Capítulo 59

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Hoseok estava de volta ao seu escritório e a falta de respostas sobre Yoongi estava o matando por dentro. Ele se sentia tão cansado e tendo que se desdobrar em vários para resolver tudo que estava acontecendo. O povo estava ao seu lado, porém não sentia que aquilo ajudava em muito. A verdade era que estava cansado e sentia falta daquele que nos últimos meses estavam sendo a sua força. Os amigos ajudavam, claro, mas era sempre Min Yoongi que parecia o renovar quando chegava exausto em sua casa. Yoongi sempre dissera que o Tritão era a sua fonte de energia, mas a verdade é que era ao contrário.

Agora, sozinho ali, o Tritão começou a pensar em tudo de errado que tinha feito e como agora era tarde demais, não tinha o namorado ao seu lado e não podia reverter nada. Talvez devesse ter recusado o cargo quando o pai o chamara na frente de todos, deveria ter dito que queria manter sua vida calma e pacata. Contudo, por mais que quisesse acreditar que daquela maneira as coisas seriam um pouco diferentes, sabia que não era verdade. Se não tivesse assumido aquele cargo, Namjoon e Yoongi provavelmente estariam mortos há bastante tempo.

A verdade, é que não sabia o que fazer, não de verdade. Dava ordens a torto e direito, porém no final do dia era somente uma jovem que não sabia lidar com a maldade dos outros. Por que não o atacam diretamente? Porque tinham que ir até pessoas que moravam no seu coração?

As lágrimas chegaram aos olhos de Hoseok antes que ele se controlasse. Yoongi o ensinara que aquilo não era sinal de fraqueza, que chorar até fazia bem, mostrava que ele se importava, que tinha sentimentos como qualquer ser. Mas, naquele momento, queria poder fazer algo a mais além de chorar, transformar aquela tristeza em algo, contudo todos os soldados estavam trabalhando e não havia nada, nem sinal do homem que amava.

— Não deixe que eles te vejam chorar.

A voz na sala fez Hoseok levantar o rosto assustado e com surpresa fitar o pai, que estava apoiado na porta, com agora aquela que era a sua muleta companheira.

— Não sou de ferro como o senhor.

A fala saiu amarga e Hoseok fez uma careta, mas Hyunwoo sorriu. O antigo Tritão se moveu para entrar no local, o que fez com que a sereia mais nova corresse até o pai para o ajudar a se sentar.

— Não precisava, meu filho...

Hoseok engoliu a seco e nada falou, ajudando-o a se sentar na cadeira que ficava de frente para mesa.

— O que traz o senhor aqui? As sereias não agradaram ao senhor?

— Agradaram e muito — afirmou Hyunwoo. Hoseok fez outra careta, essa mais disfarçada. — Mas, eu soube que meu filho precisava de mim e resolvi deixar meu prazer de lado para te ajudar.

O Tritão mordeu a parte interna da bochecha para não começar a chorar ali mesmo. Realmente precisava de apoio, mas não pensou que o pai iria se dispor a ajudá-lo, principalmente quando não gostava tanto assim dos humanos.

— Obrigado... Eu acho.

Hyunwoo sorriu outra vez.

— O que você sabe sobre essas sereias?

— Não muito? Mas um dos soldados e seu marido estão envolvidos. Ou seja, eu deixei Yoongi esse tempo todo em perigo pensando que ele estava protegido.

— Não... Você fez o melhor que pode, meu filho. Não tinha como saber as intenções dessas sereias.

Hoseok sacudiu os ombros.

— Talvez... — Ele suspirou pesado. — E também a sereia que eu mandei prender, que tentou matar Yoongi antes... Mas agora ela está morta, seus próprios companheiros a mataram.

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