Capítulo 16

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Taehyung acordou no susto, com gritos vindo do lado de fora da sua casa. Ele olhou para o lado e viu Jimin com o corpo contra o seu. A sereia não entendeu de imediato o que poderia estar ocorrendo, mas ainda assim cutucou o marido, que em segundos, despertou ainda sonolento.

— Tae?

— Amor, tem algo acontecendo do lado de fora...

Antes que Jimin pudesse perguntar para o outro que estava ocorrendo, eles escutaram o barulho de vidro se quebrando em outro cômodo. Eles se fitaram e em poucos segundos já estavam fora da piscina. O mais baixo foi com rapidez até a cômoda que tinham no local e revirou uma das gavetas até retirar de lá um punhal de prata. Taehyung nada perguntou, mas no fundo da sua mente tal coisa nem o surpreendia mais, pois o marido sempre tinha sido mais arisco que ele.

— Vamos pelos fundos — murmurou o professor.

Jimin segurou com força a mão do marido quando eles escutaram os sons de passos dentro da casa deles. O professor fazia um pouco de ideia do que estava acontecendo, provavelmente o motim e eles estavam ali porque os dois apoiavam os humanos. Os seus iguais estavam agindo por medo de crenças e isso preocupava e muito a sereia.

A maior preocupação de Taehyung no momento era Jimin ter que usar aquela arma, pois sabia que o marido mataria qualquer um que tentasse fazer mal a eles e isso o apavorava, pois, mesmo sendo legítima defesa, sabia como isso afetaria o marido.

Eles alcançaram a saída dos fundos rapidamente e Taehyung respirou fundo ao perceber que não tinha ninguém ali, poderiam sair sem problemas e foi isso o que fizeram, porém ao chegarem à área comum do reino, perceberam o cenário à sua volta.

Gritos de todos os tipos — alguns como se estivessem prontos para uma guerra e outros de desespero —, janelas quebradas e a porta do castelo destruída. Os dois ficaram sem reação por um momento.

— O que... faremos? — Taehyung questionou. — O-os humanos... Minnie, Jungkook pode estar em perigo!

— Merda — murmurou o mais baixo, puxando Taehyung contra si. — Vamos para a superfície.

O mais baixo puxou outra vez e Taehyung não precisou de mais nenhum empurrão para correr ao lado do marido para a saída de água mais próxima, porém quando passavam por uma das casas, Jimin ouviu um grito e parou.

— Minnie?

— Jeongyeon! — O professor arregalou os olhos para o marido ao ver a casa da amiga sendo invadida.

Sem perderem tempo, os dois seguiram para ajudar a outra professora. Os gritos continuavam e a casa estava sendo destruída por sereias com os rostos cobertos por algas. Era tão bárbaro que Jimin não soube o que pensar. Quando que seu povo tinha se tornado aquilo? Como que tudo tinha chegado naquele nível?

— Não, não! Socorro! Não encosta em mim!

Jimin não esperou mais, soltou a mão de Taehyung e entrou pela porta arrombada, seguindo direto para o quarto da amiga, conhecia bem o local, já passara tardes rindo de bobagens no chão de pedra enquanto tomavam chás e comiam biscoito de trigo. Contudo, aquela lembrança boa foi o impulso que ele precisava para não pensar em nada e somente encravar o punhal no braço da sereia que segurava a professora pelo pescoço contra uma das paredes.

Gritando, a sereia invasora soltou Jeongyeon e Jimin logo se colocou na frente dela, sentindo a amiga lhe segurar com força na parte de trás braço, choramingando contra o seu ouvido. O professor então apontou a arma para a outra sereia.

— Ou vocês saem daqui ou eu acabo com os dois.

Como resposta, a sereia que não estava machucada deixou suas unhas aparentes e Jimin nem pensou duas vezes, partindo para cima dele. O homem tentou usar a unha para lhe cortar a bochecha ou o pescoço, Jimin não teve certeza, mas ainda assim bloqueou o ataque do outro com um braço enquanto com a mão deixava o seu punhal dar um profundo corte no ombro do inimigo, que gritou ao mesmo tempo que ia ao chão.

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