - Entra.
Larissa : Obrigada! Obrigada mesmo. - Entro na minha antiga casa olhando tudo, vejo que a minha mãe mudou algumas e logo um sorriso surge em meus lábios.
Valeria : E amanhã você vai pra onde ? - Perguntou enquanto trancava a porta.
Larissa : Eu dou meu jeito, vou olhar com algumas amigas. Acho que me aceitam no outro morro.
Valeria : Não acha melhor ir pra outro lugar? Ele te acharia fácil lá.
Larissa : Eu sei, mas no momento é a única solução. - Ela fica calada. Passo a mão na barriga e logo sinto Lorena mexer. Dou um sorriso largo e me sento no sofá.
Valeria : Está de quantos meses ?
Larissa : Completei quatro, essa semana. - Digo quando a mesma se senta ao meu lado. - Quer tocar ? - Ela pensa um pouco e da um sorriso levantando minha blusa e colocando a mão.
Valeria : Ela se mexe tanto assim? - Assinto rindo.
Larissa : Mais quando o pai está presente, parece que sabia que iria ser mimada por ele.
Valeria : Já escolheu um nome?
Larissa : Sim, Lorena. - Ela sorrir enquanto estava acariciando minha barriga. - Eu estou fazendo tudo isso por ela, a única coisa que realmente tenho vontade de lutar, sabe? Ela é a minha luz na escuridão.
Valeria : Sim, eu pensava o mesmo de você. - Disse me fazendo a encara-la. - Eu posso arrumar um lugar para você, mas não sei se vai querer.
Larissa : Quem sou eu de reclamar de alguma coisa, qualquer lugar tá ótimo.
Valeria : Na rua ? - Neguei a fazendo rir. - Disse que qualquer lugar estava ótimo.
Larissa : Você entendeu, mãe. - Ela da um sorriso de lado. - Mas onde seria? Eu pensei em conversar com as meninas. - Ela nega.
Valeria : Sua tia pode te abrigar lá, até você procurar algum lugar melhor.
Larissa : E onde essa tia mora ? Porque a mãe do Lucão mora aqui no morro.
Valeria : Em Belo Horizonte. - Suspiro. - Acho que lá é o melhor lugar, Ele nem pensaria em te encontrar lá.
Larissa : Tem razão! - Digo certa do que eu iria fazer. - Eu vou.
Valeria : Eu ligo para ela amanhã cedo e tarde eu arranjo tudo. Tudo bem?
Me levantei do sofá, e caminhei até o meu antigo quarto ouvindo os passos atrás de mim. Abrir a porta e dei um sorriso vendo que nada ali tinha mudado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Fiel
Teen Fiction+18| É como a bíblia diz né, o inimigo não vai te trazer lixo, ele vem com o luxo, mas se você abraçar o luxo, ele te joga no lixo. Portanto é assim, não confiando em qualquer palavra, nem em qualquer sorriso e muito menos em qualquer abraço. O que...