Capítulo 19

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Dor foi a primeira coisa que Seokjin registrou quando sua consciência retornou. Antes mesmo de abrir os olhos, a dor em sua cabeça era forte e insistente. Pelos sete mares, porque sua cabeça parecia que ia explodir a qualquer instante? Teria bebido demais?

Seokjin tentou se mover, talvez sair da sua piscina, quando percebeu que havia uma corda lhe prendendo no lugar. Ele seguiu a amarra e então percebeu que não estava no seu quarto e sim em um hospital. Era comum amarrarem sereias, pois quando desacordadas, elas afundavam.

— Merda... — murmurou Seokjin e então ele se lembrou do tritão. — Merda!

O comandante se moveu até estar sentado, sentindo um repuxar na sua cauda. Ele olhou e viu um ferimento se curando no local. Nem se recordava daquilo. Para ser sincero, não se recordava de muita coisa.

— Olá? Tem alguém aí? — Ele chamou e então percebeu um sininho dourado na beirada da piscina. A sereia se moveu até o instrumento e o tocou rapidamente. — Oi? Alguém?

Rapidamente ele se concentrou em retirar as amarras. Queria sair daquele quarto de hospital e descobrir o que tinha acontecido enquanto estava desmaiado.

Quando conseguiu, alguém entrou no quarto.

— Oh, você não pode sair daqui...

Seokjin olhou a enfermeira e deu um sorriso fraco.

— Eu sou o comandante, preciso estar perto do Tritão.

— Você é uma sereia ferida e precisa de cuidados.

— Onde está o Tritão?! — questionou Seokjin, olhando para a porta. — Eu estou bem, não estou ferido.

A enfermeira não pareceu muito contente com a resposta.

— Sua perna está sangrando e algumas escamas arrancadas com o arpão. Você precisa de cuidados.

— Senhora...

— Senhora uma vírgula. Volta para a piscina ou eu serei obrigada a lhe dar uma injeção para dormir.

— Só me diga o que aconteceu, por favor?

— Volte para a piscina primeiro.

Seokjin reclamou, mas acabou fazendo o que ela pediu. Ele entrou e logo sua cauda apareceu, o local do ferimento cicatrizado, mas não tão rápido quanto queria.

A enfermeira chegou na beirada e prendeu o braço do comandante outra vez e em seguida retirou uma seringa das suas escamas.

— Senhora... o que aconteceu?

— Desculpe, mas eu não tenho autorização para falar.

Quando Seokjin percebeu que tinha sido enganado, ele tentou resistir, mas a água medicada já estava na sua pele e em poucos segundos, sua mente pesada demais para permanecer acordada.

***

Seokjin acordou outra vez sentindo dor de cabeça. Ele logo reconheceu o quarto do hospital, mas ao invés de chamar por ajuda, resolveu retirar a corda e somente sair dali. Precisava encontrar o Tritão e saber como estavam as coisas pelo reino. Não podia ser o comandante do exército, o chefe da segurança de todo o local e estar somente boiando na piscina como se não estivessem no meio de uma crise.

Quando conseguiu se soltar, ele respirou fundo e tentou não focar na dor da perna, seguindo para a porta e observando que não havia ninguém no corredor. Dessa maneira, o comandante seguiu pelo local, tentando pensar qual era o andar designado para caso acontecesse algo com o Tritão. Era o penúltimo ou o último andar, não tinha muita certeza. Assim, quando viu uma porta que dava para as escadas, adiantou-se a subi-las e procurar.

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