Capítulo 17

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Seokjin viu Jimin auxiliando na retirada das crianças e seu coração se acalmou. A sua vontade era entrar naquela escola, agarrar a sua criança e a esconder até tudo passar, mas confiaria no amigo, pois sempre confiara. Agora, era focar em proteger o Tritão e os cidadãos que estavam assustados com o que estava acontecendo.

A sereia correu pelas ruas, tentando não focar na destruição e sim em pedidos de ajuda ou gritos de desespero, mas para onde quer que olhasse, seus soldados já estavam tomando conta de tudo, muito bem treinados e leais, sabiam o que deveriam fazer durante o motim.

Assim, Seokjin correu para o castelo, entrando pela porta escondida ao invés da frente, que estava arrombada. Somente pessoas autorizadas tinham acesso àquela entrada e a população comum não sabia que ela existia, então era o local perfeito para entrar disfarçadamente e também fugir, se fosse o caso.

Porém, não precisou nem de um minuto inteiro dentro das paredes de ouro para escutar um grito feminino.

— Não, não! Por favor! Larguem-no!

A voz vinha daquele andar, mas pelo conhecimento do castelo, Seokjin correu para o quintal de trás, calculando que pela intensidade, o som vinha de lá. E, ele não errou, pois assim que chegou na porta de forma discreta, viu Yongsun se debatendo nos braços de uma sereia com o rosto coberto de algas enquanto o Tritão estava ajoelhado no chão, um ferimento na testa e duas sereias o prendendo no lugar.

— Não se sente tão poderoso agora que está no chão, não é, Tritão?!

— Vocês não têm coragem, são uns frouxos! — a secretária gritou, tentando dar cotovelada naquele que a segurava, mas sem muito sucesso. — Enfrentem-no em um duelo! Façam como sereias decentes!

Uma das sereias riu e fez um sinal com a cabeça. A moça então sentiu as mãos a soltando e em seguida, indo parar uma a cada lado do seu rosto.

— Se você não calar a boca, ele quebra o seu pescoço.

Yongsun tentou ser forte, mas em segundos, os sons de pérolas batendo no chão começaram a serem escutados.

— Não façam nada com ela — o Tritão pediu, em um tom baixo de voz. — Ela não fez nada, vocês estão interessados em mim. Deixem-na ir, por favor.

A sereia riu de escárnio e Seokjin pode perceber que pela movimentação, ele era a espécie de um líder. Ele tentou visualizar quem era, mas não teve muito sucesso.

— E você acha que eu não vou me divertir com essa meretriz assim como você faz há anos? Vou provar para ver se ela é tão boa assim.

A quantidade de pérolas no chão aumentou e a sereia-líder pareceu achar graça, agachando-se e pegando uma delas para em seguida a jogar no rosto da secretária, que se encolheu assustada.

— Façam o que quiser comigo, só a deixem ir. Ela é só uma simples secretária, não sabe de nada. Por favor...

— As que não sabem nada são as melhores — afirmou a sereia cinicamente. — Você vai gostar de assistir, hn?

Seokjin mordeu a parte interna da bochecha. Ele teria que agir naquele momento antes que as coisas piorassem. Yongsun não poderia ser machucada e muito menos o Tritão. O comandante olhou em volta e suspirou pesado, ele empurrou um enfeite no chão e em segundos, subiu na parede, usando a aderência da sua pele para se firmar bem na pedra.

— O que foi isso?! — Uma das sereias perguntou.

— Vai lá olhar — ordenou a que líder das sereias invasoras.

Quando a sereia passou pela porta, Seokjin deixou seu corpo atingir o do outro e antes que houvesse qualquer reação, ele girou o tronco e jogou o seu punhal no braço de uma das sereias que seguravam o Tritão. E foi o que o rei precisou para usar a sua força e quebrar o braço da outra que o segurava.

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