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Gt

Olhei para o povo lá em baixo e nada de encontrar LN. Peguei meu celular e já disquei o número dele, mas o foda é que o desgraçado nem atendia.

Baiano : Tá arrumando o que ?

Gt : To procurando meu parça, tu não viu não?

Baiano : Ele num tava com você?

Gt : Seguinte, ele disse que ia...- Parei de falar quando eu percebi a merda que eu estava falando. - O cara tá feliz, deve tá na casa da filha. - O cara nem fala mais nada só se afasta.

Faço um sinal pros meninos que estão no canto e logo eles apressam os passos.

Gt : Bora procurar o LN, o cara sumiu. - Eles assentem.

Meu celular vibrou e eu logo vi que era um dos moleques daqui do morro. Me afastei e atendi.

Gt - Solta a voz!

Nandim - Tem um moleque aqui dizendo que vocês pediram o outro carro, só que não tá descendo não.

Gt - Pergunta o nome, meu parça.

Nandim : Lucão, Mano. É pra deixar subir?

Gt : É ele mesmo, solta aí..Nandim.

Nandim : Pod crê! - Desligo o celular e volto para perto dos meninos. - Lucão chegou!

Guilherme : Vou encontrar com ele, aproveito e procuro o LN na casa da Larissa.

Olhei para o lado e vi Leandro conversando com Baiano. Eu vi quando o mesmo pegou um cado de droga na mão dele e saiu olhando para os lados. Balancei a cabeça negando e voltei a tentar ligar pro LN.

Mt : Eu disse que essa ideia dele sair sem arma era visão errada.

Gt : Pensa no pior não, meu. Relaxa ele tá bem.

Mt : Tomara, meu. - Ele pegou o celular e mostrou que era Rafaela.

Gt : Vai lá atender, mas não fala esses bagulhos que tá rolando não.

Mt : Pode deixar!

LN

XXX : Ta rindo de quê filho da puta ? - Disse pisando na minha barriga. Acabei engasgando com o meu próprio sangue. Bagulho tava tão cabuloso que eu tava sentindo meu corpo mole pra caralho. Enquanto eles batiam. só veio a imagem da minha menina brincando. Eu não podia morrer, Lorena precisava de um pai.

LN : Aí, noia. É pra matar? Porque se for mata porque eu vou cobrar o vaci...- Parei de falar com mais um chute.

Um deles tirou a arma da cintura e colocou na minha testa, olhei bem pros olhos do filha da puta que me encarava e fechei os olhos esperando a bala.

XXX : Tu tem sorte, desgraçado! - Gritou dando mais um chute em minha perna. Ouvi os passos correndo e eu logo pressionei os olhos sentindo a dor.

Abri os olhos e tentei me colocar de pé, não passei essa barra toda pra morrer na covardia. Me sentei e me arrastei pro canto olhei pro lado com dificuldades me levantei com bastante custo e logo me vi de pé. Minha visão escureceu e eu me encostei na parede.

LN : Bora, Lorenzo. Não é hora de fraquejar, Porra. Tu não nadou essa distância toda pra morrer na praia.

Caminhei com bastante dificuldade saindo do beco, o foda é que a rua que estava lotada agora estava completamente vazia. Desci as escadas na maior moleza e quando cheguei na rua de cima da casa de Larissa eu já não aguentei, me encostei na parede escorreguei até me sentar.

bati a mão no bolso procurando meu celular, fitei ele com dificuldades e dali já vi que sobrou até pra ele que tava com a tela rachada.
Disquei o primeiro número que estava na chamadas recentes e logo ouvi sua voz calma.

Larissa - Já chegou em casa ? - Fico calado ainda tava pensando se realmente iria pedir a ajuda dela. - Lorenzo?

LN - Preciso de uma mão. - Disse com dificuldades.

Larissa : Aconteceu alguma coisa ? Você está bem?

LN : Tem como tu colar na rua de cima da sua casa ? Mas o seguinte não quero ir pra casa da tua tia não. - Fiz um semblante de dor tocando de leve minha costela.

Larissa : Tem sim! To indo agora. - Disse desesperada. Desliguei o celular sentido minha visão ficar turva e quase capotei.

Não demorou muito Larissa aparecer e assim que a mesma me viu já levou as mãos até a boca olhando tudo sem acreditar, sem delongas a mesma se aproximou.

Larissa : Lorenzo? - Fico calado. - Fala comigo. Ela tocou meu rosto e começou a da tapinhas no meu rosto.

LN : Para de bater nessa porra, aí. - Disse gemendo de dor.

Larissa : Eu preciso que você fiquei acordado, eu não vou conseguir te levar sozinha. Eu preciso que você seja forte. - Assenti. - Vamos lá pra casa, eu vou cuidar de você lá.

LN : Não, pô. Me leva pro barraco que eu to, mas ninguém pode passar a visão não. - Digo respirando fundo.

Larissa : Lorenzo...Lá vão saber. - Nem disse mais nada. Com muito esforço Larissa conseguiu me colocar de pé. - Tá machucando?

LN : Não, To suave. - Minto. Ela levantou o olhar mas não disse nada, Só reparei quando ela parou em frente a uma casa.

Larissa : É a casa da Emilly. Ela não vai voltar hoje e a mãe dela trabalha fora igual a minha tia.

LN : Eu quero que tu arrume tuas coisas, vocês vão embora comigo. - Ela não responde apenas continua me ajudando.

Ela me ajudou a subir a escada que estava ali e quando chegou na porta dei alguns passos para trás, minha cabeça tava explodindo, levei a mão até ela pressionei os olhos. A voz de Larissa estava tão baixa que eu não entendia nada que ela falava, ela abriu a porta e na hora que ia me arrastar pro barraco minha visão já escureceu e dali eu já não vi mais nada!

A FielOnde histórias criam vida. Descubra agora