Capítulo 86

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Notas do Autor

Aviso de gatilho: tortura; pensamentos depressivos e suicidas; tentativa de suicídio


Namjoon estava mancando com uma bandeja em suas mãos. Minho estava com tanto ódio dele ter deixado o "seu bem mais valioso" fugir que estava tentando o humilhar de diversas formas. Naquela tarde era fazendo com que ele servisse comida para todos.

Então, ele estava fazendo aquilo, sentindo o pé doer a cada novo passo que dava pelos corredores. Mas, não iria reclamar em nenhum momento, pois era isso que Minho queria ver e esse gosto não daria aquele sádico.

Naquela altura, era provável que todos soubessem que ele estava ali contra a sua vontade, pois todos o olhavam, pegavam a comida ou café e voltavam a trabalhar sem problemas, pessoas que antes o biólogo estava sempre cumprimentando ou sendo simpático. Odiava pensar o pior dos outros, porém nem um olhar de pena recebera, os funcionários pareciam somente não se importarem com o fato que tinha um ex-colega de empresa servindo aos outros enquanto estava todo machucado.

Namjoon se manteve firme e quando terminou de servir o almoço de todos, voltou para a cozinha do local. Ele aproveitou que estava tudo vazio e se sentou em uma das cadeiras, massageando o pé que tinha sido virado de propósito até torcer.

O biólogo suspirou pesado e olhou para a cesta de pães, com um olhar cansado. Estava sem comer há dois dias, porém tinham câmeras ali e se pegasse qualquer coisa para se alimentar, seria pior. Somente estava-lhe permitido beber água.

Namjoon massageou o local por mais alguns minutos até um dos secretários de Minho entrar no local, colocar um papel em cima da mesa e se virar, indo embora da mesma maneira como tinha chegado: como se não enxergasse que tinha uma pessoa ali.

Ele resolveu ignorar aquilo e olhou o papel. Eram mais tarefas que ele deveria fazer, dentre elas limpar os banheiros e servir café em uma reunião que teriam em uma hora. Namjoon suspirou fundo, amassando o papel de qualquer maneira. Fugir estava fora de questão, pois depois do que ocorrera, a segurança estava bem mais forte e mesmo ele pensando que ninguém estava de olho, sabia que estavam. Então, tinha que continuar se sujeitando a aquelas coisas e no final da noite ainda apanhar de Minho.

Pelo menos Dawon está bem, pensou o biólogo.

Com o pé doendo, Namjoon seguiu para os banheiros fazer o trabalho. Sua mente acabou vagando depois de alguns minutos e ele aproveitou para pensar um pouco em Seokjin; esperava que o namorado estivesse bem. Seria bom ver o sorriso dele outra vez, porém duvidava que tal coisa fosse ocorrer tão cedo, se é que um dia iria acontecer. Talvez seu destino fosse morrer ali.

Cansado e com dores, Namjoon terminou o trabalho faltando cinco minutos para a hora da reunião. Ele grunhiu e o mais rápido que conseguiu, foi até a cozinha passar o café, mesmo sabendo que já estava atrasado.

— Um atraso... Perfeito — Kim reclamou consigo mesmo.

O mais rápido que conseguiu, Namjoon ajeitou a bandeja, colocando café nas xícaras antes de seguir para a sala de reuniões. Quando chegou em frente a porta, suspirou pesado e bateu, ouvindo que poderia entrar.

Namjoon sabia o estado que seu corpo estava, mas com o rosto em pé adentrou na sala, oferecendo café para quem quisesse. O seu pé doía mais do que tudo, mas ainda assim sorriu e foi simpático com as pessoas que estavam no local.

— Ah, Namjoon! Meu querido...

A voz de Minho fez com que Namjoon sentisse um calafrio no corpo. O homem entrou na sala quando o biólogo tinha terminado de servir a última pessoa da mesa.

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