Capítulo 64

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Seokjin conseguiu que Jimin o encontrasse atrás da escola. Por um momento o comandante se recordou de como quando eram mais novos, fugiam várias e várias vezes da escola para somente conversarem e fazerem nada. Eram bons tempos.

— Você quer que eu faça o quê?!

— Por favor, Minnie! É a despedida dele... — Seokjin puxou o ar com força. — Por f-favor... Você sabe que eu nunca pediria algo assim para bobagem...

O professor estalou a língua e revirou os olhos.

— Você pede só porque sabe que eu não vou resistir — reclamou o mais baixo. — Ela não tem mais aula hoje e está treinado. Vou dar um jeito de tirá-la de lá, mas antes do horário de recolher, Jinju tem que estar de volta.

— Você é o melhor! — Seokjin disparou, abraçando Jimin, que ficou surpreso com o gesto. — Obrigado, Minnie. Obrigado por tudo, meu amigo.

— Ai, 'tá, tá... Nada de grude — implicou a sereia, por mais que sorrisse. — Fique bem aqui.

O mais velho concordou, vendo o amigo se adiantar para entrar na escola. Seokjin então apoiou as costas na parede e deixou sua mente vagar. Tinha poucas horas para fazer tudo inesquecível, mesmo que para Namjoon, fosse algo que ele não iria se recordar. Era triste, claro que era, mas se era o pedido do seu namorado, iria realizá-lo e esperava que tal coisa ajudasse naquela dor que já nascia em seu peito.

**

Jinju chegou acompanhada de Jimin minutos depois, com uma bolsa de pano nas costas e um sorriso no rosto.

— Tem umas frutas aí — explicou o professor, entregando a menina para Seokjin. — Traga-a antes do toque de recolher.

— Confie em mim, Jimin. Eu estarei aqui.

Jimin sorriu.

— Eu confio — garantiu a sereia, bagunçando o cabelo da menina. — Divirta-se.

Dito aquilo, a sereia voltou para dentro da escola. Milésimos de segundos depois, Jinju se jogou no colo do pai, abraçando-o com força enquanto ria alto.

— Papai! — Ela sussurrou contra o ouvido do comandante. — Eu estava com saudades, papai!

— Meu amorzinho... Eu te amo tanto... — Seokjin abraçou com força a menina, deixando que seus lábios deixassem um forte beijo na testa dela. — E-eu fiquei tão preocupado quando fui chamado no hospital...

Ela deu um sorriso, um dos dentes faltando bem na frente.

— Está tudo bem agora, papai. Doutor Jinyoung disse que o sangue do meu pai que tinha me salvado... Obrigado, papai.

O comandante quis chorar. Ele se sentia tão sensível naquele dia, queria que poder fazer tudo e nada ao mesmo tempo, porém abraçar a filha pareceu ser, em parte, suficiente.

— Não precisa me agradecer de nada, meu amor. Eu faço tudo por você.

Jinju sorriu, apertando os dedinhos no pescoço do pai.

— O que vamos fazer, papai?

A sereia mais velha sorriu fracamente, a tristeza já visível no seu olhar.

— Então, aconteceram algumas coisas e o namorado do papai vai ter que ir embora.

— É por causa das sereias más que estão falando na escola?

Seokjin concordou com a cabeça.

— Sim, minha filha. Namjoon só vai ficar por mais algumas horas e ele queria te ver.

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