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Emilly

Nesses meses que se passaram, eu posso abrir a boca e dizer que eu mudei. Mudei bastante! Mas é claro que eu não paro, até porque eu to grávida e não doente. E é claro que o Guilherme enlouquece. Tava tão cuidadoso que até sexo negava com medo de machucar a criança e parece que o fogo entre as penas só aumentou.

Fernandinho : Tia? Vem cá. - Me aproximei dele e cruzei os braços. - Eu posso ir ali?

Emilly : Fernando, tua mãe tá é ali. Meu amor. Pede ela. - Ele negou.

Fernandinho : Ela não vai deixar. Eu só vou me despedir de alguns amigos.

Emilly : Ué, vai pra onde ? - Disse erguendo a sobrancelha. - Tá achando que eu sou boba é? Tu não vai pra lugar nenhum.

Fernandinho : Pô, tia. Vai, por favor. É coisa rápida. Prometo nem chegar mais perto deles, por favor. - Suspirei. - Eu só quero me despedir, eu gostei deles e eu queria pelo menos me despedir deles.

Emilly : Sei não em! Tu volta quando?

Fernandinho :Vai ser coisa rápida. Juro!

Emilly : Eles moram aqui no morro, né? - Ele pensou e logo assentiu. - Eu vou cuspir no chão, se secar e tu não voltar, eu nuca mais confio em ti.

Fernandinho : Eu juro que vou rápido. - Assenti. O mesmo saiu correndo e eu fiquei observando até ele sumir das minhas vistas.

Voltei pra mesa e me sentei. Guilherme veio se aproximando com um prato lotado de comida e já colocou na minha frente.

Emilly : Tá achando que tem pedreiro aqui?

Guilherme: Tá achando que eu vou deixar minha cria ficar com fome? - Bufei. - Bora, Emilly. Se quiser eu dou até na sua boca.

Emilly : Não precisa! - Ele assentiu se sentando ao meu lado. Suas mãos acariciaram minha barriga e logo vi um sorriso brotar em seus lábios.

Guilherme: Tu acha que ela vai parecer mais com quem? - Olhei pra ele.

Emilly : Com a mãe, óbvio. Tá achando que eu vou segurar ela por nove meses pra vim parecendo contigo? Aceito não! - Ele ri. - Tem que parecer com a mãe que é lindona.

Guilherme: Falo é nada. Tu quer mais alguma coisa ? - Neguei. - Qualquer coisa manda o papo. - Assenti. Ele se levantou e foi pra perto dos meninos. Comi a comida todinha e ainda queria mais. Helena e Rafaela se sentaram ao meu lado e logo ficamos falando da vida alheia.

Já tinha passado mó tempão. Peguei o celular respondi as meninas do salão e olhei as horas. Tava passando rápido demais. Olhei para Helena e logo depois passei a visão no local procurando Fernandinho. Nada do moleque.

Rafaela : E aí? Tá gostando do serviço no asfalto?

Helena : Mana, tá indo, né. As vezes chega tanto cliente chato que da vontade de mandar e se foder mas é aquilo...Cliente sempre tem razão.

Emilly : Por isso eu não presto pra trabalhar nessas coisas. O primeiro que viesse com folga eu mandava pra merda.

Rafaela : É só ter calma! Sempre tem aqueles que nos até ter gosto de trabalhar.

Emilly : E tu? Vai trabalhar até quando?

Rafaela : Eu não vou parar! Na verdade vou quando o Diego nascer. Mas é só por um tempo! Eu não posso desistir do trabalho assim. - Assenti.

Helena : Falando em criança...Vocês viram o Fernandinho? Eu quero falar com ele. Já passou da hora e eu acho que já é o momento. - Na hora gelei.

A FielOnde histórias criam vida. Descubra agora